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domingo, 31 de agosto de 2025

Igrejas Masculinizadas, Ordenação de Mulheres ao Ministério Pastoral.

 FIDELIS, Valdeci. Igrejas masculinizadas, ordenação de mulheres ao Ministério Pastoral. 2021

Agradecimentos. Agradeço ao bondoso criador e Senhor de todas as coisas Deus, pelo amor que tenho acerca da missão de Deus aqui na terra, no Ide, bem como a gratidão expressa a minha família, minha esposa, meus filhos, meu ministério, amigos, (5) professores igrejas acolhedoras na missão, os irmãos em Cristo que continuam à fazer parte de minha caminhada cristã. 
Não quero cometer erros de nomes então não citarei; porém saibam que a jornada se tornou ainda mais interessante, quando ao concluir este trabalho os que estão junto conosco, saibam que o amor em Cristo é fraterno e dura para sempre conforme a palavra do Senhor.
PREFÁCIO 
A Nobre virtude da humanidade tão necessária ao homem nesta vida moral!
Não sem razão se diz ser a base e o fundamento de todas as outras sem ela não é verdadeira virtude. Bem que seja a primeira, visto que o amor de Deus e a caridade a excedem em dignidade e primazia, no entanto existe tal conveniência e simpatia entre a caridade e a humildade em quem permanece não é mister para nós a tarefa das virtudes prestar atenção atual a todas. Enredar por demais os pensamentos e os afetos, mas a humildade e caridade são as principais cordas a que se anexam todas as outras, firmando-nos bem nestas duas, (caridade e humildade), na mais baixa e na mais alta garantida com a certeza estará a conservação de toda edificação de nossa construção, neste edifício que depende da fundação e do teto. Quero dizer, estando o nosso coração aplicado ao exercício destas duas virtudes, (caridade e humildade) não haverá grandes dificuldades em acertar com as outras. Sendo fiel servidor de Cristo, com o desejo ardente de generosa imitação no ouvi, e no agir, e no coração, lembrando a frase de Newton: “Mais valem os exemplos do que os preceitos" em resumo quero dizer "Pregar e escrever belas coisas sobre a humildade de pouco vale, o que importa é vivê-la". (John Newton)
O reino de Deus é comparado a um tesouro escondido no campo: "O tesouro, uma vez, descoberto é escondido a fim ser conservado" nunca vamos encontrar sem primeiro os procurarmos guardar no coração ciosamente, mostrando ao próximo um digno exemplo de ser imitada não devemos fugir as humilhações, para agirmos sermos mais humildes, é preciso se assemelhar a Jesus Cristo em tudo. Principalmente nas vossas humilhações, quero crê que todos os irmãos na fé, Jesus vos amam, Eu não sei como podem não querer se assemelhar a vós, mas sempre penso que devemos falar alguma coisa a seu amor porque, Deus nos exaltará no tempo de sua visita, amor e abjeção é a raiz da paz e da alegria.
Humilhar-se é muito, ser humilhado é tudo, é o caminho mais seguro e rápido para a glória, se não o de Nosso Senhor Jesus Cristo de quem diz o Apóstolo Paulo: em Felipe 2.8-9 "Humilhou-se até a morte e morte de cruz, por isso Deus o exaltou e lhe deu um nome acima de todo o nome". Assim sem humildade não há virtude, é vício, é timidez, é subserviência, é covardia, obediência não só é toda a virtude, mas faz que sejam virtudes as que não são.
Entendo são já reconhecidas as doutrinas pentecostais, e estão buscando informações para que muitos trabalhos de conclusões acadêmicas com foco na
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relação entre a igreja pentecostal e a ideia de "igreja masculinizada", esse tema é bem interessante e com diversas nuances a serem ainda exploradas.
Quero enfatizar a intenção do direcionamento chamar atenção ao trabalho, busquei pensar em algumas questões e possíveis abordagens que são relevantes aos assuntos pesquisados neste trabalho de conclusão:
Linhas de Investigação para entender: A construção da Masculinidade no Pentecostalismo, como as igrejas pentecostais moldam e promovem os ideais específicos de masculinidade entre seus membros, procurar pesquisar quais são os papéis e expectativas atribuídos aos homens dentro da comunidade religiosa, que apenas eles detêm o poder no regimento interno do ministério.
Achar que "Crise da Masculinidade" na Igreja, muitos ministérios se dizem pentecostais; observar que precisamos entender em que medida o discurso da "crise masculinidade dominantes nas igrejas" influência das práticas e ensinamentos nas igrejas pentecostais, que rejeitam autoridades eclesiástica com embasamento nas Escrituras, onde Paulo fala: em cristo não há homem nem mulher, nem grego, nem escravos, somos iguais estando na presença do Senhor. Como a igreja se posiciona em relação a questões de identidade de gênero e papéis masculinos na sociedade contemporânea?
LEITURA DA BÍBLIA NOS FIRMA NA FÉ EM JESUS COMO SALVADOR
São necessários toda liderança masculina discuta poder: Qual o papel dos homens na liderança eclesiástica pentecostal, aonde a predominância masculina na liderança influencia a dinâmica e a cultura da igreja. Existem tensões ou debates sobre a participação feminina na liderança? Ainda são perguntas que precisam ser esclarecidas do ponto de vista “Eclesiásticos”, onde polêmica é muito acirrada entre as lideranças, uns dizem concordar, e outros não concordam.
