HISTÓRIAS DAS RELIGIÕES – A RELIGIÃO DOS POVOS PRIMITIVOS
A religião está
na base da vida de cada um povo; as relações sociais entre os homens e lhes
consagra os momentos da existência. O
fenômeno religioso possui uma psicológica única, determinada por aquele sentido
ou sentimento que impele todo ser pensante a estabelecer uma relação intima com
um espirito superior, a divindade, da qual reconhece o domínio e com a qual ama
sentir-se unido.
Submetendo-se,
por instintiva sujeição, as leis do Ser supremo, o homem procura estabelecer
com ele as melhores relações e procura, por meio de preces, promessas e sacrifícios,
esconjurar-lhe a cólera e obter-lhe a proteção.
Todavia, se o
senso ou sentimento é fenômeno humano e social comum a todos os povos da terra,
os modos de imaginar a divindade, os ritos e as práticas individuais para
propicia-las, foram e são diferentes entre civilização e civilização, entre
povo e povo.
O ESTUDO DAS RELIGIÕES E AS VÁRIAS ESCOLAS
Em busca das
origens da fé e de suas várias manifestações, pretende o Estudo das
Religiões pesquisar, como sempre o fez em todos os tempos, com o maior interesse.
Poder-se-ia até dizer que tal pesquisa segue o processo geral do pensamento
humano, mesmo se associando a outros estudos e completando-se com eles.
Entre os
historiadores da antiguidade, que se ocuparam com a religião dos povos, deve-se
citar Herôdoto (séc V, a.C.) que descreve estranhos cultos praticados em
longínquos países, assimilados, como afirmaria mais t6arde Plutarco, pelo mundo
greco-romano.
Outro historiador notável é Agostinho ou Santo Agostinho que, em “De Civitate Dei”, ao defender a verdade cristã, examina, embora brevemente, as demais religiões. Com a Renascença e com as grandes descobertas geográficas, aumentou a curiosidade de estudar ouras diferentes religiões e suas manifestações religiosas, também em relação as populações cuja existência recentemente se conhecera. Todavia, um verdadeiro e próprio estudo das religiões cientificamente aprofundado, teve início somente no início do século XIX, que viu a vitória da pesquisa cientifica em todos os campos do saber humano.
No oitocentos, graças às pesquisas e aos documentos fornecidos por filósofos, teólogos, historiadores, arqueólogos e etnólogos, foi finalmente possível, com um processo ordenado e sistemático, reconstruir o desenvolvimento dos fenômenos religiosos. No intuito de integrar tais pesquisas, os estudantes dirigiram sua atenção para aquilo que os missionários e os exploradores vinham relatando sobre os costumes dos povos selvagens com quem estiveram em contacto, considerando que este poderiam ser os continuadores de concepções pré-históricas ainda existentes.
“Em uma época distante de nós talvez milhares de séculos, os homens, impressionados por imanes fenômenos da natureza, conheceram, por inata disposição mental, a existência de um Ser supremo, dominador do céu e da terra. Esse instintivo censo do divino guio-lhes o espirito para a piedade religiosa e para a concepção do bem e do mal”.
“A prova que o senso de divindade é inerente a cada individuo no-la fornecem os selvagens, que vive nos mais remotos recantos da terra, desde o Yamanas, habitantes da Terra do Fogo a região mais meridional do globo, às mais nórdicas populações do Ártico. Os Yamanas invocam o Ser supremo chamando-o Watauinewa e Hitapuan, nomes que significam “Pai, meu pai, pai meu”
Surgiram,
assim, várias escolas e teorias, cada uma delas procurando explicar a seu
próprio modo as origens das religiões. Para citarmos somente as mais
importantes, mencionaremos a Escola Filológica, assim denominada porque seus representantes
se restringiam a documentação literária (e por isso muito avançada em confronto
aos primitivos), relativo aa às religiões indo-europeias; segundo o maior
expoente desta escola, Muller, o sentimento religioso teria despertado no homem
sob a impressão do sentidos dos fenômenos da natureza; a religião teria sido
percebida, ao início, de maneira vaga, sem uma precisa concepção de divindade (Enoteísmo)
e somente sucessivamente as passaria a concepção de um Ser supremo de ilimitado
poder (Monoteísmo) ou de varias potencias (Politeísmo) com florilégios
mitológicos.
