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sábado, 30 de dezembro de 2023

O QUE É SER UM TEÓLOGO

 A atitude de um teólogo diante de um incrédulo pode variar, mas muitos teólogos buscam abordar a situação com respeito, empatia e paciência. Eles podem compartilhar suas crenças de maneira gentil, promovendo o diálogo e a compreenção, em vez de adotar uma postura confrontativa. O objetivo muitas vezes é construir pontes de entendimento, respeitando as diferenças de perspectiva.

O teólogo precisa escrever muito e praticar as atenuanças entre discursões, aprendendo assim com sua crença de não obrigar ninguém seguir as suas ideologias, mas mostrar uma saída do problema. Ao se tratar de autoridade como polícia e justiça pode variar culturalmente, mas muitas vezes a sociedade a qual ele está inserido, buscam fundamentar suas leis jurídicas e o poder cível atuadas uma a outra, como principios éticos.

Na Bíblia, há muitas referências a principios morais e de justiça, como "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mateus 22:39). No entanto, podemos buscar ver a interpretação e aplicação desses principios podem deferir entre comunidades e sistemas legais.

A vida de Teólogo pode conduzir sua vida de maneiras diversas, dependendo de sua interpretação teológica e das sua escolhas; escolhas pessoais. Socialmente muitos e muitos teólogos buscam viver de acordo com os principios éticos e morais derivados de suas crenças religiosas. Isso pode incluir a prática da compaixão, busca de justiça social, ajuda ao próximo e engajamento em comunidade no entanto, as escolhas individuais podem variar, e diferentes tradições teológica podem influenciar as decisões de vida de maneira distintas.

Para ser teólogo, e ser reconhecido como teólogo, geralmente é necesário seguir a alguns passos são eles:

1. Educação Teológica. A formação acadêmica em teologia como bacharel em teologia é fundamental. Muitos teológos tem graduação em teologia ou estudos religiosos, e alguns  proseguem para pós-graduação como mestrado e doutorado. 

2. Estudo Contínuo A teologia é uma disciplina em constante evolução. A leitura de textos religiosos, escritos teológicos conteporâneos e participação em debates de cunho acadêmicos são essenciais para se manter atualizado. 

3. Sua Participação em Comunidades Religiosas: Muitos teólogos andam sempre envolvidos em comunidade de pensamento de fé religiosas, isso é que vale proporcionar suas ideias e uma oportinidade de se aplicar e testar ideias teológicas na prática.

4. Uma contribuição para o dialógo religioso é participar ativamente do diálogo inter-religioso e interdisciplinar pode enriquecer a compreensão teológica e promover  a tolerância religiosa. 

5. ENSINO E PUBLICAÇÕES: Alguns teólogos optam por compartilhar seu conhecimento por meio de publicações, palestras ou ensino. Contribuir para a academia e para a educação religiosa pode ser uma parte significativa da identidade de um teólogo.

Aquele que escolher seguir como um teólogo, o caminho para se tornar um teólogo pode variar, e diferentes tradições religiosas podem ter requisitos especificos. Além  disso, prática da teologia vai além de uma educação formal, com abordagens crítica referente as questões éticas e a religião.


quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

OS NOMES DADOS AO ESPÍRITO SANTO

 153 Em João a palavra é encontrada treze vezes nas palavras de Jesus e vinte e nove vezes na interpretação de João. Descrença é essência do pecado, 16.9; 3.36. 

A CONCEPÇÃO DA RELIGIÃO: Resulta claro à luz destas considerações que João nos deu uma concepção puramente espiritual e ética da religião, e não uma concepção de formalidades e cerimônias. Como já notamos, o seu evangelho ensina que Deus é Espírito", e qualquer um em qualquer tempo e lugar, pode adorá-lo da vida pagã" - Hort; "adorno". W.C.TAYLOR. Dicionário do Novo Testamento Grego. (doravante denominado de DNTG). Ed. JUERP. 1991, p. 121, desde que o faça "em espírito e verdade". Quase nada João disse a respeito das instituições, nem da igreja. Não mencionou a instituição da Ceia, e as referências que fez ao batismo estavam quase todas relacionadas com o batismo de João.

 DUALISMO GREGO: O dualismo de João deve ser discutido contra o fundo contextual do dualismo grego, incluindo o gnosticismo e o dualismo judaico recentemente descoberto, conforme evidências da literatura de Qunran. De acordo com o pensamento filosófico de Platão, há dois versos nos quais se verifica a existência o fenomenal e o numeral: o mundo mutável, transitório, visível e o mundo invisível, eterno, que é a esfera de ação de Deus. "Salvação" é para aqueles que dominam suas paixões; e, por ocasião da morte, suas almas serão libertadas de sua escravidão terrena, corpórea, a fim de libertas, desfrutarem uma imortalidade abençoada. Filo seguindo esta perspectiva ensinou que a libertação da escravidão terrena era resultado do conhecimento de Deus e do mundo; mas, ao passo que Platão atingia este conhecimento por meio do raciocínio dialético, Filo, em seu lugar, colocou a profecia, a revelação na Lei de Moisés. No gnosticismo plenamente desenvolvido, a matéria é ipsofacto má, e o homem somente pode ser salvo mediante a recepção da gnosis concedida por um redentor, que desceu ao mundo inferior, ascendendo, depois, ao mundo mais elevado. 

A RELAÇÃO DE JESUS PARA COM DEUS INTRODUÇÃO: O próprio evangelista declara o propósito de seu escrito: "Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome". 20.31 (NVI). Se o tempo presente foi adotado, o propósito de João é confirmar os cristãos em sua fé em Jesus como o Messias e Filho de Deus face às interpretações errôneas que estavam surgindo na Igreja. A CRISTOLOGIA é central ao livro, pois a vida eterna depende de um correto relacionamento com Jesus Cristo. 

154 A DOUTRINA DO VERBO OU LOGOS: Uma das doutrinas mais distintivas do 4º Evangelho é a doutrina do Logos, ou do Verbo - 1.1-14. O termo "Verbo" é empregado por João para designar a preexistência de Jesus, e porque ele não tomou tempo para explicá-lo torna-se evidente que ele já era mais ou menos conhecido do povo naquele tempo. 

A FRASE "FILHO DE DEUS" SIGNIFICA RELAÇÃO ESPECIAL: A ideia do Logos recua aos tempos do filósofo Heráclito (VII séc. 500 a.c.). Ele ensinou que todas as coisas estavam em um estado de fluxo constante, que nada permanece o mesmo. Para ele, logos pode significar "discurso", "preleção didática", é, "ensino", e até mesmo "reputação". No mundo Secular, a palavra logos já assumiu uma significância para o pensamento especulativo muito antes de a sua terminologia ter sido definida com mais exatidão. Colin BROWN. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. (doravante denominado de DITNT). Edições Vida Nova. 1989, p. 392. 

Para uma análise mais acurada desta palavra na terminologia filosófica. O título Filho de Deus, com suas modificações, é aplicado a Jesus cerca de trinta vezes no evangelho de João, umas vinte nas suas epístolas. Ninguém pode ler o Evangelho de João sem chegar à conclusão de que a relação entre Jesus e o Pai é toda especial, é uma relação natural e metafísica, e não simplesmente uma relação moral ou ética. Os homens podem ser feitos filhos de Deus, mas Jesus foi, é e será sempre Filho de Deus. 1.12; 10.30;17.5,21. 

O TÍTULO NÃO É MESSIÂNICO ENTRE OS JUDEUS: Este título "filho de Deus", não era geralmente usado entre os judeus com referência ao Messias. Como sabemos, a ideia do povo judaico a respeito do Messias era bem outra. O povo esperava um homem guerreiro, como Davi. Como o Filho ideal de Deus, Jesus aplica a si mesmo este título, a fim de revelar a sua relação única e toda especial com o Pai. "Cristo" é um título messiânico, "Filho de Deus", é uma designação pessoal e não oficial. 

A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO:INTRODUÇÃO: Uma das diferenças mais destacadas entre os Sinóticos e o Quarto Evangelho é o lugar que João da ao Espírito Santo, especialmente no sermão do cenáculo com seu ensino singular a respeito do Paráclito. 154

155 PNEUMA NA RELIGIÃO HELENISTA: Há, certamente, grande variedade na religião helenista. Os gregos geralmente pensaram a respeito do elemento mais essencial do ser humano como psyche, não pneuma. No dualismo grego, psyche é contrastado com o corpo da mesma forma como o mundo noumenal é contrastado com o mundo phenomenal. No pensamento gnóstico, o poder era concebido como se fora uma substância, e pneuma incluíam o conceito de substância básica da vida. Deus é espiritual. No ato da criação, parte de sua substância espiritual unir-se com a matéria; mas essa parte ainda está por libertar-se. Redenção significa o reajustamento de todas as partículas do pneuma. 

