Pesquisar este blog

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Martinho Lutero e suas ideias

Sobre Martinho Lutero





Nós seres humanos temos a tendência de pensar que o passado sempre é melhor do que o presente. Às vezes isso é fato, às vezes só uma ilusão.

No passado é incontestável o papel de Martinho Lutero na origem do protestantismo. Mas ele também foi um alguém falho, além de ser o responsável pela tradução da bíblia ao idioma alemão (de valor inestimável), foi autor do livro "Sobre os judeus e suas mentiras" (livro vergonhoso!). É triste constatar que esse livro serviu de inspiração para a tentativa de erradicação do povo judeu, levando grupos de protestantes a pensarem que os judeus eram um mal que deveria ser exterminado. Lutero incorporou o anti – semitismo, escreveu: "... suas sinagogas deveriam ser queimadas, suas casas destruídas e arrasadas, deveriam ser privados de seus livros de orações e do Talmud, seus rabinos deveriam ser proibidos de ensinar sob pena de serem mortos, se não obedecerem, deveríamos expulsar os preguiçosos velhacos para fora do nosso sistema, portanto, fora com eles... Para acrescentar, caros príncipes e nobres que têm judeus em seus domínios, se meu conselho não lhes serve, encontrem então um melhor, de maneira a que todos nós sejamos libertos desta insuportável carga diabólica - os judeus" (Fonte: The Holy Reich: Nazi Conceptions of Christianity de Richard Steigmann - 2006).

Bem, o que quero dizer com isso? Que nós devemos nos pautar sempre na observância da Palavra de Deus. Rótulos são rótulos apenas... Colocar o estigma de protestante, pentecostal ou neopentecostal ou tradicional pode ser um muro de divisão e não a ponte que Deus quer que os cristãos construam. Pode levar às obras da carne.

Eu sou falho, mas em meu esforço para raciocinar, tendo a Palavra de Deus como base, me leva a pensar que através do orgulho de ser pentecostal também corremos grandes riscos de pecar contra os neopentecostais e tradicionais. Sobre a primeira colocação, quero apenas lembrá-lo que, na abertura deste artigo, afirmo: “Claro que não devemos nos prender ao passado, mas entender as implicações desse acontecimento é salutar por, pelo menos, três razões”. E a terceira razão apresentada é: “Saber nossa história, como se deu a trajetória da Igreja até os nossos dias, auxilia-nos a evitar equívocos futuros”. Repito: “auxilia-nos a evitar equívocos”.

O erro de muitos que olham para a Reforma é o de querer ver apenas os acertos dos reformadores, esquecendo seus erros, e aí criam uma visão romântica da Reforma e não realista (quando a visão realista não diminui a importância da Reforma, muito pelo contrário – como mostrarei em postagem futura).

Olhar para o passado da Igreja é bom porque aprendemos grandes lições em dois sentidos: aprendemos com os acertos dos servos de Deus do passado e com os erros deles também.

Como você tocou no assunto das falhas dos reformadores  Portanto, não quero me aprofundar muito agora no assunto, o conteúdo todo do artigo. A lógica: neste primeiro artigo, a proposta é apresentar o que é o protestantismo e, sabendo o que é, comparar se estamos hoje, 500 anos depois, seguindo ou não os princípios bíblicos da Reforma; o segundo artigo é sobre as grandes conquistas da Reforma que devem nos inspirar. Portanto, vamos por etapas! Porém, mesmo assim, como você levantou um tema polêmico sobre Lutero, não poderia esquivar-me de responder essa questão, antecipando, um pouco que seja, algo sobre as falhas dele.

Em primeiro lugar, lembremos que os reformadores não eram super-homens espirituais assim como Abraão, Isaque, Jacó, Elias, Davi, Salomão e outros servos de Deus no passado não eram. Todos estes que citei tiveram falhas, umas maiores, outras menores, mas todos tiveram. E sabe qual é uma das coisas mais lindas que acho na Bíblia? É que ela não esconde as falhas dos heróis da fé. Já imaginou se escondesse? Se ela o fizesse, ao lermos a história dos homens de Deus na Bíblia, diríamos: “Meu Deus, eles eram tão perfeitos! Não há como eu poder ser usado por Ti como eles foram, pois sou tão falho...”

