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segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Martinho Lutero o Reformador Religioso

 

LUTERO, MARTINHO (1483-1546).
Comemoram os 500 anos da Reforma protestantes, ou reformador religioso alemão, nasceu em Eisleben, Saxônia. Seus pais, camponeses pobres, mas esclarecidos, desejavam que o filho fosse advogado e não mediram sacrifícios para manda-lo estudar.
Lutero criou-se numa atmosfera piedosa, baseada nas crenças religiosas e nas superstições do seu tempo. Aos 14 anos, transferiu-se para Magdeburgo, a fim de continuar os seus estudos, e, de acordo com os hábitos da época, ganhava a vida como cantor ambulante.
Tornou-se depois, aliás, um dos mais admiráveis hinologistas e um dos maiores músicos de seu tempo. Ao terminar o ano escolar, dirigiu-se para Eisenach, onde uma família local o acolheu.
Concluído os estudos preparatórios, que duraram três anos, ingressou na Universidade de Erfurt, em 1501. Em 1502 obteve o grau de bacharel em Artes, e em 1505 licenciou-se. Levado pelo desejo paterno, começou a estudar Direito em 1505. Dois meses depois, muda de ideia e entra para Ordem dos Agostinianos.
Depois de estudar Teologia durante dois anos, ordenou-se sacerdote e começou a viver como professor de Ética na Universidade de Wittenberg. Esteve sete meses em Roma, em 1510,a fim de tratar de alguns assuntos de sua ordem, voltando de lá impressionado com a falta de espirito religioso e de moralidade do Vaticano. Em 1512, doutorou-se em Teologia pela mesma Universidade de Wittenberg.
Em outubro de 1517, indignando-se contra a mercantilização das Indulgencias, publicou 95 proposições (teses) relativas à doutrina e aos abusos cometidos na sua pregação. (V. Reforma e Contra Reforma).  Submeteu suas teses a debate, afixando-as à porta do Castelo de Wittenberg, onde eram colocados os avisos da universidade.
Foi extraordinária a rapidez com que as suas teses se tornaram bandeira de uma crescente rebelião contra a Igreja Católica. O vidente modo como foi tratado determinou seu progressivo afastamento de Roma.
 As Indulgências eram uma espécie de perdão dos pecados e das faltas menores que a Igreja concedia as pessoas, em troca de certos favores.
Lutero, baseando-se nos motivos teológicos e bíblicos, discordava desta maneira de se obter perdão. Mostrava que o perdão, evidentemente, não podia ser uma coisa comprada pelo pecador: era um dom, um presente gratuito de Deus, obtido pelo mérito de Cristo, mediante a fé do crente. Segundo Lutero, o que ocorria, então, era um ”trafico mercenário de perdão”.
Inicialmente, Lutero, segundo parece, não se dava totalmente conta do alcance de suas ideias. Entrementes, estas empolgavam a Alemanha, criando um grupo de admiradores de sua pessoa e de sua atitude. O dominicano Johann Tetzel combateu acremente suas doutrinas, acusando-o de heresia e de cisma. Um oponente ainda mais veemente foi Johann  Eck, que, num debate publico com Lutero, obrigou-o a declarar que tanto os papas como os concílios podiam incidir em erro. Tal declaração leva Lutero definitivamente para o campo contrário ao da |Igreja Católica, que afirma a infidelidade de ambos.
Condenação de Roma O Papa Leão X, mesmo julgando que se tratava de uma disputa entre frades, condenou severamente o reformador. Em junho de 1520, numa bula, declara-o herege, condenando-lhe, ao mesmo tempo, um prazo irrevogável de 60 dias para  retratar-se. Em vez disto, o monge rebelde Lutero expos, com mais clareza ainda, os seus pontos vista em três tratados:
1º Discursos à Nobreza Alemã;
2º Do Cativeiro Babilônico da Igreja;
3º Da Liberdade Cristã.
Depois destas obras era já impossível qualquer reconciliação. O Papa apela para o imperador católico Carlos V, que reúne a Dieta de Worms  (reunião dos príncipes e bispos alemães). Lutero, chamado à mesma, confessou-se separado de Roma e disposto a defender seus pontos de vista.
Seus partidários, temerosos de represália, levam-no ocultamente para o “Castelo de Wartburg”, sob o pseudônimo de Junker Georg, Foi aí que principiou a tradução da Bíblia para o alemão e começou, ao mesmo tempo, a escrever contra a Igreja Católica. Ao sair do seu retiro de Wartburg, então não pode mais controlar o movimento popular-religioso orientado por suas ideias, nem impedir a divisão dos seus partidários.
CASAMENTO:
Em junho de 1525 casou-se com uma  ex-freira, Katherine von Bora, com qual teve seis filhos. Passou seus últimos anos no antigo Convento de Wittenberg. Nunca se preocupou com a saúde, até que,  finalmente, após uma curta enfermidade, faleceu aos 63 anos, no pequeno povoado de Eisleben, onde havia nascido. (A.X.T.)

Fonte: William Benton, Editor
Pesquisa: Encl. Barsa Britânica vol. 8 pags 399-400
Conforme lei 9610/98, Ecad  Dec. Lei 8.469/15