Discursos sobre família ética e sexualidade: Como trabalhar a teologia bíblica Deutero-pentecostal nesse pensamento com que vista as igrejas pentecostais associam a abordagem destes temas tão discutidos no pensamento relacionados à família, casamento e sexualidade masculina? Existem ensinamentos específicos direcionados aos homens nesses aspectos?
A ênfase em uma "igreja masculinizada" se manifesta no engajamento social e político dos membros e líderes pentecostais. Existem pautas ou posicionamentos específicos de assuntos relacionados à masculinidade? Quais são as respostas apresentada neste contexto para justificar porquê do descredenciamento feminino perante Cristo e a Igreja para liderança ministerial na igreja de Jesus?
São grandes as variações regionais e denominacionais: Existem diferenças significativas nos conselhos nivelando as mulheres como ser submissas forma como diferentes denominações pentecostais, elas abordam a questão da masculinidade,
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há variações regionais no Brasil sim ou não? São os conselhos doutrinas internas do ministério
A perspectiva das da esperança das mulheres: Elas mulheres dentro das igrejas pentecostais percebem e vivenciam essa possível ênfase na masculinidade, existem vozes femininas que questionam ou promovem outras perspectivas? Como investigar essas questões com uma metodologia.
Pesquisa bibliográfica: São necessários trabalhos acadêmicos sobre pentecostalismo, estudos de gênero, masculinidades e religião. Pesquisas em artigos, livros e teses que abordem temas relacionados, que já permeiam a longos tempos como exclusão dos pronomes.
É preciso realizar entrevistas com membros e líderes de algumas igrejas pentecostais para compreender suas perspectivas e experiências em relação a masculinizar nivelando por baixo as mulheres. A observação participante em cultos e eventos também pode ser valiosa, pois elas são quem conduzem as campanhas de evangelismos desde sua fundação embasado em Pentecoste da Rua Azusa.
Análise de discursos, examinados sermões, materiais de divulgação, websites e outras formas de comunicação das igrejas pentecostais para identificar os discursos sobre masculinidade presentes, vamos achar muitos embasados nas convenções e sínodos, sabemos que este é um campo de estudo rico e complexo mas podemos investigar. Ao definir seu tema e metodologia, devemos ter cuidado a delimitar bem o objeto de pesquisa para conseguir realizar uma análise consistente e aprofundada, vemos muito isso ser um poder masculino dentro das igrejas onde os homens são os senhores das mulheres.
Pode parecer pergunta, mas por que muitas igrejas pentecostais não aceitam mulheres no ministério pastoral, apenas os homens, a não aceitação de mulheres no ministério pastoral por muitas igrejas pentecostais são embasadas em uma questão que tem uma complexidade, que se encontra enraizada com base em interpretações bíblicas específicas e tradições teológicas. Ela a ser investigado como princípios os fundamentos das doutrinas bíblicas e contemporâneas como ela está nos principais argumentos para essa postura geralmente se baseiam em:
A Bíblicas em certas passagens, precisam de uma boa interpretação do Novo Testamento que são frequentemente citadas, no livro de 1 Timóteo 2:11-14 ("A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição. Não permito que a mulher ensine, nem que tenha autoridade sobre o homem...") e 1 Coríntios 14:34-35 ("As mulheres fiquem caladas nas igrejas, pois não lhes é permitido falar..."). Essas passagens são interpretadas por muitos como restrições diretas 4ao ensino e à liderança feminina na igreja. Com essas passagens em 1 Timóteo 2:11-14; 1 Coríntios 14:34-35, muitas
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igrejas fazem uso delas como regimentos internos, doutrinando o que devem serem permitidos ao ministério ou aos ministérios. Conf. Gl. 3:26-29; 1Co. 11-14; 1T2:8-15
SÍNTESE DA FÉ CRISTÃ
 Conclusão os Papéis de Gênero Complementares, tese de defesas:
Uma visão comum é a de que homens e mulheres possuem papéis distintos e complementares na igreja e na família, com a liderança espiritual primária sendo designada aos homens. Essa perspectiva, conhecida como complementaríssimo, enfatiza a igualdade de valor entre os sexos, mas com diferentes funções.
Analogia com o Ministério de Jesus e os Apóstolos: Alguns argumentam que, como Cristo Jesus escolheu apenas homens para serem seus doze apóstolos, e a liderança da igreja primitiva era majoritariamente masculina, isso estabelece um padrão para a liderança pastoral. Naquela época eram os homens quem tinham os poderes para “atar” e “desatar”, hoje a visão e a graça é para todos.
A Tradição Denominacional: Em muitas denominações pentecostais, a não ordenação de mulheres ao pastorado se tornou uma tradição estabelecida ao longo de sua história, influenciando a cultura e a prática da igreja em termo gerais no país. É importante notar que essa não é uma visão unânime dentro do movimento pentecostal, porque muitas igrejas e líderes pentecostais defendem a ordenação de mulheres, argumentando que:
A Bíblica enfatiza com clara e a Igualdade, “Ministério Feminino” Passagens como Gálatas 3:28 ("Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todas vós sois um em Cristo Jesus") são usadas para argumentar pela igualdade fundamental entre homens e mulheres em Cristo. O Novo Testamento também menciona mulheres exercendo papéis de liderança e ministério, como Febe (diaconisa em Romanos 16:1-2), Priscila (que ensinava com seu marido Áquila em Atos 18:26) e as profetisas (Atos 21:9).
O Dom do Espírito Não Faz Acepção de Pessoas: Acreditam que o Espírito Santo capacita homens e mulheres com dons ministeriais, e restringir o ministério pastoral com base no gênero limita o potencial da igreja.
Contexto Histórico e Cultural das Passagens Restritivas: Alguns estudiosos argumentam que as passagens em 1 Timóteo e 1 Coríntios precisam ser entendidas dentro de seu contexto histórico e cultural específico, e não devem ser aplicadas de forma universal e literal para restringir o ministério feminino hoje.
Dentro do próprio movimento pentecostal no Brasil, por exemplo, existem diferentes posicionamentos. Algumas das maiores denominações ainda não ordenam mulheres ao pastorado em nível nacional, enquanto outras convenções regionais ou igrejas independentes já o fazem. Há um debate em curso sobre essa
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questão, com diferentes interpretações bíblicas e visões sobre o papel da mulher na igreja.
Em resumo, a não aceitação de mulheres no ministério pastoral em muitas igrejas pentecostais se deve principalmente a interpretações específicas de certas passagens bíblicas, a uma visão de papéis de gênero complementares e à tradição denominacional. No entanto, essa questão é objeto de debate e diferentes igrejas pentecostais têm práticas e entendimentos diversos sobre o papel da mulher na liderança da igreja.
São necessários uma introdução de pensamento e compreensão humanizado e igualitária como diz Paulo. A Informação é um combustível para preencher e mudarmos seja o mundo, seja o curso das ações e introduzir a imagem promotora e mobilizadora da missão evangelizadora, para mobilizara-la necessário se faz, antes, informar-se e formar. Hoje temos muitos meios de se comunicar, que mostrou que a obra de Cristo avançou nos últimos duzentos anos como nunca visto nos dois milênios de Jesus.
As informações que temos como internet, a Bíblia nas plataformas de áudios instruindo os analfabetos, o rádio, a TV, o evangelho já chegou a todo o mundo, agora são as pessoas e os locais de mais difícil acesso, e são muitos o que resta ainda para igreja moderna ainda seguindo essa metodologia moderna, são preciosos os conhecimentos para esclarecer tais realidades e urgências é a obrigação de o conhecer de Deus.
1 - “Qual deve ser a nossa atitude em relação ao Espírito Santo, e como devemos venerá-lo? A devoção para com o Espírito Santo tem que ser dupla: uma parte é negativa, devemos desonrá-lo; a outra é positiva, devemos honrá-lo.”
2 – A primeira Carta de Paulo aos Tessalonicenses, (I.5,19) resume em duas palavras, diz:” Não extingais o Espírito Santo” e aos Efésios, (4,30) “Não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual foste selados para o dia da redenção".
3 - Não apagar o Espírito Santo em nós pelo pecado mortal; não extinguir os efeitos de sua inhabitação (morada de Deus dentro de nós) em nós, de sua ação sobre nós, pelo desprezo, descaso, negligenciam para corresponder às suas inspirações e os dons em nós. A fé que é gerada pela inhabitação do Espirito Santo em cada um de nós, pode gerar no homem e na mulher a entrar em comunhão com Deus. Uma habitação celestial veremos em 2 Co 5.1; os seus dez primeiros versículos no capítulo 5 onde o apóstolo Paulo discute sobre o vaso de barro (4.7), a ressurreição de Cristo (4.13-15) e o invisível como também o visível (4.18)
4 – Não entristecer o Divino Espírito, entregando-nos a pecados voluntários, ainda que leves em si.
5 – Como havermos de honrá-lo. Antes de tudo fiquemos com o que já fazemos, porém, aproveitemo-lo melhor com o fim de aumentar e aperfeiçoar esta devoção, assim tem a glória do Culto em Cristo e da oração.
10.  Pode-se observar pelosimples fato de Paulo dirigir-se sucessivamente aos escravos e senhores como membros iguais da igreja e descrever o relacionamento entre eles como sendo de responsabilidade mútua, o quanto esta postura significou uma revolução. De maneira alguma ela podia ser conciliada com a posição do escravo no mundo daquela época e nem dentro do judaísmo. [...] Não se pode negar que, ao mesmo tempo, foi introduzida uma enorme tensão na escravidão como sistema social, mas ainda assim, isso deve ser visto, tanto quantos podem entender, mais como uma consequência do que como um objetivo deliberado das admoestações de Paulo. (RIDDERBOS, 2014, p. 348).
 A tese da sujeição da mulher nos escritos de Paulo adota a mesma linha do que foi dito acerca da poligamia e da escravidão. Ele acompanha a ideia principal de que os cristãos (a Igreja) vivem em duas eras ao próprio tempo: a nova era inaugurada por Cristo, o seu Reino, e a antiga era dominada pelos resultados da queda no Éden. Em Romanos 5.12-21, ele denomina esta posição entre os que estão “em Cristo” e os que estão “em Adão”. Adão aqui não é apresentado bem como o homem da criação no Éden, mas aquele de quem o pecado entrou no mundo e ocorreu esta condição a todos os homens (v. 12). 
Estar em Adão é ser pecador e estar debaixo dos efeitos da queda. Estar em Cristo é ser constituído justo por ele (v. 19) e reinar em vida por meio dele (v. 17).