Graças a Deus por não esconder as falhas dos heróis bíblicos, por mostrar como eles realmente são! (Diferentemente do que faziam os historiadores das nações da Antiguidade. Eles eram funcionários do reino e, por isso, tão tendenciosos que muitos deles escondiam todas as falhas dos reis, exaltavam só as virtudes e ainda escondiam relatos de derrotas em guerras contra outras nações. Relatavam só as vitórias. Para saber a verdade sobre esses povos, os historiadores tiveram, em muitos casos, de comparar o que historiadores de nações inimigas diziam sobre aqueles reis).

A Bíblia, porém, não mente, não camufla. Deus não dá “jeitinho” pra ninguém. A Bíblia mostra ao ser humano que ele, ser humano, é falho mesmo e extremamente necessitado e dependente da graça, da misericórdia e do perdão de Deus para ser restaurado, abençoado e se tornar uma bênção.

Enfim, o que vemos na Bíblia é que Deus não faz a obra simplesmente através de nós. Ele faz Sua obra através de nós e “apesar de nós”, ou seja, apesar de nossas falhas. Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e pôde ser usado por Deus como foi (Tg 5.17). Davi foi tremendamente falho, mas se arrependeu e pôde ser usado por Deus como foi. Nós somos falhos, mas podemos ser usados por Deus apesar de nossas fraquezas.

Então, não precisamos olhar para a Reforma para aprender que homens de Deus podem falhar. Basta lermos a Bíblia. Quem lê a Bíblia não se impressiona com a fraqueza humana, mesmo nos filhos de Deus.

Agora, em segundo lugar, devemos aprender a fazer distinção entre os que erram por fraqueza e os que erram por falta de conversão mesmo, porque são ímpios. No primeiro caso, não devemos ignorar os erros, mas também não devemos comprometer toda a obra de uma vida dedicada ao Senhor por causa desses erros isolados. Lutero e Calvino foram grandes homens, apesar de suas terríveis falhas. Já no último caso, devemos rechaçar esses falsos irmãos, que dizem que estão no Evangelho, mas o Evangelho não está realmente neles. Estes podem não se envergonhar do Evangelho, mas ele se envergonha deles.

Bem, mas vamos a Lutero e os judeus.

Uma das fraquezas de Lutero era justamente seu temperamento instável. O mesmo Lutero que escreveu isso sobre os judeus escreveu antes coisas lindas sobre eles. E numa época em que falar bem dos judeus era extremamente impopular!

O que os críticos de Lutero esquecem, quando citam essa fraqueza dele em relação aos judeus, é que, hoje, soa claramente repugnante essas palavras de Lutero, já que estamos em uma época onde temos uma cultura geral muito mais acumulada do que na época dele, e por isso podemos ver facilmente, independente de sermos cristãos ou não, o quão terrível são essas palavras. Mas, na época em que Lutero disse isso, a maioria esmagadora do povo em geral (ou seja, de todas as classes sociais de sua época, religiosos ou não) aprovou o que ele disse! Por quê? Por que os judeus eram vistos em sua época erroneamente como uma praga para a sociedade devido a alguns costumes terríveis que eles tinham. A hostilidade aos judeus naquela época não era algo “sui generis”. Era, infelizmente, o senso comum. Não era só por causa daquela história de “caia o teu sangue sobre nós” (Mt 27.25), que fez com que a Igreja Católica, no passado, os visse como malditos. Isso ajudou e muito, mas não era tudo.

A comparação que farei a seguir nem de longe é perfeita, mas serve, porque estamos falando de rejeição e impopularidade a uma pessoa ou grupo em uma determinada época. Pois bem, vamos a ela. O que Lutero disse em sua época é como se alguém, nos dias de hoje, tivesse dito: “Destruam a casa de Trempes, tirem seus bens, queimem tudo, deixem ele na pobreza!” Com certeza, tal discurso arrancaria hoje o aplauso da maioria esmagadora da população mundial (ou mesmo a maioria da ocidental). Tal era a impopularidade dos judeus na época!

Mas, por que essa impopularidade?