OS NOMES DADOS AO ESPÍRITO SANTO: Vamos considerar em primeiro lugar os nomes pelos quais é chamado o Espírito Santo. Além da designação conhecida de Espírito Santo, há ainda o Parácleto, termo este que na tradução de Almeida é consolador, 14.16,26. O termo consolador (segundo a tradução de Almeida) vem de duas palavras latinas: com e fortis, igual a confortares. O termo significa aquele que fortalece que conforta. Termo "parácleto", que é o termo original, é uma palavra grega que se encontra também aplicada a Jesus, e vertida por Almeida com a significação de Advogado", em 1Jo 2.1.

 A MISSÃO DO ESPÍRITO SANTO: Consideremos agora um pouco a questão da missão de Espírito Santo. Quanto a ele mesmo, sabemos já é uma pessoa distinta, embora intimamente relacionada com Jesus. Qual, porém, é a sua Missão? Há três pontos a considerar no estudo desta questão: 1. Qual é a missão do Espírito Santo em relação ao trabalho de Cristo? 2. Qual é a missão do Espírito Santo em relação aos crentes? 3. Qual é a missão do Espírito Santo em relação ao mundo? 1) Em relação ao trabalho de Cristo, o Espírito Santo é enviando em nome de Jesus. Além de ser enviado em nome de Jesus, o Espírito Santo tem ainda a missão de relembrar aos crentes tudo aquilo que Jesus havia dito. (155, grifo do autor)

(fonte: publicado no Podcas)

sábado, 16 de dezembro de 2023

A VISÃO DA IGREJA E O EVANGELHO

   Visão da igreja na qual as pessoas se sentem bem e orientam a sua vida segundo o Evangelho de Jesus Cristo, preenchidos de Espírito Santo e amor a Deus, para, desta maneira, se prepararem para a Sua revinda e para a vida eterna. A missão Ir ter com todas as pessoas para lhes ensinar o Evangelho de Jesus Cristo e batizá-las com água e o Espírito Santo.Praticar assistência pastoral e criar uma comunhão fraternal na qual cada um vivencia o amor de Deus e a alegria de servir, a Ele e ao próximo.Prólogo Foi a primeira vez que se elaborou uma apresentação sistemática da doutrina de fé nova-apostólica.

    Embora já tivessem existido publicações no passado, que descreviam os elementos essenciais da fé nova-apostólica, por exemplo, o livro "Perguntas e respostas sobre a fé nova-apostólica", cuja última versão foi publicada em 1992, foram-se ouvindo cada vez mais vozes que expressavam a necessidade de ver publicada uma apresentação mais abrangente da doutrina. A Igreja Nova Apostólica está presente e opera em muitos países de cunho cultural muito distinto, o que torna necessária uma obra fundamental universal para fundamentar uma unicidade doutrinal, apesar de todas as diferenças existentes. É com enorme prazer que, por ocasião dos 150 anos de existência da Igreja Nova Apostólica, apresento a todos os irmãos e irmãs de fé o atual Catecismo, cuja edição foi iniciada pelo meu antecessor no ministério, o apóstolo maior Fehr. Ficarei igualmente muito grato se esta obra se revelar também de interesse para crentes de outras Igrejas.

    Convido, assim, cordialmente todos a se inteirarem dos conteúdos do Catecismo.  O livro expressa as convicções fundamentais que todos os cristãos têm em comum. Ademais, também explana as particularidades da fé nova-apostólica. O Catecismo foi escrito com base na crença e para os crentes. Quero frisar que, apesar de todas as diferenças interpretativas que possa haver, a Igreja Nova Apostólica cultiva grande estima pelas outras Igrejas e pelas suas afirmações doutrinais. O Catecismo é uma obra fundamental. É um padrão para a vida de fé nova-apostólica. Decerto que a presente obra não dá resposta a todos os aspetos que suscitem dúvidas, mas abre muitas perspetivas de diálogo e de abordagem de temas da atualidade. Esta obra fundamental foi criada por um grupo de trabalho composto, na sua maioria, por apóstolos. A Assembleia de Apóstolos de Distrito acompanhou o trabalho nas suas etapas mais importantes.

    O texto foi redigido em estreita cooperação comigo. Quero agradecer cordialmente a todos os envolvidos e expressar o meu reconhecimento pelo trabalho efetuado.  Faço votos para que a obra seja utilizada para bênção e orientação na fé! Wilhelm Leber Zurique, março de 2012 Prefácio 1 Profissões de fé neotestamentárias A fé cristã visa comunicar-se a outros. Desde tempos imemoriais que o cristão é incentivado a professar a sua fé e defendê-la perante outras pessoas «... estai sempre preparados para responder, ... a qualquer que vos pedir» (1Pe 3,15). No Novo Testamento, existem frases e formulações que falam da essência da fé cristã, nomeadamente da profissão de fé em Jesus enquanto Senhor Ressuscitado. Exemplos «Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; e que foi sepultado e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras; e que foi visto por Cefas, e depois pelos doze» (1Cor 15,3-5). «De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus.  Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. E achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. 

Pelo que, também, Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; para que, ao nome de Jesus, se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai» (Fl 2,5-11). Estas formulações destinavam-se a dar expressão vinculativa à fé e a transmitir os fundamentos da fé cristã a todos os seres humanos que quisessem ser cristãos e deixar-se batizar. Além disso, a intenção também era transmitir, de forma genuína, a fé em Jesus Cristo, que, já na época neotestamentária, era ameaçada por falsas doutrinas. 2 Terminologia O termo "Catecismo" tem a sua origem na língua grega (do gr. "kata" = "para baixo, ao encontro"; "echein" = "ecoar, soar"); originariamente, era a designação que se dava às aulas de preparação para o batismo com água.  O Catecismo expõe os conteúdos da fé cristã e como estes devem refletir-se no modo de vida dos crentes. A Escritura Sagrada é o fundamento da doutrina da Igreja. O seu testemunho, contido no Antigo e no Novo Testamento, é exposto no Catecismo através das suas afirmações principais. Na presente obra, são tematizadas as afirmações essenciais da crença cristã, tendo por base a Escritura Sagrada, os concílios ecumênicos dos séculos IV a VII e os Credos da Igreja antiga. Também se encontram refletidos os reconhecimentos obtidos desde a restauração do ministério de apóstolo, no princípio do século XIX, e formulados na profissão de fé nova-apostólica. 3 Estrutura e conteúdo O Catecismo da Igreja Nova Apostólica começa com explanações sobre a automanifestação de Deus e sobre a Escritura Sagrada (Capítulo 1). Depois, segue-se uma explicação da profissão de fé nova-apostólica (Capítulo 2) e uma explanação da doutrina trinitária de Deus (Capítulo 3).       No capítulo sobre a Santa Trindade são abordadas posições centrais da fé cristã que ultrapassam quaisquer delimitações confessionais, mantendo a sua validade global são apresentados a fé em Deus, o Pai, o Criador do céu e da Terra, em Deus, o Filho, que encarnou em Jesus Cristo, morreu e ressuscitou dos mortos, bem como a fé em Deus, o Espírito Santo, através do qual foi atuada a santificação e a nova criação. A seguir, no capítulo 4, são feitas afirmações sobre o estado do Homem perante Deus, que falam do pecado original e da necessidade de redenção. Neste contexto, são tematizadas as tarefas da lei mosaica e a sua relação com o Evangelho. As explanações referentes aos Dez Mandamentos (Capítulo 5) evidenciam que a fé cristã não é apenas um assunto interno, mas que exige consequências práticas na conduta de vida do cristão. 

   O pecador crente, justificado perante Deus, pratica a sua fé na Igreja, isto é, dentro da comunhão dos batizados, que creem em Jesus Cristo e o professam como seu Senhor. O que é a Igreja de Jesus Cristo, quais são as suas diversas formas e como é que a Igreja Nova Apostólica se vê dentro da Igreja de Jesus Cristo una, é demonstrado no capítulo 6. À Igreja de Cristo também pertence o ministério cujo significado é explicado no capítulo 7. Sendo que o ministério de apóstolo é visto como fonte para todos os restantes ministérios. Aqui, trata-se de um elemento central da fé nova-apostólica a Igreja e o ministério de apóstolo são indissociáveis. No capítulo 8, seguem-se explanações sobre os sacramentos, ou seja, sobre o Santo Batismo com Água, a Santa Ceia e o batismo com o Espírito, o Santo Selamento. Fica claro que os sacramentos são os principais atos salvíficos de Deus; são elementares para a fé nova-apostólica. Os capítulos "A vida após a morte" (9) e "Doutrina das coisas futuras" (10) abordam a escatologia individual e universal. 