Mas a teoria
aguentou muito parcialmente a crítica porque, se podia ser considerada válida
para os povos indo-europeus de cultura mais adiantada, não se poderia
aplica-las as populações inferiores e primitiva do mundo todo. Em meados do
sec. 19, sob a influencia do Evolucionismo materialista (teoria defendida por
cientistas como Darwin e von Naegeli) surgiu a Escola Antropológica, que sitiou
as religiões na base das observações sobre selvagens viventes.
Segundo teorias
expressas por essa escola, algumas práticas religiosas em uso entre os
selvagens encontram-se ainda hoje entre povos que alcançaram alto grau de
civilização. Isso significaria que religiões superiores teriam superiores
teriam evoluído após passares por um estágio inferior de que as citadas
sobrevivências seriam a prova.
Em nítido
contraste com a Escola Antropológica está à Escola Histórica, a qual não admite
pressupostos nem conclusões teóricas, mas exigem que os estudiosos enfrentem a
pesquisa baseando-se exclusivamente na realidade histórica dos documentos e
sigam um processo lógico, despido de preceitos. O mérito dessa escola é ter
trazido à luz o fato de que também entre populações viventes, em um estado
ínfimo de civilização, se encontram concepções religiosas puras e elevadas.
Outra
contribuição ao estudo geral das religiões foi dada pela Escola Sociológica, a
qual pôs em relevo a influência que a sociedade religiosa exerce no indivíduo e
reconheceu a tendencia de toda religião em organizar-se em comunidade (ou seja,
em igreja). Foi, ao invés, segundo a qual a religião não seria mais do que um
fenômeno social e, o “senso da divindade”, uma necessidade das massas e não do
indivíduo.
COMO SE
DISTINGUEM AS RELIGIÕES DO MUNDO (Caracteres comuns)
Quem queria
traçar um quadro das religiões do passado e do presente deve, antes de tudo,
classifica-las em duas (2) categorias:
Religiões
inferiores, entendendo-se por “inferiores” aquela mais pobres de conteúdo
espiritual, caracterizadas pelos seus ritos rudes e superstições, e religiões
superiores, inspiradas em conceitos morais e sustentadas por elevados princípios
dogmáticos.
Outra diferença
de capital importância é aquela que diz respeito à concepção do Ser divino,
pelo qual se distingue as religiões monoteístas daquelas politeístas. No Monoteísmo,
realmente, a divindade não só como uma, mas como exclusiva. Somente de seu
poder, que é ilimitada, depende a origem do mundo e de sua existência; somente
dela se aguarda o juízo final para todas as obras terrenas. Diferente é a Monoteísta,
que, mesmo admitindo várias divindades, dirige o culto a fé. Mas uma concepção
não exclui necessariamente a outra e até se encontram, geralmente, associadas
sem contraste algum.
Entretanto, na
base de qualquer forma de culto, subsistem alguns elementos comuns, que se
encontram seja nas religiões do passado seja naquelas do presente e nas
religiões inferiores bem como naquelas superiores:
1)
A concepção de uma ou mais divindades,
superiores e independentes de qualquer forma humana;
2)
O conceito de sagrado, pelo qual a divindade é
respeitada e venerada. A ela se deve completa submissão e com ela se deve
completa submissão e com ela é possível comunicar-se espiritualmente;
3)
A função religiosa, pela qual se adora e se
propicia a divindade;
4)
O oficio de um sacerdote, que superintende ao
culto e ao qual e confiada a custodia e transmissão da fé;
5)
O sacrifício, que pode ser material ou
espiritual (espiritual), e que é efetuado tanto para expiar os pecados como
para impetrar graças;
6)
O lugar sagrado, ligado ao culto, que pode
encontrar-se tanto ao ar livre como em local fechado (templo).
Fonte de pesquisas: Encliclopédia Ilustrada Trópico, vol. 8 pag 1369 doc 403. De acordo com a lei 9.610/98, 19/02/1998. Seu conteúdo traz lista das obras protegidas a criação e direitos autorais, ou também se trata sobre o tema como o Decreto Nº 9.574/18