Os judeus eram vistos como criminosos por causa de assassinatos e, principalmente, profanação de templos cristãos. Mas isso era por parte dos judeus pobres (e mesmo assim era um estereótipo, uma generalização, mas era assim que eram vistos; os crimes de muitos destes judeus pobres faziam todos os demais sofrerem com esse estereótipo). Os judeus ricos, por sua vez, tinham a fama de serem opressores e maus (mesquinhos e exploradores), enquanto os cristãos ricos eram vistos como caridosos e bons. Vide o clássico “O Mercador de Veneza”, de William Shakespeare, que se fosse feito nos dias de hoje, levaria o Bardo à cadeia como anti-semita, mas na época foi visto como natural. Era a visão da época sobre os judeus. Some-se a isso a rixa étnica e religiosa entre cristãos e judeus, e pronto: os judeus eram o maior mal da humanidade. Erro, mas era o senso comum.

Só para se ter uma idéia: na época de Lutero, era comum encontrar pinturas degradantes que associavam judeus a excrementos. Em uma delas, do século 15, poucas décadas antes de Lutero, os judeus eram representados se alimentando do esterco que caia do fundo de uma porca. Mais terrível impossível!

Pois bem, é nessa conjuntura que Lutero escreve algo que choca o povo de sua época: textos a favor dos judeus. Contra todo o legado antijudaico da Idade Média, ele escreve enfaticamente em seu livrete intitulado “Que Jesus Cristo nasceu como judeu”, de 1523, que Deus “honrou os judeus acima de todos os povos” e que, por isso, “os cristãos deveriam tratar os judeus de modo fraterno”. Isso foi um escândalo para a época! Lutero só conseguiu transcender a forte cultura daquela época afirmando tal coisa porque os reformadores tentavam se ater à Palavra de Deus, e não aos aspectos culturais de sua época.

Mas se isso já era um escândalo, o que dizer do que se segue? Escrevendo em contraposição à proibição canônica medieval do casamento entre cristãos e judeus (sem estes terem se convertido), Lutero chegou a propor algo que é até liberal demais em relação às Escrituras: ele chegou a considerar normal um cristão protestante casar com um judeu não-convertido ao protestantismo (E a questão do jugo desigual, Lutero?). Leia o que ele diz, registrado em obras como “As Reformas na Europa”, de Carter Lindberg (Sinodal, 2001, págs. 435 e 436): “Assim como posso comer, beber, dormir, passear, cavalgar, negociar, conversar e trabalhar com um gentio, judeu, turco ou herege, também posso casar com ele e continuar casado, e não te importes com as leis loucas que to querem proibir. Pois é fácil encontrar cristãos que por dentro são descrentes piores – e esses são maioria – do que qualquer judeu, gentio, turco ou herege. Um gentio é homem ou mulher criado por Deus tão bem como São Pedro, São Paulo, um cristão imprestável e hipócrita”.

Na época que Lutero disse isso, casar com judeu, turco, herege ou gentio (pagão) era, aos olhos de muitas pessoas daquele período, como é para nós hoje um cristão casar com um espírita (aliás, nada diferente daquela época, pois trata-se de jugo desigual à luz da Bíblia), ou como, em uma região de xenofobia e preconceito racial, pessoas de etnias diferentes e adversárias casarem entre si - o que já é puro preconceito e pecado. (Mas, calma, esse era só mais um rompante de Lutero, que no final não apoiou o casamento de protestantes com pessoas de outra fé - só se já eram casados antes de se tornarem protestantes).

Então, o que fez Lutero mudar tão radicalmente de opinião, indo de um extremo ao outro?

Dizem os historiadores que essas suas terríveis palavras foram escritas porque, mesmo Lutero apoiando os judeus, estes desprezavam tanto a ele como aos protestantes. Então, o reformador, ressentido, no final da vida, escreveu aquela tolice, que foi algo momentâneo, já que seu temperamento era instável. Prova de que foi momentâneo é que seus seguidores e amigos da Reforma luterana defenderam os judeus. Urbano Rhegius, que era um deles, defendeu, com argumentos esclarecedores, a tolerância em relação aos judeus como concidadãos que deveriam ter direitos iguais e serem respeitados por todos. Quando ele escreveu isso, depois de Lutero dizer aquelas tolices, o reformador não rebateu nada, e olha que ele era do tipo que, se alguém de dentro ou de fora dissesse algo que contestasse algo que defendera, com certeza prepararia uma tréplica. Mas, nesse caso, ocorreu uma excepcional exceção, o que demonstra que Lutero escrevera aquelas tolices em um rompante tresloucado.