   As perguntas sobre o que vem depois da morte, como é a relação do falecido com Deus e se ainda haverá possibilidades de alcançar a salvação são questões que se colocam a qualquer ser humano. Outro aspeto tematizado é o da meta da fé dos cristãos novos-apostólicos. É dada uma visão do futuro segundo o plano de salvação de Deus. As apresentações relacionadas com a doutrina nova-apostólica são complementadas por explanações sobre a história do cristianismo e da Igreja Nova Apostólica (Capítulo 11), bem como sobre o serviço divino (Capítulo 12) e a prática de vida geral (Capítulo 13). 4 Objetivos O Catecismo da Igreja Nova Apostólica tem em consideração as apresentações anteriores da fé nova-apostólica. No entanto, na sua linguagem e na forma de explanar os conteúdos de fé, vai muito além das publicações anteriores da nossa Igreja. A proximidade que existe entre os fundamentos de fé de todos os cristãos evidencia-se, por exemplo, pela integração dos credos da Igreja antiga. O caminho para a salvação em Cristo é descrito no âmbito dos conhecimentos atuais. Isso acontece na plena consciência de que Deus, na Sua omnipotência, pode oferecer salvação à humanidade por caminhos diferentes dos que foram manifestados e identificados. Um objetivo importante do Catecismo consiste no facto de ele se tornar o fundamento para o ensino religioso e os encontros dentro da Igreja. Também deve contribuir para uniformizar ainda mais as afirmações doutrinais, tendo em consideração outras línguas e culturas.

      Desta forma, o conteúdo também serve para aprofundar o reconhecimento e fortalecer a fé dos cristãos novos-apostólicos. A doutrina nova-apostólica também deve evidenciar-se nas suas relações com as doutrinas de outras Igrejas cristãs. Assim sendo, o Catecismo mostra ambos os lados, o que há em comum e o que difere. A apresentação das particularidades da fé nova-apostólica não pretende marginalizar ninguém nem representa uma negação de terceiros, antes constituindo um ponto de partida para iniciar um diálogo frutuoso com outros cristãos. O Catecismo é um incentivo para todos os cristãos novos-apostólicos, para que se ocupem intensamente dos conteúdos da sua fé.

   Além disso, é um convite dirigido a todos os interessados, para que conheçam a doutrina de fé nova-apostólica. 1 Manifestações divinas Deus, Criador do céu e da terra, manifesta-se de forma distinta na natureza e na história, o que permite reconhecer a natureza como Sua criação e a história como história de salvação. Deus manifestou-se de forma inigualável no Seu Filho Jesus Cristo. 

   Para que esta manifestação continue sempre viva, o Eterno enviou no Pentecostes o Espírito Santo, que veio manifestar Deus como ser trino: Pai, Filho e Espírito Santo. No momento da revinda de Cristo, para aqueles que então serão arrebatados, a manifestação de Deus será perfeita, pois verão Deus tal como Ele é (1Jo 3,2). 1.1 Automanifestação de Deus na criação e na história Por si próprio, o Homem não consegue reconhecer o ser e a natureza de Deus, nem a atuação e a vontade de Deus. No entanto, Deus não se esconde, Ele manifesta-se ao Homem. 

    A manifestação consiste em dar a conhecer a divindade, a verdade divina e a vontade divina e é um sinal da dedicação de Deus ao Homem. A "automanifestação" de Deus é o ato de Deus de deixar o Homem conhecer a Sua natureza. Ou seja, Deus dá-se a conhecer como criador do céu e da terra, como libertador de Israel, como reconciliador do Homem e como recriador de uma nova terra e de um novo céu. Mas a manifestação não é apenas a automanifestação e a comunicação da vontade divina, mas também é um encontro que Deus, pelo Seu amor, concede ao Homem através da palavra e do sacramento. 1.1.1 Deus manifesta-se como Criador A "automanifestação de Deus" na criação visível é acessível a todas as pessoas. Desde sempre que o ser humano se apercebe da sublimidade da natureza e procura conhecer a sua origem e o seu autor. O facto de se ocupar dessa questão devia levá-lo a crer: Deus é o criador e o guardião da criação material, da qual também faz parte o ser humano. O mundo material é a expressão da vontade e dos atos de Deus, o que significa que também é uma forma de automanifestação de Deus. 

    A criação visível dá testemunho da existência de Deus, o Criador, bem como da Sua sabedoria e do Seu poder: «Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos» (Sl 19,1). O apóstolo Paulo também fornece uma indicação de que Deus se manifesta na Sua criação e de que poderia ser reconhecido por todos os seres humanos: «Porquanto, o que de Deus se pode conhecer, neles [os ímpios, que não creem em Deus] se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se veem, pelas coisas que estão criadas» (Rm 1,19.20). 

    Os ímpios não reconhecem que Deus se manifesta através da criação visível e, por isso, tiram conclusões erradas desta automanifestação de Deus, passando a adorar aquilo que Deus criou. Assim sendo, dão as honras, que somente ao Criador se deveriam dar, ao que foi criado, transformando-o, assim, em ídolo. É essa a razão que leva à crítica da idolatria expressa no livro da Sabedoria: «Se, fascinados [os idólatras] pela sua beleza [dos bens visíveis], os tomaram por deuses, aprendam quão mais belo que tudo é o Senhor, pois foi o próprio [Deus] autor da beleza que os criou. E se os impressionou a sua força e o seu poder, compreendam quão mais poderoso é aquele que os criou, pois na grandeza e na beleza das criaturas se contempla, por analogia, o seu Criador» (Sb 13,3-5*).

     Até mesmo quando o Homem se apercebe das maravilhas da criação, ele não tem de relacioná-las obrigatoriamente com o Deus vivo. Além disso, os fenómenos da criação apenas permitem deduzir que o Deus vivo existe. Apenas no contexto da automanifestação de Deus na história, isto é, através da Sua palavra dirigida ao Homem, é que o Homem consegue reconhecer Deus na Sua natureza e na Sua vontade. * Bíblia da Difusora Bíblica. Edição e copyright, vide «Observações referentes à redação dos textos». 1.1.2 Deus manifesta-se na história de Israel 

   O facto de Deus se manifestar na história, é evidenciado, pela primeira vez, na história do povo de Israel, tal como o comprova o Antigo Testamento. No momento da Sua automanifestação na sarça ardente, Deus estabelece uma relação histórica, ao referir que já se tinha manifestado aos patriarcas Abraão, Isaac e Jacob (Ex 3,6). A vivência central da salvação para o povo de Deus é a libertação da escravidão egípcia. Durante esse processo, Deus acompanhou o Seu povo numa coluna de nuvens e numa coluna de fogo (Ex 13,21.22). O Antigo Testamento contém muitas referências a esta libertação: os profetas fazem referência a esta benfeitoria de Deus, e os Salmos falam dela em forma de canto. Para além da condução para fora do Egito, a promessa de que o povo de Deus iria receber um país próprio, em Canaã, e a aliança pactuada no Sinai são manifestações divinas de importância fundamental: foi Deus quem determinou pessoalmente o local onde o Seu povo haveria de viver e foi Ele quem decretou, no Sinai, as leis com as regras e os padrões para a vida de Israel. A fé de Israel é fundamentada nas manifestações de Deus no decurso da história do povo, vivenciadas como expressão da dedicação de Deus em forma de ajuda ou juízos castigadores. 

    Os Salmos 105 e 106 mostram, de forma impressionante, que Deus se manifesta na história e que a molda. Também os acontecimentos do tempo dos Juízes e dos Reis de Israel e Judá, o cativeiro babilónico e a repatriação do exílio são exemplos da intervenção de Deus na História. Além disso, Deus também se manifestava através dos Seus profetas: «E falarei aos profetas, e multiplicarei a visão; e pelo ministério dos profetas proporei símiles» (Os 12,10). É o mesmo Deus que conduziu o Seu povo e lhe deu orientações: «Todavia, eu sou o Senhor, teu Deus, desde a terra do Egipto; portanto, não reconhecerás outro deus além de mim, porque não há Salvador senão eu» (Os 13,4). Deus também prometeu o Messias vindouro através dos profetas (Is 9,5.6; Mq 5,2). 1.1.3 Deus manifesta-se no Seu Filho A encarnação de Deus em Jesus Cristo é a automanifestação histórica de Deus, que supera todas as anteriores (Jo 1,14; 1Tm 3,16). Em Lucas 2,1.2, o evangelista coloca o nascimento do Filho de Deus expressamente dentro de um enquadramento histórico: E aconteceu, naqueles dias, que saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo se alistasse. 

     Este primeiro alistamento foi feito sendo Cirénio presidente da Síria». A historicidade da encarnação de Deus também é sublinhada pela primeira epístola de João. Ela dirige-se contra determinados grupos dentro da Igreja cristã que negam que Jesus Cristo tenha realmente "vindo em carne" (1Jo 4,2), e expressa também o seguinte: «E o que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida [...], o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão connosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho, Jesus Cristo» (1Jo 1,1-3). 1.1.4 Deus manifesta-se na Igreja atual Através do derramamento do Espírito Santo, no Pentecostes, em Jerusalém, Deus manifestou-se ao Homem na Sua Trindade, como Pai, Filho e Espírito Santo. Para além das manifestações de Deus na antiguidade, testemunhadas na Escritura Sagrada, mais recentemente existem reconhecimentos, resultantes do Espírito Santo, transmitidos à Igreja de Cristo através do ministério de apóstolo. A visão mais profunda do plano de redenção, proporcionada pelo Espírito Santo, serve para remeter para a inigualável automanifestação de Deus em Jesus Cristo, mantê-la na consciência e preparar a revinda de Cristo. 

