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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

CENTRO DE PROJETOS AMBIENTAIS DA BSGI



CEPEAM
Centro de Projetos e Estudos Ambientais do Amazonas

Relatório do projeto agroflorestal de Novo Aripuanã
Autor: Jomber Chota Inuma (Cepeam)
Coordenador: Charlles Osawa (Cepeam)
Projeto concluído em 2003

O SAFs em Novo Aripuanã – Rio Madeira, foram estabelecidos experimentos Agroflorestais no Sítio chamado “Cascalheira”; com aproximadamente 50ha. Antes da implantação dos SAFs fez-se um inventário das espécies vegetais, onde verificou-se uma densidade muito baixa de espécies de valor econômico produzindo óleo, madeira, fibras, resina e frutas. Estas florestas foram extremamente exploradas principalmente na extração de óleo (Copaíba e pau-rosa) e madeira (copaíba, Angelim, cardeiro, louro, jacareúba ,etc.). Em razão destas atividades de extrativismo não serem controladas nem manejadas, reduziram-se drasticamente a densidade das espécies de valor econômico.

Uma das formas tradicionais e adequadas para recuperar estas áreas é através dos SAFs. É um sistema de consórcios de plantas lenhosas e não lenhosas (anuais, semiperenes e perenes), e que as mesmas ajudam a proteger o ecossistema, principalmente á erosão do solo. Estes sistemas foram adotados de acordo aos modelos tradicionais usados pelos (colonos) assentados ao longo da estrada Novo-Aripuanã-Apuí.

O sistema tradicional utilizado por estes agricultores obedece a seqüência: roçado, derruba, secagem, queima e semeadura. Notou-se que o 90% dos colonos assentados a longo desta estrada desenvolvem agricultura e pecuária principalmente de autoconsumo.


Áreas degradadas/
abandonadas após
queima e cultivo.

O Projeto SAFs implantado pelo CEPEAM vem incentivando ações de recuperação em áreas degradadas, para assim poder contribuir com a reutilização destas áreas estimadas em 40 milhões de ha em toda a Amazônia. Este projeto foi implantando em 1997 ocupando uma área de 50ha, divididos em 10 parcelas que serão descritas a seguir.

Implantação dos SAFs.

Tabela 1: Principais culturas consorciadas por parcela.
(clique no título da tabela para visualizar os dados)


Produção de mudas provenientes dos
resultados obtidos
no cultivo em SAFs.
queima e cultivo.

Para as parcelas (1, 2, 3, 4 e 5), no inicio do plantio (1996 e 1997) teve início com culturas anuais, principalmente mandioca e banana. Em (1998) foi plantada a pupunha a diferentes espaçamentos, sendo o mais representativo a 1,5mx2m. Finalmente em janeiro de 2000 foram plantadas as espécies madeireiras, (Tabela, 1).

Tipos de consórcios (arranjos)

- Para as parcelas; 1, 2, 3, 4 e 5 temos consórcio da pupunha e espécies madeireiras com 9 espécies, (Tabela,1).

- Na parcela 6; temos faixas de enriquecimento com palmeira (Açaí-do-pará).

- Na parcela 8; temos consórcio de uma leguminosa rasteira (pueraria), a mesma que ajuda a fixar nitrogênio ao solo, 2 espécies madeireiras (uma exótica e uma nativa) e 14 espécies frutíferas.

- Na parcela 9; temos consórcio de duas leguminosas lenhosas, 2 espécies madeireiras e 11 espécies frutíferas.

- Na parcela 10; temos sistema de faixas de enriquecimento em linhas, com 10 espécies entre fruteiras e madeireiras.
Por tanto, temos cinco tipos de consórcios ou arranjos na área experimental “Cascalheira”.

3. Densidade de espécies por unidade da área

Tabela 2: Densidade de pupunha por unidade de área.
(clique no título da tabela para visualizar os dados)

Este trabalho apresenta as densidades das pupunhas segundo as suas variedades (sem espinha e com espinha), por blocos e por hectare. As médias das pupunhas sem espinha variam por bloco entre um máximo de 32.2 e um mínimo de 18.6 plantas, enquanto que as pupunhas com espinha, variam por bloco entre um máximo de 2.6 e um mínimo de 1.6 plantas.

Estas mesmas comparações podem se observar quando calculamos as médias (totais, touceiras, sem espinha/ha, com espinha/ha, total/ha. e touceira/ha.). As densidades variam de acordo a número de plantas por unidade da área.

Como o método foi sistemático, observamos não aparecem as espécies madeireiras em todos os blocos, tendo baixa densidade de sobrevivência. Esta baixa densidade de sobrevivência deve-se principalmente a cobertura fechada das pupunhas, não permitindo a entrada de luz para as espécies madeireiras, precisasse fazer um desbaste para liberar a entrada de luz. Estas espécies madeireiras foram encontradas nos mesmos blocos das pupunhas.


Blocos com plantio de pupunheira
(Bactris gasipaes).


Consórcio entre três espécies
(pau-rosa, teca, pupunha).

Na parcela 8, se fez o levantamento total das plantas em toda a área. Podemos observar que, as primeiras 10 espécies apresentam maior densidade e as outras cinco restantes apresentam baixa densidade. Esta baixa densidade de plantas foi causada por dois fatores: uma pelas queimadas e outra pelo ataque das formigas (Saúvas). O 50% das espécies frutíferas já estão produzindo, em esta parcela apenas se contou o número total de plantas.

Na parcela 9, o método aplicado foi sistemático igual que nas parcelas das pupunhas, se marcou 5 pontos (blocos), cada bloco de 10m x 10m se registrou os mesmos parâmetros que fizemos com as pupunheiras. Figura 1.


Figura 1.

Para o calculo da densidade das espécies, contaram-se os 5 blocos somando uma área total de 50m x 50m. Observou-se que algumas espécies apresentaram maior densidade que outras. A baixa densidade, foi causada principalmente por dois fatores: uma pelas queimadas e outra pelo ataque das formigas (saúvas).

5. Espécies anuais, bianuais e perenes implantado no SAF’s.

Tabela 5. Espécies nativas e exóticas implantado no SAF’s.

(clique no título da tabela para visualizar os dados)