Agora, sobre o fato de os nazistas terem se aproveitado desses textos precipitados de Lutero, nada mais lógico. Os nazistas usaram de tudo à sua mão, até as palavras tolas de Lutero, e o fizeram totalmente fora de contexto. Sobre o uso posterior que os nazistas fizeram desses escritos do pai da Reforma, Lindberg afirma que é importante enfatizar que “Lutero, bem como outros autores católico romanos, precisam ser vistos em seu contexto histórico”. E mais importante ainda: a animosidade tresloucada e temporária de Lutero para com os judeus não tinha motivos racistas. Como assim? Citando historiadores, Lindberg lembra: “Lutero identifica um judeu por suas crenças religiosas, e não por sua raça. A identificação de um judeu por sua raça é, em qualquer caso, um conceito estranho ao século 16. Se um judeu se convertia ao cristianismo, tornava-se um irmão ou irmã em Cristo. Já para o anti-semitismo racial, a crença religiosa é em grande parte irrelevante. Não obstante, as afirmações hostis de figuras do Renascimento e da Reforma muito provavelmente parecerão ainda mais terríveis hoje em dia, vistas sob o pano de fundo de Auschwitz, do que quando foram feitas originalmente”.


Moral da História: aprendamos com os erros e acertos dos reformadores. Seus erros nem devem ser esquecidos nem também devem diminuir a importância do que os reformadores fizeram sob a graça e a inspiração divinas.

Comemoramos os 500 anos, ainda assim existem os mesmo pensamentos contrários as mudanas com mais de tres mil e tantas crenças e seitas sem se firmarem em Cristo Jesus ou se converterem ao cristianismo  e viver na ordenança do Senhor. 

RELIGIÃO AS 95 TESES DE MARTINHO LUTERO 31/10/1517

   Em 31 de Outubro de 1517, Martinho Lutero afixou na porta da capela de 
Wittemberg 95 teses que gostaria de discutir com os teólogos católicos, as quais versavam principalmente sobre penitência, indulgências e a salvação pela fé. O evento marca o início da Reforma Protestante, de onde posteriormente veio a Igreja Presbiteriana, e representa um marco e um ponto de partida para a recuperação das sãs doutrinas. 


Movido pelo amor e pelo empenho em prol do esclarecimento da verdade discutir-se-á em Wittemberg, sob a presidência do Rev. padre Martinho Lutero, o que segue. Aqueles que não puderem estar presentes para tratarem o assunto verbalmente conosco, o poderão fazer por escrito.
Em nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.






1ª Tese
Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: Arrependei-vos...., certamente quer que toda a vida dos seus crentes na terra seja contínuo arrependimento.

2ª Tese
E esta expressão não pode e não deve ser interpretada como referindo-se ao sacramento da penitência, isto é, à confissão e satisfação, a cargo do ofício dos sacerdotes.

3ª Tese
Todavia não quer que apenas se entenda o arrependimento interno; o arrependimento interno nem mesmo é arrependimento quando não produz toda sorte de modificações da carne.

4ª Tese
Assim sendo, o arrependimento e o pesar, isto é, a verdadeira penitência, perdura enquanto o homem se desagradar de si mesmo, a saber, até a entrada desta para a vida eterna.

5ª Tese
O papa não quer e não pode dispensar outras penas, além das que impôs ao seu alvitre ou em acordo com os cânones, que são estatutos papais.

6ª Tese
O papa não pode perdoar divida senão declarar e confirmar aquilo que Já foi perdoado por Deus; ou então faz nos casos que lhe foram reservados. Nestes casos, se desprezados, a dívida deixaria de ser em absoluto anulada ou perdoada.

7ª Tese
Deus a ninguém perdoa a dívida sem que ao mesmo tempo o subordine, em sincera humildade, ao sacerdote, seu vigário.

8ª Tese
Canones poenitendiales, que não as ordenanças de prescrição da maneira em que se deve confessar e expiar, apenas aio Impostas aos vivos, e, de acordo com as mesmas ordenanças, não dizem respeito aos moribundos.

9ª Tese
Eis porque o Espírito Santo nos faz bem mediante o papa, excluído este de todos os seus decretos ou direitos o artigo da morte e da necessidade suprema.

10ª Tese
Procedem desajuizadamente e mal os sacerdotes que reservam e impõem aos moribundos poenitentias canonicas ou penitências para o purgatório a fim de ali serem cumpridas.