     A manifestação do Espírito Santo evidencia que a renovação fundamental do Homem e da criação se tornou possível. No Homem, é alcançada através dos sacramentos. No final dos tempos, também o céu e a terra serão criados de novo. SÍNTESE Deus manifesta-se de forma distinta na natureza e na história, o que permite reconhecer a natureza como Sua criação e a história como história de salvação. (1) Por si próprio, o Homem não consegue reconhecer o ser, a natureza, a atuação nem a vontade de Deus. (1.1) A manifestação consiste em dar a conhecer a natureza divina, a verdade divina e a vontade divina, e representa um sinal da dedicação de Deus ao Homem. (1.1) «Automanifestação» significa que Deus se manifesta como Criador, como Salvador de Israel, como Reconciliador dos Homens e como Recriador. (1.1) A automanifestação de Deus na criação visível é acessível a todos os homens, no entanto só pode ser reconhecida da forma correta por quem for crente. (1.1.1) Apenas através da automanifestação de Deus na história, isto é, através da Sua palavra dirigida ao Homem, é que Deus se torna inteligível na Sua natureza e na Sua vontade. (1.1.1) Deus manifestou-se na história de Israel, tal como o Antigo Testamento o confirma. A vivência central da salvação para o povo de Deus é a libertação da escravidão egípcia. Além disso, Deus também se manifestava através dos Seus profetas. (1.1.2) A encarnação de Deus em Jesus Cristo é a automanifestação histórica de Deus, que supera todas as anteriores. (1.1.3) Através do derramamento do Espírito Santo, no Pentecostes, Deus manifestou-se na Sua Trindade, como Pai, Filho e Espírito Santo. (1.1.4) Para além das manifestações de Deus na antiguidade, testemunhadas na Escritura Sagrada, mais recentemente existem reconhecimentos, resultantes do Espírito Santo, que são transmitidos através do ministério de apóstolo. (1.1.4) 1.2 A Escritura Sagrada No decurso de muitos séculos, as manifestações e os atos histórico-salvíficos de Deus, presenciados pelo Homem, foram registados por escrito. Já na época após o exílio babilónico, isto é, nos séculos anteriores ao nascimento de Cristo, as escrituras sobre os atos de Deus, as Suas promessas e os Seus mandamentos tinham grande autoridade no judaísmo, sendo também designadas de "Escritura Sagrada" nas epístolas neotestamentárias. A segunda epístola a Timóteo sublinha que estas escrituras são fundamentadas na inspiração divina: «... desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda a Escritura, divinamente inspirada, é proveitosa para ensinar» (2Tm 3,15.16). Enquanto o apóstolo Paulo, ao falar de «letras sagradas», se refere à então usual coletânea das Escrituras Sagradas do judaísmo, atualmente, na linguagem cristã, o termo "Escritura Sagrada" é usado para designar a coletânea de Escrituras da Antiga e da Nova Aliança. O termo "Bíblia" tem a sua origem no termo grego "biblia" e significa "livros", "rolos". A Bíblia é uma coletânea de livros da época veterotestamentária, criada ao longo de mais de mil anos, e de livros da época neotestamentária, editados ao longo de um período de aproximadamente setenta anos. O autor da Escritura Sagrada é Deus, os seus redatores foram seres humanos inspirados pelo Espírito Santo (2Pe 1,20.21). Deus serviu-se das Suas faculdades para que ficasse registado por escrito o que haveria de ficar para a posterioridade, segundo a Sua vontade. Embora os livros bíblicos, quanto aos seus conteúdos, tenham a sua origem no Espírito Santo, no que concerne à sua forma e aos meios de expressão usados, são marcados pelos respetivos autores e pela sua visão conceptual. É a Deus que se fica a dever o facto de estes textos terem sido preservados na sua forma original ao longo de todos estes séculos. A Escritura Sagrada é o testemunho da manifestação de Deus, sem implicar a pretensão de ser um relato integral de todos os atos divinos (Jo 21,25 e outros). 1.2.1 Conteúdo e estruturação da Escritura Sagrada A Bíblia é composta por duas partes principais: Antigo e Novo Testamento. A designação "Testamento" remonta à promessa da "Nova Aliança" em Jeremias 31,31-34 [1]. Enquanto as Escrituras do Antigo Testamento se referem à aliança que Deus fez com Abraão, Isaac e Jacob, e também com Moisés, as Escrituras do Novo Testamento dão testemunho da Nova Aliança que Deus iniciou com o envio do Seu Filho. Tanto o Antigo Testamento como o Novo Testamento dão testemunho do plano de salvação do Homem por parte de Deus e, como tal, estão interligados. A designação "Bíblia" para o Antigo e Novo Testamento já é usada desde o século IX. [1] Na tradução grega da Bíblia, o termo hebraico "berit", que significa "aliança", é traduzido com "diatheke". Este termo grego, por sua vez, tem um duplo significado: "aliança" e "testamento". 1.2.2 O Antigo Testamento O Antigo Testamento contém relatos sobre a criação, sobre diversos acontecimentos da época após o pecado original, bem como sobre a origem e a história do povo de Israel. Além disso, contém obras da literatura da sabedoria judaica, o Livro dos Salmos, como livro de cânticos e orações de Israel, bem como livros que dão testemunho das palavras e dos atos dos profetas de Deus. 1.2.2.1 Criação do cânone veterotestamentário O termo "cânone" (que significa "padrão", "linha de orientação") é de origem grega e é usado desde meados do século IV para denominar a coletânea de Escrituras Sagradas vinculativas para a cristandade. O cânone cristão do Antigo Testamento é baseado no cânone hebraico do judaísmo. Até ao início da época de Jesus e dos primeiros apóstolos, o judaísmo ainda não tinha nenhum cânone fechado. Embora existisse um conjunto básico fixo de Escrituras Sagradas (a Torá, os livros proféticos, os Salmos), ainda existiam outros livros que eram aceites por alguns grupos judaicos, com sendo Sagrados, mas rejeitados por outros. Por volta do final do século I d.C., o âmbito do cânone hebraico acabou, finalmente, por ser estabelecido em definitivo. Nessa época, o cânone cristão do Antigo Testamento ainda estava longe de estar concluído. Até hoje, não existe nenhum cânone universal do Antigo Testamento, que seja vinculativo para todas as Igrejas cristãs. 1.2.2.2 Livros do Antigo Testamento Na Bíblia de Lutero, usada nas áreas germanófonas, o Antigo Testamento é subdividido em três grupos: Livros Históricos, Livros Sapienciais e Livros Proféticos. Os 17 Livros Históricos são os seguintes: Os cinco Livros de Moisés (Génesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronómio) O Livro de Josué O Livro dos Juízes O Livro de Ruth Os dois Livros de Samuel Os dois Livros dos Reis Os dois Livros das Crónicas O Livro de Esdras O Livro de Neemias O Livro de Ester Os cinco Livros Sapienciais são os seguintes: O Livro de Job O Livro dos Salmos O Livro de Provérbios O Livro de Eclesiastes O Livro de Cantares de Salomão Os 17 Livros Proféticos são os seguintes: Isaías Jeremias Lamentações de Jeremias Ezequiel Daniel Oséas Joel Amós Obadias Jonas Miquéas Naúm Habacuc Sofonias Ageu Zacarias Malaquias 1.2.3 Escrituras veterotestamentárias tardias As Escrituras veterotestamentárias da antiguidade tardia, contida em muitas edições da Bíblia, também são designadas de "livros apócrifos" (“livros secretos"). Trata-se de Escrituras judaicas editadas entre os séculos III e I a.C. Representam um elo de ligação importante entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento. Nestas Escrituras, são preparadas as convicções de fé neotestamentárias. Na Igreja Nova Apostólica, as Escrituras veterotestamentárias tardias são tão vinculativas para a fé e doutrina como as outras Escrituras veterotestamentárias canónicas. Na Bíblia de Lutero, estas Escrituras encontram-se entre o Antigo e o Novo Testamento. Os 14 Livros Apócrifos são os seguintes O Livro de Judite* O Livro da Sabedoria O Livro de Tobite O Livro de Ben Sira O Livro de Baruc Os dois Livros dos Macabeus Adições em Ester Adições em Daniel História de Susana Daniel e os sacerdotes de Bel Daniel lançado aos leões Cântico de Azarias Cântico dos três jovens Oração de Manassés * Bíblia da Difusora Bíblica. Edição e copyright, vide «Observações referentes à redação dos textos». 1.2.4 O Novo Testamento O Novo Testamento contém os registos legados referentes ao envio e à atuação de Jesus e dos Seus apóstolos nos Evangelhos e no Livro dos Actos. As cartas dos apóstolos às comunidades e a indivíduos dão uma visão sobre a vida comunitária e a atividade missionária no tempo do cristianismo primitivo. Estas cartas também fornecem informações sobre a doutrina que os apóstolos proclamavam a mandado do seu Enviador. No "Apocalipse de João", o livro profético do Novo Testamento, Jesus Cristo adverte a Sua Igreja das mais variadas formas, conforta-a com a promessa da Sua revinda e aponta para acontecimentos futuros. 