    Em primeiro lugar, Paulo coloca o princípio de igualdade das mulheres em semelhança aos homens, decorrente da nova era da salvação. Textos como Gálatas 3.28 e I Coríntios 13, são típicos neste sentido. 
Da própria forma como Jesus constituiu uma hierarquia de valores botando o amor e o termo respeito ao próximo em primeiro lugar (Mateus 22.35-40; 7.12), Paulo exibir os valores como do Reino de Deus com grande importância para a vivência da Igreja. Ela já vive na salvação de Deus e julga a cultura de acordo com estes padrões. 
Por conta de também viver na presente era, a Igreja tanto se adaptará à sociedade onde se encontra como também promoverá mudanças dentro dela. 80. O rompimento de todas as suas diferenças sociais em Cristo tem uma intensidade de impacto nesta mesma sociedade. Como já foi dito, os papéis sociais de Gálatas 3.28 permanecem os mesmos, mas sucedeu uma modificação interna, tantas vezes nas pessoas que participam desta fé, quanto no grupo que elas passam a agregar dentro da sociedade, que é a Igreja cristã. A fé em Jesus vai dizer que judeus e gentios são iguais neste Reino que pertence ao Senhor. Vai falar que, em Cristo, todos são livres, mesmo que temporalmente, alguns continuem escravos.
Vai falar que, ainda continuem com a sexualidade que a natureza lhes deu, são hoje iguais e não há mais superioridade de uns em relação a outras. Com o aumento da Igreja cristã e sua influência, chegou o momento em que as próprias sociedades humanas se apegariam aos princípios advindos desta doutrina e declararia uma afirmação universal dos direitos humanos, aboliriam a escravatura, instituíram o voto universal e a democracia, aplainariam a mulher ao homem com todos os direitos inerentes, e muito mais. Não é à toa que todas estas conquistas se deram em países de tradição cristã. O princípio de Paulo diz importância à Igreja, mas sem dúvida seria um progresso também para as sociedades por ela com a sua influência.
Esta visão de Paulo mudaria as sociedades. A ampla tragédia para o cristianismo é que sua Igreja, na prática, receberia as implicações destes princípios de Paulo depois da sociedade, como foi o caso da escravidão e agora, da igualdade de homens e mulheres.
Em segundo lugar, Paulo respeita as culturas onde os cristãos estão inseridos. A cultura da época paulina é patriarcal. O marido/pai tinha todo o poder dentro da família, pois “as relações familiares eram de dominação pelo chefe da casa e de sujeição por parte da esposa, dos filhos e escravos e isso constituía a célula fundamental da construção do Estado, uma estrutura que se refletia nas classes e no status social” (MATOS, 2004, p. 79). Quando fala em I Coríntios 14 e em I Timóteo 2, acerca das reuniões da igreja, qual não seria a acanhamento, dentro de uma sociedade deste tipo, que as mulheres não trariam para a igreja e seus maridos se começassem a exercer autoridade sobre os homens e "tomassem aliderança em todas as reuniões. A igreja seria depressa mal vista por toda a 81 sociedade e isto poderia provocar em perseguição contra ela por parte da sociedade e do Estado. A abertura que Paulo tem em mente é o não dificuldade, por conta de desrespeitos à cultura do lugar, da salvação de todos conforme I Coríntios 10.32-33, não vos torneis causa de tropeço nem a judeus, nem a gregos, nem a igreja de Deus; assim como também eu em tudo procuro agradar a todos, não buscando o meu próprio proveito, mas o de muitos, para que sejam salvos".
Ao dizer não tornar causa de tropeço Paulo diz não afrontar os costumes que a sociedade da época pratica. Como o hábito da submissão da mulher era generalizado em todo o Império Romano, essa era uma regra que precisaria ser seguida. Por esta razão, Paulo não aceitava que a mulher ensinasse na igreja ou exercesse autoridade sobre os homens e dizia que ficassem caladas na igreja. Por este pretexto ainda, ele diz que os bispos precisam ser maridos de uma só mulher e “que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com todo o respeito” (I Timóteo 3.2,4). Na compreensão paulina, a Igreja ainda está nesta velha era, e participa da situação humana decorrente da queda.
No entanto, todas as ocasiões que Paulo subordina a mulher ao homem por questão cultural, ele equilibra instruindo os princípios da nova era em Cristo. No texto de I Coríntios 11, acerca do véu das mulheres, ele coloca os v. 11,12. Ele principia o v. 11 dizendo: “no Senhor”, a sugerir que antes ficava articulando da questão cultural local, mas atualmente fala da nova era. Sua argumentação é que homens e mulheres não são autônomos e os dois vêm de Deus. Em I Coríntios 14.34,35, as mulheres devem ficar caladas na igreja não podendo ensinar, mas podem profetizar e orar (11.5; 14.29-31). Em I Timóteo 2.9-15, onde a mulher não pode ensinar e nem exercer autoridade sobre homem, ele insere o v. 15 que diz respeito à “salvação” da mulher, ou seja, acerca da nova era em Cristo e que a faz ser protagonista no Reino de Deus. Até mesmo no texto acerca da família (Efésios 5.22-33), onde Paulo advoga abertamente o comando masculino, há compensações às mulheres. Se elas devem submissão aos maridos (v. 22), eles devem amá-las como Cristo amou a Igreja, ou seja, a ponto de se auto sacrificar em favor dela. 


CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO

domingo, 8 de junho de 2025

A IGREJA EM DECLINEO

 

Do livro de Tomás Halik - IHU. Falando teologia

Uma Igreja que buscasse hoje um projeto de restauração correria o risco de se tornar uma seita tradicionalista. A Igreja precisa de oásis de espiritualidade e de pessoas que consagrem sua vida aos seus cuidados, mas a Igreja não pode e não deve criar uma ilha de contracultura na sociedade.

O comentário é do padre italiano Gabriele Ferrari, responsável pelo Centro de Formação Permanente dos Padres Xaverianos, ex-superior geral dos xaverianos por 12 anos e ex-missionário em Burundi, ao comentar o último livro de Tomáš Halík.

O artigo foi publicado em Settimana News, 14-03-2023. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o artigo.

Li com crescente interesse – embora certamente não seja uma leitura amena... – o livro “Pomeriggio del cristianesimo. Il coraggio di cambiare” [Tarde do cristianismo: a coragem de mudar] (Edizioni Vita e Pensiero, 2022, 275 páginas), de Tomáš Halík, que meu bispo me presenteou de Natal.

É um livro interessante que – como diz o subtítulo – tem como assunto a atual situação da Igreja, um tema que está hoje… quase na moda. São muitos os artigos que se fazem a pergunta sobre qual será o futuro da Igreja.

“Tarde do cristianismo: a coragem de mudar”, em tradução livre, novo

 livro de Tomáš Halík (Foto: Divulgação)

Halík se propõe a mostrar que as mudanças que ocorreram e estão ocorrendo são passagens históricas inevitáveis, porque estão inscritas na história. Portanto, não faz sentido se assustar e tentar voltar apressadamente para o passado.

Halík convida a Igreja a repassar a sua história e a ler nos acontecimentos em curso as indicações para o futuro empenho pastoral com um convite à esperança: a Igreja não está no fim, e a reforma à qual ela é chamada pelo Papa Francisco é o caminho para o seu futuro!

Saiba ler a mudança

Halík, teólogo, mas também sociólogo e psicólogo originário da República Tcheca, que hoje trabalha principalmente no mundo anglo-saxão, propõe uma maneira particular de interpretar a história, a kairologia. O novo termo – que vem de kairós – indica “a experiência hermenêutica teológica da fé na história” (p. 35), que recorda “a leitura dos sinais dos tempos” que se tornou práxis comum com o Concílio.

Partindo da constatação de que a nossa época não é uma época de mudanças, mas uma “mudança de época” (como afirma Francisco), Halík se propõe a ler nas mudanças atualmente em curso na vida da Igreja o rastro do desenvolvimento futuro e os novos compromissos da missão.

As mudanças atuais dão medo: as Igrejas que estão se esvaziando, a prática dos sacramentos que parece se apagar, os cristãos que abandonam, o desinteresse dos jovens e o desânimo dos educadores, as vocações aos ministérios ordenados e à vida consagrada que se tornam cada vez mais raras, a credibilidade pública da Igreja em declínio devido aos abusos e aos escândalos… são apenas sinais de uma crise e, ao mesmo tempo, de uma realidade nova que, nessa provação, vai ganhando forma na vida da Igreja.