11ª Tese
Este joio, que é o de se transformar a penitência e satisfação, Previstas pelos cânones ou estatutos, em penitência ou penas do purgatório, foi semeado quando os bispos se achavam dormindo.

12ª Tese
Outrora canonicae poenae, ou sejam penitência e satisfação por pecadores cometidos eram impostos, não depois, mas antes da absolvição, com a finalidade de provar a sinceridade do arrependimento e do pesar.

13ª Tese
Os moribundos tudo satisfazem com a sua morte e estão mortos para o direito canônico, sendo, portanto, dispensados, com justiça, de sua imposição.

14ª Tese
Piedade ou amor Imperfeitos da parte daquele que se acha às portas da morte necessariamente resultam em grande temor; logo, quanto menor o amor, tanto maior o temor.

15ª Tese
Este temor e espanto em si tão só, sem falar de outras cousas, bastam para causar o tormento e o horror do purgatório, pois que se avizinham da angústia do desespero.

16ª Tese
Inferno, purgatório e céu parecem ser tão diferentes quanto o são um do outro o desespero completo, incompleto ou quase desespero e certeza.

17ª Tese
Parece que assim como no purgatório diminuem a angústia e o espanto das almas, nelas também deve crescer e aumentar o amor.

18ª Tese
Bem assim parece não ter sido provado, nem por boas ações e nem pela Escritura, que as almas no purgatório se encontram fora da possibilidade do mérito ou do crescimento no amor.

19ª Tese
Ainda parece não ter sido provado que todas as almas do purgatório tenham certeza de sua salvação e não receiem por ela, não obstante nós termos absoluta certeza disto.

20ª Tese
Por isso o papa não quer dizer e nem compreende com as palavras “perdão plenário de todas as penas” que todo o tormento é perdoado, mas as penas por ele impostas.

21ª Tese
Eis porque erram os apregoadores de indulgências ao afirmarem ser o homem perdoado de todas as penas e salvo mediante a indulgência do papa.
22ª Tese
Pensa com efeito, o papa nenhuma pena dispensa às almas no purgatório das que segundo os cânones da Igreja deviam ter expiado e pago na presente vida.

23ª Tese
Verdade é que se houver qualquer perdão plenário das penas, este apenas será dado aos mais perfeitos, que são muito poucos.

24ª Tese
Assim sendo, a maioria do povo é ludibriada com as pomposas promessas do indistinto perdão, impressionando-se o homem singelo com as penas pagas.

25ª Tese
Exatamente o mesmo poder geral, que o papa tem sobre o purgatório, qualquer bispo e cura d'almas o tem no seu bispado e na sua paróquia, quer de modo especial e quer para com os seus em particular.

26ª Tese
O papa faz muito bem em não conceder às almas o perdão em virtude do poder das chaves (ao qual não possui), mas pela ajuda ou em forma de intercessão.

27ª Tese
Pregam futilidades humanas quantos alegam que no momento em que a moeda soa ao cair na caixa a alma se vai do purgatório.

28ª Tese
Certo é que no momento em que a moeda soa na caixa vêm o lucro e o amor ao dinheiro cresce e aumenta; a ajuda, porém, ou a intercessão da Igreja tão só correspondem à vontade e ao agrado de Deus.

29ª Tese
E quem sabe, se todas as almas do purgatório querem ser libertadas, quando há quem diga o que sucedeu com Santo Severino e Pascoal.

30ª Tese
Ninguém tem certeza da suficiência do seu arrependimento e pesar verdadeiros; muito menos certeza pode ter de haver alcançado pleno perdão dos seus pecados.
31ª Tese
Tão raro como existe alguém que possui arrependimento e, pesar verdadeiros, tão raro também é aquele que verdadeiramente alcança indulgência, sendo bem poucos os que se encontram.

32ª Tese
Irão para o diabo juntamente com os seus mestres aqueles que julgam obter certeza de sua salvação mediante breves de indulgência.

33ª Tese
Há que acautelasse muito e ter cuidado daqueles que dizem: A indulgência do papa é a mais sublime e mais preciosa graça ou dadiva de Deus, pela qual o homem é reconciliado com Deus.

34ª Tese
Tanto assim que a graça da indulgência apenas se refere à pena satisfatória estipulada por homens.

35ª Tese
Ensinam de maneira ímpia quantos alegam que aqueles que querem livrar almas do purgatório ou adquirir breves de confissão não necessitam de arrependimento e pesar.