1.2.4.1 Criação do cânone neotestamentário Para a Igreja Primitiva Cristã, o atual Antigo Testamento era a verdadeira Bíblia. Além disso, as "palavras do Senhor" (logias) legadas começaram por ganhar uma importância particular. Inicialmente, as logias eram transmitidas de boca-em-boca. Ainda antes de serem registados por escrito quaisquer relatos da atuação de Jesus, já existiam nas comunidades confissões de fé e hinos nos quais se professavam a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. Estas profissões de fé também foram incluídas nos escritos dos apóstolos. As escrituras mais antigas do cristianismo primitivo, que nos foram legadas, são as cartas do apóstolo Paulo. Eram lidas nos serviços divinos e eram passadas para as comunidades vizinhas. A seguir às Cartas Paulinas, o Evangelho segundo S. Marcos é o testemunho escrito mais antigo da fé cristã. O conteúdo e a estruturação dos Evangelhos segundo S. Mateus e S. Lucas estão muito ligados ao mais antigo dos Evangelhos. Para preservar a tradição apostólica, poder transmiti-la e distingui-la de doutrinas falsas, tornou-se necessário criar uma coletânea de escrituras neotestamentárias vinculativas para a Igreja. Uma das cartas festivas para a Páscoa do bispo Atanásio de Alexandria, datada do ano 367 d.C., enumera vinculativamente todas as 27 Escrituras do Novo Testamento. Este cânone veio a ser aprovado pelos concílios da Igreja reunidos em Hippo Regius (393 d.C.) e Cartago (397 d.C.). O cânone veterotestamentário e o cânone neotestamentário devem a sua origem não apenas a ponderações humanas, mas antes, e acima de tudo, à vontade divina. 1.2.4.2 Livros do Novo Testamento Na Bíblia de Lutero, o Novo Testamento é subdividido nas mesmas categorias que o Antigo Testamento. Os cinco Livros Históricos são os seguintes: O Evangelho segundo S. Mateus O Evangelho segundo S. Marcos O Evangelho segundo S. Lucas O Evangelho segundo S. João Os Actos dos Apóstolos de Lucas Os 21 Livros Sapienciais são os seguintes: A Epístola de S. Paulo aos Romanos As duas Epístolas de S. Paulo aos Coríntios A Epístola de S. Paulo aos Gálatas A Epístola de S. Paulo aos Efésios A Epístola de S. Paulo aos Filipenses A Epístola de S. Paulo aos Colossenses As duas Epístolas de S. Paulo aos Tessalonicenses As duas Epístolas de S. Paulo a Timóteo A Epístola de S. Paulo a Tito A Epístola de S. Paulo a Filémon A Epístola aos Hebreus A Epístola de S. Tiago As duas Epístolas de S. Pedro As três Epístolas de S. João A Epístola de S. Judas O Livro Profético é o seguinte: O Apocalipse de S. João SÍNTESE O autor da Escritura Sagrada é Deus. Os seus redatores foram Homens que foram inspirados pelo Espírito Santo. A forma de edição e as formas de expressão destes livros bíblicos são caracterizadas pela visão conceptual existente na era dos respetivos redatores. (1.2) A Escritura Sagrada dá testemunho da manifestação divina, mas não representa um relato integral de todos os atos de Deus. (1.2) A Bíblia, ou seja, a Escritura Sagrada, é composta pelo Antigo Testamento e pelo Novo Testamento. Ambas as partes dão testemunho do plano de salvação de Deus em relação aos Homens e, nesse sentido, estão interligadas. (1.2.1) O cânone cristão do Antigo Testamento é baseado no cânone hebraico. O Antigo Testamento é composto por 17 Livros Históricos, cinco Livros Sapienciais e 17 Livros Proféticos. (1.2.2.1; 1.2.2.2) O conteúdo dos 14 livros veterotestamentários tardios (livros apócrifos) representa um elo de ligação importante entre as escrituras veterotestamentárias e as escrituras neotestamentárias. Para a fé e a doutrina, estes livros são tão vinculativos como as demais escrituras canónicas do Antigo Testamento. (1.2.3) O Novo Testamento contém registos sobre o envio e a atuação de Jesus e dos Seus apóstolos. Os 27 livros do Novo Testamento passaram a ser considerados vinculativos (canónicos) no século IV. O Novo Testamento é composto por cinco Livros Históricos, 21 Livros Sapienciais e um Livro Profético. (1.2.4; 1.2.4.1; 1.2.4.2) 1.2.5 Significado da Escritura Sagrada para a doutrina e a fé A Escritura Sagrada é o fundamento para a doutrina da Igreja Nova Apostólica. Por conseguinte, a proclamação da palavra nos serviços divinos também é fundamentada na Escritura Sagrada. Ela é o ponto de partida e o fundamento para a prédica (vide 12.1.6). 1.2.5.1 Interpretação da Escritura Sagrada através do Espírito Santo Conseguir entender a Escritura Sagrada da forma certa, baseada na inspiração do Espírito Santo, só é possível através desse mesmo Espírito. A vontade de Deus e, por conseguinte, também a Escritura Sagrada dada por Ele, só são compreensíveis, em toda a sua abrangência, através do efeito do Espírito Santo (1Cor 2,10-12). Enquanto «ministros de Cristo e dispenseiros dos mistérios de Deus» (1Cor 4,1), os apóstolos também estão incumbidos da interpretação da Escritura Sagrada. Só o conseguem através do Espírito Santo. 1.2.5.2 Jesus Cristo — o centro da Escritura Na interpretação cristã, o Antigo Testamento tem como função principal preparar a vinda do Messias e dar testemunho d'Ele; sendo o próprio Jesus a confirmá-lo (Jo 5,39; Lc 4,17-21; 24,27). Ele explicou aos Seus discípulos a Escritura tomando por referência a sua atuação; e, nesse contexto, Ele fez uma observação: «Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava na lei de Moisés, e nos profetas e nos salmos» (Lc 24,44). Assim sendo, o Antigo Testamento tem de ser interpretado a partir do Filho de Deus. A Antiga Aliança cumpre a sua finalidade em Cristo. A encarnação do Filho de Deus é a automanifestação central de Deus e representa o centro da história de salvação. Este facto é expresso pelas palavras: "Jesus Cristo é o centro da Escritura." O significado que as afirmações feitas nos diversos livros veterotestamentários ou nos livros veterotestamentários tardios têm para a fé e a doutrina, é determinado pelo grau de congruência do seu conteúdo com aquilo que o Evangelho ensina. 1.2.5.3 Utilização pessoal da Escritura Sagrada É recomendável que cada crente leia regularmente trechos da Escritura Sagrada, pois a sua leitura oferece consolação e edificação, dá orientação e advertência, e serve para enriquecer os conhecimentos. O mais importante é sempre a postura interior com a qual o leitor se dedica à leitura da Bíblia. A tentativa de desenvolver temor a Deus e santificação, acompanhada de uma oração sincera, pedindo a benesse do entendimento certo, é muito importante para uma leitura útil da Bíblia. A leitura intensa da Escritura Sagrada contribui para um melhor entendimento do Evangelho. E isso faz crescer os conhecimentos e fortifica a segurança na fé. SÍNTESE A Escritura Sagrada é o fundamento da doutrina da Igreja Nova Apostólica. (1.2.5) Conseguir entender a Escritura Sagrada da forma certa e em toda a sua profundidade, só é possível sob o efeito da atuação do Espírito Santo. Os apóstolos de Jesus também estão incumbidos de interpretar a Escritura Sagrada. Também só o conseguem através do Espírito Santo. (1.2.5.1) Jesus Cristo é o centro da Escritura. Assim sendo, o significado das escrituras veterotestamentárias também se define pela concordância com aquilo que o Evangelho ensina. (1.2.5.2) Para o crente, a leitura da Escritura Sagrada oferece consolação, edificação, orientação, advertência e aumento do reconhecimento. (1.2.5.3) 1.3 Manifestações atuais do Espírito Santo Uma indicação inequívoca de que o Espírito Santo, depois de Jesus Cristo ter voltado para junto do Seu Pai, manifestaria algo de novo, ou seja, algo que até àquela data estava oculto, encontra-se referida em João 16,12-14: «Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora. Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há-de vir. Ele me glorificará; porque há-de receber do que é meu, e vo-lo há-de anunciar». Foi com estas palavras que Jesus Cristo prometeu aos Seus apóstolos que eles receberiam, através do Espírito Santo, mais conhecimentos sobre a natureza de Deus e o Seu plano salvífico. Os apóstolos do cristianismo primitivo vivenciaram a atuação do Espírito Santo da forma anunciada pelo Senhor. As cartas dos apóstolos comprovam que o Espírito Santo deu acesso a vastos conhecimentos sobre o Senhor (Fl 2,6-11; Cl 1,15-20) e acontecimentos futuros (1Cor 15,51-57). A atuação e a proclamação deles eram caracterizadas por aquilo que o Espírito Santo lhes revelava (Ef 3,1-7). A prédica dos apóstolos de Jesus do nosso tempo é fundamentada nas afirmações da Escritura Sagrada (vide 1.2.5); no exercício da sua missão de ensinamento, eles são guiados pelo Espírito Santo. Desta forma, a promessa do Filho de Deus acima referida também se cumpre atualmente: o Espírito Santo mantém viva a automanifestação divina em Jesus Cristo, evidencia-a e conduz os crentes em direção à manifestação de Cristo na Sua revinda. A encarnação, a morte, a ressurreição e a revinda do Filho de Deus estão no centro da manifestação atual. Além disso, o Espírito Santo transmite ao apostolado novos conhecimentos sobre a atuação de Deus e o Seu plano salvífico, que, embora já referidos na Escritura Sagrada, ainda não foram revelados em toda a sua complexidade. Um exemplo importante disso é a doutrina da mediação salvífica para os falecidos (vide 9.6.3). Cabe ao apóstolo maior, pelo poder do ministério doutrinal em que foi investido, proclamar tais conhecimentos inspirados no Espírito Santo e declará-los parte da doutrina vinculativa da Igreja Nova Apostólica. SÍNTESE Jesus Cristo prometeu aos Seus apóstolos que receberiam, através do Espírito Santo, mais conhecimentos sobre a natureza de Deus e o Seu plano de salvação. (1.3) O Espírito Santo oferece ao apostolado novos reconhecimentos, sobre a atuação de Deus e o Seu plano de salvação, que são referidos subtilmente na Escritura Sagrada. (1.3) 1.4 A fé como resposta do Homem às manifestações divinas A fé, ou o crer, faz parte das condições fundamentais da vida humana. Em primeiro plano, não se trata de uma determinada doutrina, ou de um determinado mundo de imaginação, mas antes de uma convicção mais ou menos fundamentada, uma suposição, que se distingue dos conhecimentos comprováveis. No seu sentido não-religioso, a crença também determina a postura subjetiva de confiar em alguém. Qualquer ser humano crê, independentemente do facto de professar ou não uma determinada doutrina religiosa. Na organização da sua vida, ele deixa-se guiar, quase integralmente, por aquilo que crê. Desse ponto de vista, a crença pessoal do Homem também forma a sua personalidade. A crença religiosa evidencia-se pelo facto de o Homem acreditar numa divindade ou num princípio divino. O fundamento e o conteúdo da fé cristã é o Deus Trino. A fé em Deus como Pai, Filho e Espírito Santo tornou-se acessível ao Homem através de Jesus Cristo. Em Hebreus 11, encontram-se afirmações fundamentais sobre a fé: «Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem» (versículo 1). A fé é evidenciada como sendo indispensável para se poder estar perto de Deus: «Ora, sem fé, é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam» (versículo 6). Mas continua a ser um ato da graça de Deus, quando o Homem O consegue encontrar através da fé. O crente deve reconhecer a fé como dádiva e realizá-la na sua vida (vide 4.2.1.5). 1.4.1 Fé em Deus, o Pai A Escritura Sagrada comprova que Deus se manifestou em todas as épocas e das mais variadas formas (vide 1.1). As manifestações através das quais Deus se torna inteligível ao Homem são, em primeiro lugar, as obras da criação (Rm 1,18-20). Por exemplo, nos Salmos, os crentes louvam essas obras. Deus também se manifesta ao Homem através da Sua palavra e intervém com toda a Sua pujança na vida do ser humano. Deus exortou Abraão, por exemplo, a deixar a terra do seu pai. Ele obedeceu a Deus e seguiu a orientação d'Ele com uma confiança absoluta (Gn 12,1-4). Assim, demonstrou que cria em Deus. Sempre que Deus se manifesta, Ele exorta o Homem a ter fé: a única forma de o Homem responder adequadamente à abordagem de Deus, consiste em crer, quer dizer, em abrir-se à manifestação e em aceitá-la. Ademais, o crente liga-se voluntária e incondicionalmente a Deus e esforça-se por conduzir a sua vida em obediência a Ele. Na Antiga Aliança, era a fé em Deus, o Criador, o Sustentador e o Libertador, que também já se manifestava como Pai. Podemos ler sobre isso no livro do profeta Isaías: «Atenta, desde os céus, e olha, desde a tua santa e gloriosa habitação. [...] Mas tu és nosso Pai» (Is 63,15.16; Dt 32,6). 1.4.2 Fé em Deus, o Filho Com a encarnação de Deus, o Filho, cumpriram-se as promessas veterotestamentárias que apontavam para a vinda do Messias. Jesus Cristo exorta: «Credes em Deus, crede, também, em mim» (Jo 14,1). Assim, exige-se a fé em Deus, que se manifesta no Seu Filho, e não apenas a fé em Deus como o Criador omnipotente do céu e da Terra, que fez uma aliança com o povo de Israel. A fé que agora se exige inclui o seguimento das palavras de Jesus Cristo (Jo 8,51; 14,23). Na Antiga Aliança, "Deus, o Pai" exprimia que Deus cuidava do Seu povo. Através de Jesus Cristo torna-se evidente: Deus é Pai do Filho unigénito desde toda a eternidade. Através da regeneração pela água e pelo espírito, isto é, pela receção do Santo Batismo com Água e do Santo Selamento, Jesus Cristo dá ao Homem acesso à filiação divina e a possibilidade da obtenção dos direitos de primogenitura (vide 10.1.3). Ambos os dons não são fundamentados na descendência de Abraão, mas antes na fé no Redentor e na receção de todos os sacramentos (Rm 3,22.29.30; Ef 2,11-18). A obtenção dos direitos de primogenitura exprime-se diretamente no arrebatamento para junto do Senhor aquando da Sua revinda. A primícia recebe, para toda a eternidade, o direito à comunhão direta com Deus. 1.4.3 Fé em Deus, o Espírito Santo Já no Antigo Testamento existem provas da atuação do Espírito Santo: reis e profetas eram dirigidos pelo Espírito Santo (Sl 51,11; Ez 11,5 e outros). Segundo as palavras do Senhor, a atuação neotestamentária do Espírito Santo é uma manifestação divina (Jo 14,16.17.26). Também aqui, a única forma de o Homem responder adequadamente é com a fé: a fé no Espírito, que atualmente conduz em toda a verdade e manifesta a vontade de Deus. 1.4.4 Fé e prédica Jesus Cristo mostrou que a fé n'Ele e no Seu Evangelho é despertada pela receção da palavra dos enviados, dos Seus apóstolos: «Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E não rogo somente por estes, mas, também, por aqueles que, pela sua palavra, hão-de crer em mim» (Jo 17,18.20). A pregação do Evangelho gera a fé: «Portanto, a fé surge da pregação, e a pregação surge pela palavra de Cristo» (Rm 10,17*). O Ressuscitado incumbiu os Seus apóstolos de pregar o Evangelho no mundo inteiro e de guardar a Sua palavra (Mt 28,19.20). No que concerne à bem-aventurança, à salvação futura, é um requisito fundamental aceitar a prédica do Evangelho com fé; algo que encontramos no texto bíblico, em Mc 16,16: «Quem crer e for baptizado será salvo; mas quem não crer será condenado.» SÍNTESE A fé, ou o crer, faz parte das condições fundamentais da vida humana. (1.4) O fundamento e o conteúdo da fé cristã é o Deus Trino. Sempre que Deus se manifesta, Ele exorta o Homem a ter fé. A fé é um ato da graça de Deus que o Homem deve realizar na sua conduta de vida. (1.4) Na Antiga Aliança, era a fé em Deus, o Pai, que também já se manifestava como Criador, Sustentador e Libertador. (1.4.1) Com a encarnação de Deus, o Filho, cumpriram-se as promessas veterotestamentárias referentes à vinda do Messias. Desde então, é exigida a fé em Deus, que não é meramente o Criador, mas que se manifesta em Jesus. Jesus Cristo representa o acesso à filiação divina para o Homem, através da regeneração por água e espírito, permitindo que ele obtenha os direitos de primogenitura. (1.4.2) A fé em Deus, o Espírito Santo, é a fé no espírito, que atualmente conduz em toda a verdade e manifesta a vontade de Deus. (1.4.3) A prédica dos enviados de Jesus desperta a fé. Para ser salvo, é necessário aceitar a palavra de Deus transmitida através da prédica. (1.4.4) * Bíblia da Difusora Bíblica. Edição e copyright, vide «Observações referentes à redação dos textos». 2 Profissão de fé Uma profissão de fé resume os conteúdos essenciais de uma doutrina de fé. Quem a aceitar, está a satisfazer um dos requisitos necessários para pertencer à respetiva denominação religiosa: ele crê naquilo que também todos os restantes membros de uma determinada denominação religiosa professam. Desse ponto de vista, uma denominação religiosa define-se pela sua profissão de fé e distingue-se, assim, de outras. 2.1 Profissões de fé bíblicas Já a Antiga Aliança tinha as suas fórmulas de profissão de fé: a profissão de fé em Javé, como Deus de Israel, é associada ao ato salvífico histórico de Deus para com o Seu povo: a salvação face ao jugo escravizador egípcio (Dt 26,5-9). A profissão de fé no Deus único implica a renúncia a outros deuses (Js 24,23). No fulcro do serviço divino nas sinagogas está a profissão de fé "Ouve, Israel" (em hebr. "Schma Jisrael"), da qual consta, entre outros aspetos: «Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor [...] E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as intimarás aos teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa» (Dt 6,4-7). Nas profissões de fé neotestamentárias é expresso o ato salvífico de Deus em Jesus Cristo. Já antigamente existiam fórmulas com as quais os cristãos expressavam a sua fé durante o batismo ou no serviço divino. Um exemplo dessas fórmulas é a expressão «Jesus é o Senhor!» (Rm 10,9). Uma afirmação importante nas profissões de fé da Igreja antiga é o anúncio da ressurreição do Senhor: «Ressuscitou verdadeiramente o Senhor» (Lc 24,34; 1Cor 15,3-5). Ou «Maranata» (1Cor 16,22) — cuja tradução significa: "o Senhor vem!", que também pode ser interpretado como profissão de fé. Começou a ser usada nas comunidades de expressão aramaica da Igreja Primitiva. Outras profissões de fé em Jesus Cristo, a Sua natureza e a Sua obra encontram-se nos hinos do cristianismo primitivo, como, por exemplo, em 1Tm 3,16: «Aquele que se manifestou em carne, foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, e recebido acima na glória» (cf. Fl 2,6-11; Cl 1,15-20). 