Esses fenômenos não devem nos levar ao desânimo como se fossem sinais fúnebres. Na história de hoje, embora complexa, estão as sementes de um futuro que agora só podemos imaginar. Cabe a nós percebê-las e cultivá-las de forma positiva.

A jornada da Igreja

Não é minha intenção resumir aqui – e eu nem seria capaz disso – os muitos aspectos, termos e perspectivas que Halík aborda no livro, passando em revista as várias formas que a Igreja assumiu ao longo dos séculos. Quero apenas recolher aqui algumas observações e indicações concretas que emergiram da leitura para convidar quem quer compreender este nosso tempo a ler o livro inteiro. E vai perceber que vale a pena.

Acima de tudo, tenho que dizer uma palavra para explicar o título do livro, que certamente desperta curiosidade. O livro fala da mudança da fé e da religião ao longo de história bissecular da Igreja. Ele o faz distinguindo – o impulso vem da psicologia de C. Gustav Jung (cf. pp. 51–54) – três etapas na história do cristianismo: a primeira que ele chama de a manhã do cristianismo e é a era pré-moderna que corresponde ao tempo da chamada cristandade, quando a Igreja se estendia a tudo e a todos; a segunda etapa da história da Igreja, que ele chama de meio-dia, é caracterizada pela secularização progressiva, ou seja, pela emancipação das ciências e da política em relação à religião, essencialmente a era da modernidade; a terceira etapa é aquela que estamos vivendo, e que Halík chama de “tarde do cristianismo”, uma estação positiva (não nos esqueçamos de que, na linguagem bíblica, a festa começa na noite da véspera!) na qual o cristianismo está assumindo uma nova forma, aquela que nós podemos ver e que deixa muitas pessoas com muitas interrogações pesadas.

O tempo da cristandade já passou e acabou, está morto e sepultado, mesmo que existam cristãos, bispos, padres e fiéis que gostariam de ressuscitá-lo. A cristandade é sucedida pela modernidade, produto e fruto do Iluminismo europeu, um tempo de crise para a Igreja, em que a ciência e a política se emancipam progressivamente da tutela do magistério da Igreja, e os Estados modernos reivindicam sua autonomia.

Halík fala longamente e em detalhes sobre a “crise do meio-dia” no capítulo sexto do livro, significativamente intitulado “Escuridão ao meio-dia”. Nesse período, a religião e a fé sofrem um processo de secularização, enquanto o magistério da Igreja frequentemente se encontra em conflito com os poderes da ciência e da política. Essa etapa conclui-se idealmente com o Concílio Vaticano II, que – pelo menos nas intenções – reabre o diálogo com a ciência e com a política.

A crise: perigo e oportunidade

Nesse ponto, começa aquela que, para alguns, é uma nova crise, que é uma fase de transição e de amadurecimento, ao longo da qual a religião está mudando e assumindo formas novas, enquanto, para outros, está perdendo seus princípios.

Uma crise, portanto, mas que – como toda crise – envolve dois aspectos: perigo e oportunidade. Nessa etapa, vai desaparecendo um tipo de religião e de Igreja, enquanto está amadurecendo uma nova forma ou figura de Igreja, que ainda tem suas raízes na Escritura e na tradição, na espiritualidade e na missão, embora ainda esteja buscando a elaborando dia após dia os traços definitivos que só serão alcançados no último dia (natureza escatológica da Igreja).

Halík levanta a hipótese de que “a fé cristã alcançou a maturidade com a forma atual de religião e que as tentativas de empurrá-la para trás, para formas anteriores, são contraproducentes... O cristianismo como religio, encarnado na forma político-cultural da Cristandade, representa um passado concluído, e suas imitações nostálgicos levam apenas a caricaturas tradicionalistas. Nestes tempos em que mudam os paradigmas das civilizações, a fé cristã procura uma nova forma, uma nova morada, novos meios expressivos, novas tarefas sociais e culturais e novos aliados” (p. 62-63). Um caminho escatológico que, por sua própria natureza, ainda não terminou e só terminará quando “Deus for tudo em todos”, como escreve Paulo (1Cor 15,28).

O discurso de Halík atravessa todos os aspectos da religião e da cultura, da fé e da crença (doutrina), do religioso e do não religioso... também se torna complicado, mas vale a pena seguir o autor em suas argumentações, pois assim é possível descobrir que não estamos no fim, mas apenas em uma virada positiva do cristianismo, em que poderão ser recuperados – sem retrocessos inúteis e perigosos; pelo contrário, em sua plenitude – aqueles valores que outros acham que foram perdidos nesta passagem de época, para que a missão da Igreja se amplie e se aprofunde.

É nessa linha que se situa a reforma que o Papa Francisco laboriosamente está levando em frente, em particular o seu discurso sobre a sinodalidade, elemento constitutivo da Igreja que envolve a todos e a todas na missão em relação ao nosso mundo, uma reforma que visa a recuperar o rosto autêntico da Igreja em uma estrada que exclui um retorno para trás, mas oferece indicações para o futuro da vida da Igreja e também do mundo.