36ª Tese
Todo e qualquer cristão que se arrepende verdadeiramente dos seus pecados, sente pesar por ter pecado, tem pleno perdão da pena e da dívida, perdão esse que lhe pertence mesmo sem breve de indulgência.

37ª Tese
Todo e qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, é participante de todos os bens de Cristo e da Igreja, dádiva de Deus, mesmo sem breve de indulgência.
38ª Tese
Entretanto se não deve desprezar o perdão e a distribuição por parte do papa. Pois, conforme declarei, o seu perdão constitui uma declaração do perdão divino.
39ª Tese
É extremamente difícil, mesmo para os mais doutos teólogos, exaltar diante do povo ao mesmo tempo a grande riqueza da indulgência e ao contrário o verdadeiro arrependimento e pesar.

40ª Tese
O verdadeiro arrependimento e pesar buscam e amam o castigo: mas a profusão da indulgência livra das penas e faz com que se as aborreça, pelo menos quando há oportunidade para isso.

41ª Tese
É necessário pregar cautelosamente sobre a indulgência papal para que o homem singelo não julgue erroneamente ser a indulgência preferível às demais obras de caridade ou melhor do que elas.

42ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos, não ser pensamento e opinião do papa que a aquisição de indulgência de alguma maneira possa ser comparada com qualquer obra de caridade.

43ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos proceder melhor quem dá aos pobres ou empresta aos necessitados do que os que compram indulgências.

44ª Tese
Ê que pela obra de caridade cresce o amor ao próximo e o homem torna-se mais piedoso; pelas indulgências, porém, não se torna melhor senão mais seguro e livre da pena.

45ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos que aquele que vê seu próximo padecer necessidade e a despeito disto gasta dinheiro com indulgências, não adquire indulgências do papa. mas provoca a ira de Deus.

46ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem fartura , fiquem com o necessário para a casa e de maneira nenhuma o esbanjem com indulgências.
47ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos, ser a compra de indulgências livre e não ordenada
48ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa precisa conceder mais indulgências, mais necessita de uma oração fervorosa do que de dinheiro.
49ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos, serem muito boas as indulgências do papa enquanto o homem não confiar nelas; mas muito prejudiciais quando, em conseqüência delas, se perde o temor de Deus.

50ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos que, se papa tivesse conhecimento da traficância dos apregoadores de indulgências, preferiria ver a catedral de São Pedro ser reduzida a cinzas a ser edificada com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.

51ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos que o papa, por dever seu, preferiria distribuir o seu dinheiro aos que em geral são despojados do dinheiro pelos apregoadores de indulgências, vendendo, se necessário fosse, a própria catedral de São Pedro.

52º Tese
Comete-se injustiça contra a Palavra de Deus quando, no mesmo sermão, se consagra tanto ou mais tempo à indulgência do que à pregação da Palavra do Senhor.

53ª Tese
São inimigos de Cristo e do papa quantos por causa da prédica de indulgências proíbem a Palavra de Deus nas demais igrejas.

54ª Tese
Esperar ser salvo mediante breves de indulgência é vaidade e mentira, mesmo se o comissário de indulgências, mesmo se o próprio papa oferecesse sua alma como garantia.

55ª Tese
A intenção do papa não pode ser outra do que celebrar a indulgência, que é a causa menor, com um sino, uma pompa e uma cerimônia, enquanto o Evangelho, que é o essencial, importa ser anunciado mediante cem sinos, centenas de pompas e solenidades.

56ª Tese
Os tesouros da Igreja, dos quais o papa tira e distribui as indulgências, não são bastante mencionados e nem suficientemente conhecido na Igreja de Cristo.
57ª Tese
Que não são bens temporais, é evidente, porquanto muitos pregadores a estes não distribuem com facilidade, antes os ajuntam.

58ª Tese
Tão pouco são os merecimentos de Cristo e dos santos, porquanto estes sempre são eficientes e, independentemente do papa, operam salvação do homem interior e a cruz, a morte e o inferno para o homem exterior.

59ª Tese
São Lourenço aos pobres chamava tesouros da Igreja, mas no sentido em que a palavra era usada na sua época.

60ª Tese
Afirmamos com boa razão, sem temeridade ou leviandade, que estes tesouros são as chaves da Igreja, a ela dado pelo merecimento de Cristo.