2.2 Surgimento dos credos na Igreja antiga Quando o Evangelho começou a propagar-se cada vez mais no Império Romano, muitos daqueles que se tornaram cristãos continuaram, em parte, apegados às suas anteriores crenças religiosas ou filosóficas. O cruzamento destas ideologias com a doutrina cristã resultou em doutrinas contrárias, o que provocou insegurança entre os crentes. Especialmente a Trindade de Deus e a doutrina da natureza de Jesus Cristo geraram grande polémica e conflitos. Para evitar esta insegurança, fez-se um esforço para formular credos que visavam ser vinculativos para a fé da comunidade e, como tal, também para a fé de cada indivíduo. A referência para definir se uma determinada afirmação relacionada com a natureza e os atos de Deus deveria ou não ser incluída nos credos era a sua congruência com a doutrina de Cristo e dos Seus apóstolos. Com o passar do tempo, foram formulados os seguintes credos: o Credo dos Apóstolos ("apostolicum"), o Credo Niceno-Constantinopolitano e o Credo de Atanásio. 2.2.1 Credo dos Apóstolos O Credo dos Apóstolos tem a sua origem no início da época pós-apostólica. Algumas das principais afirmações baseiam-se na prédica que o apóstolo Pedro fez na casa do centurião Cornélio (Act 10,37-43). O fundamento do Credo dos Apóstolos foi redigido no século II, tendo sido ligeiramente complementado no século IV. A sua redação é a seguinte: "Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da virgem Maria; padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos Céus; está sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso, de onde há-de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja católica [= universal, geral], na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna. Ámen.» 2.2.2 Credo Niceno-Constantinopolitano No ano 325 d.C., o imperador Constantino convocou o Concílio de Niceia. Cerca de duzentos e cinquenta a trezentos bispos aceitaram o convite do imperador. O imperador viu na grande propagação da fé cristã uma forma de poder que potencialmente poderia sustentar o Estado. Dado que a união no cristianismo estava em risco, devido a uma discórdia sobre a natureza de Cristo ("A Controvérsia Ariana"), ele procurou empenhadamente que os bispos formulassem uma doutrina única. O resultado mais importante deste Concílio foi o Credo de Niceia. Foi precisado noutros concílios — entre eles, o importante Concílio de Constantinopla (381 d.C.) — que tiveram lugar até ao século VIII, e designado "Credo Niceno-Constantinopolitano". Dois dos aspetos mais notórios deste Credo, que vão muito além do Credo dos Apóstolos, são a decretação da profissão de fé na Trindade de Deus e a definição das características da Igreja. O Credo Niceno-Constantinopolitano tem a seguinte redação: "Creio em um só Deus, Pai Todo-Poderoso, Criador do Céu e da Terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigénito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, não criado, consubstancial ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas. E por nós, homens, e para nossa salvação desceu dos Céus. E encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria. E se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras; e subiu aos Céus, onde está sentado à direita do Pai. De novo há-de vir em sua glória para julgar os vivos e os mortos; e o seu Reino não terá fim. Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho, [2] e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos Profetas. Creio na Igreja una, santa, católica [= universal, geral] e apostólica. Professo um só baptismo para a remissão dos pecados. E espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há-de vir. Ámen.» Uma profissão de fé com afirmações correspondentes àquelas contidas no Credo Niceno-Constantinopolitano é o Credo de Atanásio, um Credo muito mais detalhado, presumivelmente redigido no século VI e tornado público durante um sínodo realizado em Autun (por volta de 670 d.C.). [2] A afirmação de que o Espírito Santo também "procede do Filho" ("filioque") não faz parte do texto original do Credo. Esta formulação passou a ser inserida desde o século VIII dentro da Igreja Ocidental. Daí se desenvolveu uma discórdia com a Igreja Oriental, que até hoje nunca chegou a aceitar este acrescento. Esta discórdia foi um dos motivos da divisão da Igreja em Igreja Ocidental e Oriental (O Grande Cisma) no ano de 1054 d.C.. Da Igreja Ocidental surgiu a Igreja Católica Romana, as Igrejas Vétero-Católicas, e as Igrejas da Reforma, enquanto da Igreja Oriental surgiram as Igrejas Nacionais Ortodoxas. 2.3 Credos na Igreja antiga e seu significado para a Igreja Nova Apostólica A doutrina da Igreja Nova Apostólica é baseada na Escritura Sagrada. Nos Credos da Igreja antiga abordam-se os fundamentos da fé cristã, tal como são referidos no Antigo e Novo Testamento. Os Credos da Igreja antiga não ultrapassam o que é definido na Escritura Sagrada, mas antes o resumem em palavras concisas e vinculativas. Nesse sentido, os Credos ultrapassam quaisquer fronteiras confessionais e representam — tal como o Santo Batismo com Água — um elo de união entre os cristãos. A Igreja Nova Apostólica aceita as formulações contidas nestes dois Credos da Igreja antiga e confessa crer no Deus Trino, em Jesus Cristo como verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, no Seu nascimento através da virgem Maria, no envio do Espírito Santo, na Igreja, nos sacramentos, na expectativa da revinda de Cristo e na ressurreição dos mortos. SÍNTESE Uma profissão de fé resume os conteúdos essenciais de uma doutrina de fé. É assim que uma denominação religiosa se define e se distingue de outras. (2) Já na Antiga Aliança existiam fórmulas de profissão de fé, nas quais se interligavam a profissão de fé num único Deus e o Seu ato salvífico histórico, a salvação do Egito. (2.1) Nas profissões de fé neotestamentárias é expresso o ato salvífico de Deus em Jesus Cristo. (2.1) Quando se gerou a grande polémica sobre a Trindade de Deus e a doutrina da natureza de Jesus Cristo, formularam-se profissões de fé para a Igreja. A base para a sua formulação foi o Novo Testamento, ou seja, a doutrina de Cristo e dos Seus apóstolos. (2.2) Foram definidos o Credo dos Apóstolos ("apostolicum") e o Credo Niceno-Constantinopolitano. O fundamento do Credo dos Apóstolos foi redigido no século II, tendo sido ligeiramente complementado no século IV. O Credo Niceno-Constantinopolitano dá particular ênfase à Trindade de Deus. (2.2.1; 2.2.2) As profissões de fé da Igreja antiga resumem o testemunho dado na Escritura Sagrada de forma concisa e vinculativa. Assim sendo, estes credos ultrapassam quaisquer fronteiras confessionais e representam um elo de união entre os cristãos. (2.3) A Igreja Nova Apostólica professa a fé formulada nestes dois Credos da Igreja antiga. (2.3) 2.4 Profissão de fé nova-apostólica A interpretação da Escritura Sagrada e dos Credos da Igreja antiga, de forma vinculativa para a fé, compete ao apostolado. Um dos resultados importantes é a profissão de fé nova-apostólica. É nela que se expressa de forma vinculativa a fé e a doutrina da Igreja Nova Apostólica. A profissão de fé nova-apostólica está muito ligada aos Credos da Igreja antiga. Os três primeiros artigos correspondem quase integralmente ao Credo dos Apóstolos; ou seja, sublinham o significado dos Credos da Igreja antiga. Os sete artigos subsequentes representam uma interpretação, continuação e ampliação destes Credos — os ministérios, os sacramentos, o estudo sobre os últimos acontecimentos, e ainda a relação entre o Homem e a sociedade. Desde a sua criação, a profissão de fé nova-apostólica foi alterada várias vezes. Estas alterações foram necessárias para fazer jus a um desenvolvimento objetivo e sempre atualizado da doutrina de fé nova-apostólica. A interpretação é um processo que pode ser progressivo. Faz parte de uma tradição viva, praticada tanto nas próprias Escrituras