Novas perspectivas

Todos os 18 capítulos do livro são interessantes, nunca apenas teóricos ou “caídos de paraquedas”, pelo contrário, muitas vezes são deliberadamente provocativos, mas é perto do fim que o livro, quase como que para pagar sua dívida com a paciência do leitor, oferece algumas páginas que não deveriam ser lidas às pressas apenas para concluir o esforço. São páginas de uma clareza e uma perspectiva extraordinárias, que me abriram para a esperança e fazem do que desejemos fazer parte desse caminho.

Efeito de deformação profissional? Talvez, já que, em Burundi, eu lecionei eclesiologia durante anos (a eclesiologia do Vaticano II) a estudantes que, sempre que entravam na sala de aula, eu me perguntava se (e quanto) acompanhariam as minhas aulas de eclesiologia em francês.

Na minha opinião, os capítulos 15 (“A sociedade do caminho”) e 16 (“A sociedade da escuta e da compreensão”) são o ponto de chegada do livro de Halík e uma profissão de fé nesta Igreja de Jesus Cristo como ela está emergindo hoje.

Embora pareça justamente que a opinião pública – em geral – tem um olhar muito crítico e até sem esperança em relação à Igreja e à sua forma atual, Halík afirma que “a chave de todas as considerações sobre a Igreja é o paradoxo expressado por Paulo: ‘Nós temos este tesouro em vasos de barro’ (2Cor 4,7)”.

Depois de analisar muitos aspectos da crise contemporânea da Igreja, Halík identifica a “forma oculta à qual [a Igreja] foi chamada e que florescerá com base na nossa fé no fim dos tempos: aquele tesouro escondido em frágeis, empoeirados, lascados vasos do mesmo barro de que somos feitos, nós que formamos a Igreja” (p. 228).

O rio da fé saiu das margens do passado, e a Igreja perdeu seu monopólio; as instituições eclesiásticas não têm mais o poder de controlá-lo nem de discipliná-lo, mas “a Igreja, como sociedade dos fiéis, sociedade da memória, do anúncio e da celebração, no entanto, tem a missão permanente de servir a fé, e isso tanto com suas experiências históricas quanto com o poder do Espírito que habita e age também em vasos de barro” (ibid.).

Quatro conceitos eclesiológicos

Tomáš Halík vê na contemporaneidade quatro conceitos eclesiológicos aos quais é possível e necessário reconectar-se hoje, como bases sobre as quais é possível desenvolver a Igreja no futuro e para o futuro.

Eles devem ser mais aprofundados do ponto de vista teológico e inseridos na vida: a Igreja como povo de Deus peregrino na história, a Igreja como escola de sabedoria, a Igreja como hospital de campanha, a Igreja como lugar de encontro e de diálogo para o serviço de acompanhamento espiritual e de reconciliação.

- Acima de tudo, a Igreja como povo de Deus a caminho na história. É uma aquisição fundamental do Vaticano II, que conecta a Igreja de Jesus Cristo ao povo de Israel e a enraíza na história.

A Igreja, portanto, é um povo em movimento, lidando com as contínuas mudanças impostas pela história, um povo que é essencialmente escatológico, que só será plenamente uno, santo, católico e apostólico no fim de seu caminho, um povo no qual continuamente “se misturarão unidade e diversidade, univocidade e discórdia, santidade e pecado, universalidade católica e estreiteza e catolicismo culturalmente limitado, fidelidade à tradição apostólica e um labirinto de heresias e apostasias” (p. 232).

A história não é o céu, não é Deus, e nela não podemos evitar a tensão contínua entre o “já” e o “ainda não”.

A tradição eclesiástica distinguiu três tipos/situações da Igreja, a ecclesia militans, a poenitens e triumphans. Esquecer as diferenças escatológicas entre a Igreja terrena e a celeste já produziu no passado o triunfalismo e, hoje, uma nova forma patológica que o Papa Francisco não se cansa de denunciar e que chama com o termo de clericalismo.

- A Igreja como escola de vida e de sabedoria

Nos nossos países europeus, não domina mais a religião tradicional, nem mesmo o ateísmo, mas prevalecem o agnosticismo, o 'apateísmo' (indiferentismo) e o analfabetismo religioso. Com eles, embora numericamente menos importantes, estão o fanatismo religioso e o ateísmo dogmático que, em sua arrogância (“nós temos a verdade!”), não sentem mais a necessidade de buscar o Senhor.

A fé, ao contrário, é o caminho, o caminho da busca, enquanto o dogmatismo e o fundamentalismo, tanto religiosos quanto ateu, são becos sem saída, ou talvez uma prisão. Por isso, a Igreja, a sociedade cristã é chamada a se tornar uma escola, comunidade de vida, de oração e de ensino (como eram as antigas universitates medievais, nas quais vigora o princípio contemplata aliis tradere). Assim como nas antigas escolas, a disputatio é um elemento essencial, ou seja, a busca feita em conjunto, na qual se tenta chegar à verdade buscando juntos, em debates livres.