61ª Tese
Evidente é que para o perdão de penas e para a absolvição em determinados casos o poder do papa por si só basta.

62ª Tese
O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.

63ª Tese
Este tesouro, porém, é muito desprezado e odiado, porquanto faz com que os primeiros sejam os últimos.

64ª Tese
Enquanto isso o tesouro das indulgências é sabiamente o mais apreciado, porquanto faz com que os últimos sejam os primeiros.

65ª Tese
Por essa razão os tesouros evangélicos outrora foram as redes com que se apanhavam os ricos e abastados.

66ª Tese
Os tesouros das indulgências, porém, são as redes com que hoje se apanham as riquezas dos homens.

67ª Tese
As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como a mais sublime graça decerto assim são consideradas porque lhes trazem grandes proventos.
68ª Tese
Nem por isso semelhante indigência não deixa de ser a mais Intima graça comparada com a graça de Deus e a piedade da cruz.

69ª Tese
Os bispos e os sacerdotes são obrigados a receber os comissários das indulgências apostólicas com toda a reverência-

70ª Tese
Entretanto têm muito maior dever de conservar abertos olhos e ouvidos, para que estes comissários, em vez de cumprirem as ordens recebidas do papa, não preguem os seus próprios sonhos.

71ª Tese
Aquele, porém, que se insurgir contra as palavras insolentes e arrogantes dos apregoadores de indulgências, seja abençoado.
72ª Tese
Quem levanta a sua voz contra a verdade das indulgências papais é excomungado e maldito.

73ª Tese
Da mesma maneira em que o papa usa de justiça ao fulminar com a excomunhão aos que em prejuízo do comércio de indulgências procedem astuciosamente.

74ª Tese
Muito mais deseja atingir com o desfavor e a excomunhão àqueles que, sob o pretexto de indulgência, prejudiquem a santa caridade e a verdade pela sua maneira de agir.

75ª Tese
Considerar as indulgências do papa tão poderosas, a ponto de poderem absolver alguém dos pecados, mesmo que (cousa impossível) tivesse desonrado a mãe de Deus, significa ser demente.

78 ª Tese
Bem ao contrario, afirmamos que a indulgência do papa nem mesmo o menor pecado venial pode anular o que diz respeito à culpa que constitui.
77ª Tese
Dizer que mesmo São Pedro, se agora fosse papa, não poderia dispensar maior indulgência, significa blasfemar S. Pedro e o papa.

78ª Tese
Em contrario dizemos que o atual papa, e todos os que o sucederam, é detentor de muito maior indulgência, isto é, o Evangelho, as virtudes o dom de curar, etc., de acordo com o que diz 1Coríntios 12.

79ª Tese
Afirmar ter a cruz de indulgências adornada com as armas do papa e colocada na igreja tanto valor como a própria cruz de Cristo, é blasfêmia.

80ª Tese
Os bispos, padres e teólogos que consentem em semelhante linguagem diante do povo, terão de prestar contas deste procedimento.

81ª Tese
Semelhante pregação, a enaltecer atrevida e insolentemente a Indulgência, faz com que mesmo a homens doutos é difícil proteger a devida reverência ao papa contra a maledicência e as fortes objeções dos leigos.

82 ª Tese 
Eis um exemplo: Por que o papa não tira duma só vez todas as almas do purgatório, movido por santíssima' caridade e em face da mais premente necessidade das almas, que seria justíssimo motivo para tanto, quando em troca de vil dinheiro para a construção da catedral de S. Pedro, livra um sem número de almas, logo por motivo bastante Insignificante?

83ª Tese
Outrossim: Por que continuam as exéquias e missas de ano em sufrágio das almas dos defuntos e não se devolve o dinheiro recebido para o mesmo fim ou não se permite os doadores busquem de novo os benefícios ou pretendas oferecidos em favor dos mortos, visto' ser Injusto continuar a rezar pelos já resgatados?

84ª Tese
Ainda: Que nova piedade de Deus e dó papa é esta, que permite a um ímpio e inimigo resgatar uma alma piedosa e agradável a Deus por amor ao dinheiro e não resgatar esta mesma alma piedosa e querida de sua grande necessidade por livre amor e sem paga?

85ª Tese
Ainda: Por que os cânones de penitencia, que, de fato, faz muito caducaram e morreram pelo desuso, tornam a ser resgatados mediante dinheiro em forma de indulgência como se continuassem bem vivos e em vigor?

86ª Tese
Ainda: Por que o papa, cuja fortuna hoje é mais principesca do que a de qualquer Credo, não prefere edificar a catedral de S. Pedro de seu próprio bolso em vez de o fazer com o dinheiro de fiéis pobres?

87ª Tese
Ainda: Quê ou que parte concede o papa do dinheiro proveniente de indulgências aos que pela penitência completa assiste o direito à indulgência plenária?

88ª Tese
Afinal: Que maior bem poderia receber a Igreja, se o papa, como Já O faz, cem vezes ao dia, concedesse a cada fiel semelhante dispensa e participação da indulgência a título gratuito.

89ª Tese
Visto o papa visar mais a salvação das almas do que o dinheiro, por que revoga os breves de indulgência outrora por ele concedidos, aos quais atribuía as mesmas virtudes?

90ª Tese
Refutar estes argumentos sagazes dos leigos pelo uso da força e não mediante argumentos da lógica, significa entregar a Igreja e o papa a zombaria dos inimigos e desgraçar os cristãos.

91ª Tese
Se a Indulgência fosse apregoada segundo o espírito e sentido do papa, aqueles receios seriam facilmente desfeitos, nem mesmo teriam surgido.

92ª Tese
Fora, pois, com todos estes profetas que dizem ao povo de Cristo: Paz! Paz! e não há Paz.

93ª Tese
Abençoados sejam, porém, todos os profetas que dizem à grei de Cristo: Cruz! Cruz! e não há cruz.

94ª Tese
Admoestem-se os cristãos a que se empenhem em seguir sua Cabeça Cristo através do padecimento, morte e inferno.

95ª Tese
E assim esperem mais entrar no Reino dos céus através de muitas tribulações do que facilitados diante de consolações infundadas.

sábado, 28 de outubro de 2017

A Palavra de Deus não volta vazia


Chuvas de bençãos dos céus, chuvas para regarem o campo e a plantação, e nossas vidas serem alimentadas com as colheitas
Comentários
Administrador do grupo
 A Palavra de Deus não Volta vazia. Valdeci Fidelis, Bacharel em Teologia, Pastor Evangélico
Assim como a chuva e a neve descem dos céus e não voltam para eles sem regarem a terra e fazerem-na brotar e florescer, […] assim também ocorre com a palavra que sai da minha boca: ela não voltará para mim vazia, mas fará o que desejo e atingirá o proposito para o qual a enviei. (Isaías 55:10-11)

Ás vezes, quando nós ficamos desanimados e, quando oramos e não obtemos resposta aquilo que desejamos. Podemos até imaginar se Deus nos ouvem. Isaías 55, porém promete que a Palavras de Deus, como a chuva e a neve, faz o que deve fazer onde quer que seja.

A palavras de Deus “e viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; ela penetra até o ponto de dividir alma e espirito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração”(Hb 4.12). Paulo refere-se á Palavra penetra em tudo o que toca. Ela é sempre eficaz.

Por isso é importante que não apenas oremos, como também leia diariamente a Bíblia. Sublime o que lhe chamar a atenção, então ore a Deus com suas palavras. Quando não souber sobre o que orar, procurar um Salmo e ler em voz alta. Ao orar com suas palavras, você toca o poder de Deus e empunha sua espada. E Satanás baterá em retirada, ele não pode ouvir a voz daquele que confia no Senhor Jesus.

A batalha pela vida, pelos filhos, pelo marido, pelos amigos,pela família, pelo trabalho, pela saúde, sempre deverá ser travada de joelhos. Quando não oramos, é como se ficássemos sentadas observando os que amamos andarem por uma zona de conflitos e guerra. No entanto quando de fato oramos, estamos na batalha ao lado deles, apropriando-nos do poder de Deus para favorece-los.
Devemos orar ao Pai e agradecer em nome do Filho de Deus Jesus Cristo:
Pai, eu te agradeço porque tua Palavra sempre realiza o propósito para o qual tu a enviaste. Ajuda-me a incluir Tua Palavras nas minhas orações de modo que elas se tornem uma poderosa arma contra a qual o inimigo não pode prevalecer.

Conheça os cursos de Teologia da Faculdade Teológica Nacional:

Curso de Pastor Evangélico
Bacharel em Teologia Bíblica