Para serem escolas de vida e de sabedoria, as comunidades cristãs deveriam, portanto, tornar-se lugares em que se procura unir a espiritualidade e a teologia, o diálogo e o cuidado espiritual. Assim deveriam ser as paróquias, os conventos, os movimentos.

A missão dos fiéis é redescobrir a presença de Deus nos movimentos da história “separando a fé do convencimento religioso, a esperança do otimismo e a caridade, da simples emoção. Educar para uma fé meditada e madura deve ter um aspecto não apenas intelectual e moral, mas também terapêutico: tal fé protege contra doenças infecciosas como a intolerância, o fundamentalismo e o fanatismo” (p. 234).

- O Papa Francisco gosta de usar a imagem da Igreja como “hospital de campanha”, uma imagem que deve nos acompanhar e inspirar nesta “tarde do cristianismo”.

A Igreja deve sair definitivamente do esplêndido isolamento que a caracterizou no tempo da cristandade e que tende a perpetuar ainda hoje. Ela deve entrar no mundo e se deixar encontrar nos lugares onde haja pessoas feridas física, social, psicológica e espiritualmente, para curá-las.

Existem feridas individuais e coletivas a serem curadas não apenas com as normas da moral, mas também com o potencial terapêutico da fé, com o evangelho da misericórdia, com a proximidade e a consolação.

Para diagnosticar as doenças, a Igreja se servirá da kairologia, a hermenêutica teológica dos fatos da história e da sociedade.

Além de fazer o diagnóstico das doenças do mundo, a Igreja deve tentar preveni-las o máximo possível, cuidando e limpando o terreno da sociedade, da família, da escola, do trabalho, ocupando-se da dignidade da pessoa humana, da justiça, da paz. A tarefa da Igreja hoje é empenhar-se na ecologia integral e na promoção da fraternidade e da amizade social (cf. encíclica Fratelli tutti).

- O quarto modelo da Igreja está conectado com a escola e com o hospital de campanha.

As estruturas atuais não são suficientes. A Igreja deverá multiplicar os centros espirituais, lugares de adoração e de contemplação, mas também de encontro e de diálogo, nos quais seja possível a todos os buscadores de Deus e da verdade (tanto religiosos quanto não religiosos, tanto cristãos quanto não cristãos) compartilhar sua experiência espiritual.

Hoje, muitos se preocupam com o progressivo desgaste da estrutura paroquial e gostariam de restaurá-la. Halík está convencido de que isso não adianta e não acha realista querer frear esse processo histórico, por exemplo importando padres do exterior; mesmo que um dia fossem ordenados viri probati ou mulheres, o processo de declínio das paróquias territoriais não pararia.

Escuta e diálogo devem ser oferecidos sobretudo aos chamados “nones”, pessoas que não pertencem a nenhuma categoria, não são ateus, não são crentes, mas estão em busca de um sentido/direção para suas vidas. Diante da crise da paróquia, não adianta e não funciona um projeto restaurador como o proposto por R. Dreher em “A opção beneditina, uma estratégia para cristãos no mundo pós-cristão” (Ed. Ecclesiae, 2021).

Uma Igreja que buscasse hoje um projeto de restauração correria o risco de se tornar uma seita tradicionalista. A proposta de “refugiar-se em um gueto, em um artificial parque arqueológico do passado diante da contínua necessidade de tomar decisões nas difíceis condições da liberdade e fugir da tarefa de viver na contemporaneidade é hoje uma sedução tentadora que aumenta a atratividade das seitas. A tempestade do medo ameaça a chama da fé, a coragem de buscar a Deus incessantemente de um modo novo e mais profundo” (p. 239).

A Igreja precisa de oásis de espiritualidade e de pessoas que consagrem sua vida aos seus cuidados, mas a Igreja não pode e não deve criar uma ilha de contracultura na sociedade.

Os discípulos de Jesus, antes de se chamarem cristãos, eram chamados de “o Caminho” (Atos 9,2). Hoje, a Igreja deve voltar a ser a “sociedade do Caminho”, deve desenvolver o caráter peregrino da fé para cruzar este novo limiar e acolher, escutar e compreender todas aquelas pessoas que procuram um sentido para sua existência: é isso que a preparação para o Sínodo de 2023-2024 está evidenciando (cf., por exemplo, o Documento sobre a etapa continental do Sínodo, n. 32-34, 38-40).

Comentário de Pietro, 14-03-2023

“A Igreja não pode e não deve criar uma ilha de contracultura na sociedade.” Frase-chave, na minha opinião. Esperemos que os novos antimodernistas entendam isso… A sensação é que o fato de ter confundido o “estar no mundo sem ser do mundo” com o “estar fora do mundo” é uma das causas da dificuldade que o ser humano moderno tem de se relacionar com a Igreja.

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