do Novo Testamento como no trabalho de interpretação baseado nelas e realizado pelas gerações subsequentes. Assim sendo, a tradição viva não é algo rígido, mas antes caracterizado pela preservação e, ao mesmo tempo, pela mudança. Ambos os fatores são extremamente importantes para a tradição, em parte também para a interpretação: a preservação é imprescindível para a doutrina eclesial, para que não se esqueça da sua história e não se separe das suas origens. A mudança é imprescindível para a doutrina eclesial, para que continue a ser compreendida pelas gerações atuais e não fique como que petrificada no nível de conhecimentos do passado. Ao longo dos tempos, a profissão de fé sempre foi transmitindo a fé no Deus Trino, em Jesus Cristo como encarnação de Deus, na Sua morte sacrificial, na Sua ressurreição e na Sua revinda, na Igreja como instância mediadora da salvação, no envio dos apóstolos e nos sacramentos como atos salvíficos de Deus. Os cristãos novos-apostólicos devem professar a sua fé nos artigos de fé. A profissão de fé deve caracterizar a sua crença na prática. Também serve para, de uma forma concisa, dar a conhecer os conteúdos essenciais da fé nova-apostólica a outras pessoas. A profissão de fé nova-apostólica foi formulada reconhecendo que o amor de Deus, a Sua graça e a Sua omnipotência nunca poderão ser inteiramente compreendidos através de meras explanações doutrinais e confessionais e que serão sempre mais magníficas do que aquilo que o Homem será capaz de exprimir ao descrevê-los. Assim sendo, a profissão de fé não define qualquer delimitação que negue a participação dos outros cristãos na salvação. 2.4.1 O primeiro artigo de fé Creio em Deus, o Pai, o Todo-Poderoso, o Criador do céu e da terra. O primeiro artigo fala-nos da natureza criadora de Deus, o Pai (vide 3.3). Que Deus é o Criador, é testemunhado tanto no Antigo como no Novo Testamento. A criação engloba o céu e a terra, nomeadamente, como diz o Credo Niceno-Constantinopolitano «De todas as coisas visíveis e invisíveis.» As naturezas material e espiritual existem como resultado do ato criador de Deus: Deus é o autor de toda a realidade e ela dá testemunho d'Ele. Deus não é apenas todo-poderoso em relação à Sua obra de criação: Ele é sempre o Todo-Poderoso. A omnipotência de Deus está também demonstrada no facto de Ele ser o autor incondicional da Criação: o ato criador voluntário de Deus cria o ser do nada («creatio ex nihilo», cf. Heb 11,3). Embora, no primeiro artigo de fé, se fale de Deus, o Pai, como Criador, Deus, o Filho, e Deus, o Espírito Santo, estão integrados nos acontecimentos da Criação. Porque o Deus Trino é Criador global, o que se percebe de Gn 1,26: «Façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa semelhança.» Em Jo 1,1 e Cl 1,16 fala-se expressamente da natureza criadora do Filho. 2.4.2 O segundo artigo de fé Creio em Jesus Cristo, unigénito Filho de Deus, nosso Senhor, o qual foi concebido pelo Espírito Santo, e nasceu da virgem Maria; padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; entrou no reino da morte; ressuscitou dos mortos ao terceiro dia, subiu aos céus; e está sentado à direita de Deus, Pai todo-poderoso, de onde virá. O segundo artigo de fé fala de Jesus Cristo, o fundamento e o conteúdo da fé cristã. Cada afirmação deste artigo tem um ponto de referência neotestamentário direto. A mera designação Jesus Cristo já é uma profissão de fé, pois professa Jesus de Nazaré como sendo o Messias prometido e esperado por Israel (do hebraico: "Ungido", em grego: "Cristo"). Mas Jesus não é apenas o Messias, mas também «Filho unigénito de Deus» (Jo 1,14.18). Esta formulação evidencia a correlação existente entre a natureza de Deus, o Pai, e Deus, o Filho. Quanto ao significado da fórmula «Filho unigénito», vejamos o Credo Niceno-Constantinopolitano: o Filho é «nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, não criado, consubstancial ao Pai.» Este «Filho unigénito» é «nosso Senhor». No Antigo Testamento, «Senhor» é a denominação de Deus; no Novo Testamento, é transferida para Jesus, para sublinhar a Sua natureza divina. Neste contexto, «Senhor» também significa que Jesus Cristo exerce a regência sobre o céu e a terra (Fl 2,9-11). As afirmações seguintes referem-se à origem divina de Jesus enquanto homem e ao Seu nascimento miraculoso. Jesus nasceu do Espírito Santo (Lc 1,35; Mt 1,18), portanto, a Sua origem não se deve à procriação com a intervenção de um homem, porque Maria era virgem quando teve Jesus (Lc 1,27). O nascimento virginal não deve ser visto como um aspeto secundário ou apenas como uma ideia antiga e mitológica: ele faz parte das convicções cristãs básicas. A menção de Maria nos Evangelhos mostra que Jesus foi um homem de verdade e que teve uma mãe. Para além disso, a historicidade de Jesus também é comprovada pela menção de «Pôncio Pilatos». De 26 a 36 d.C., este homem foi governador romano na Palestina, o que significa que a paixão de Cristo ocorreu durante o seu governo (Jo 18,28ss). Depois, são referidos três acontecimentos essenciais relativamente a Jesus: «foi crucificado, morto e sepultado». Isto mostra, mais uma vez, a veracidade da natureza humana de Jesus: Ele teve de sofrer uma morte ignominiosa, como é a morte na cruz. Ele morreu e foi sepultado. Ou seja, participou no destino geral da humanidade. O caráter descomunal só surge com o facto de que Ele ressuscitou ao terceiro dia. Ou seja, trata-se de algo totalmente fora do âmbito da experiência humana, que só pode ser expresso e compreendido do ponto de vista da fé. Por detrás desta formulação encontra-se uma fórmula de profissão de fé, que já é mencionada em 1Cor 15,3.4: Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; e que foi sepultado e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. O facto de ser feita duas vezes a observação segundo as Escrituras mostra que não se trata aqui de acontecimentos arbitrários, mas antes de necessidades essenciais histórico-salvíficas. Jesus Cristo «ressuscitou dos mortos, a Sua ressurreição é a condição e a promessa da ressurreição dos mortos em geral. No entanto, o Credo dos Apóstolos ainda contém uma menção intercalada entre morto e ressuscitou ao terceiro dia desceu à mansão dos mortos O respetivo comprovativo neotestamentário encontra-se em 1Pe 3,19. Este texto bíblico relata que Jesus, após a Sua morte na cruz, «pregou aos espíritos em prisão. Depois da profissão de fé ressuscitou dos mortos, a redação continua, dizendo que Jesus Cristo subiu aos céus (cf. Act 1,9-11). Com este ato, ficou concluída a vida terrena de Jesus, assim como também a Sua presença imediata como Ressuscitado. A admissão do Ressuscitado no céu representa o Seu regresso para junto do Pai e o Seu enaltecimento. Este enaltecimento de Jesus Cristo expressa-se linguisticamente na fórmula: «e está sentado à direita de Deus, Pai Todo-Poderoso» (cf. Cl 3,1). No fim do segundo artigo de fé, é expressa a fé de que o Senhor enaltecido irá voltar para levar consigo os Seus (Jo 14,3). O terceiro artigo de fé Creio no Espírito Santo, na Igreja una, santa, universal e apostólica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição dos mortos e na vida eterna. No início do terceiro artigo de fé, encontra-se a profissão da fé no Espírito Santo. O Espírito Santo é a terceira pessoa da divindade. Mais uma vez, é o Credo Niceno-Constantinopolitano que expressa a natureza divina do Espírito Santo, a Sua união com o Pai e o Filho: Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos Profetas. Ou seja, o crente professa a fé no Espírito Santo e na Sua divindade. Uma das obras do Espírito Santo é a Igreja. A Igreja não é algo que parta do ser humano ou que tenha sido criada por ele: é algo instituído por Deus. É a reunião daqueles que são batizados, que levam a sua vida tentando imitar e seguir Cristo e que professam Jesus Cristo como seu Senhor. A determinação da Igreja de Jesus Cristo consiste, por um lado, em dar ao Homem acesso à redenção e à comunhão eterna com o Deus Trino e, por outro, em venerar e louvar a Deus. A Igreja de Jesus Cristo tem um lado oculto e um lado aparente. Neste aspeto, corresponde às duas naturezas de Jesus Cristo, que é, ao mesmo tempo, verdadeiro Homem e verdadeiro Deus. O lado oculto da Igreja (vide também 6.3) não pode ser abrangido pelo intelecto humano, apenas através da fé, e pode ser experienciável, por exemplo, nos sacramentos e na palavra de Deus na prédica, isto é, em todos os sinais da salvação divina e da proximidade divina. O lado aparente da Igreja remete para a verdadeira humanidade de Jesus Cristo. Tal como o Homem Jesus, a Igreja faz parte da história da humanidade. No entanto, o Homem Jesus foi imaculado, algo que não acontece no caso do lado aparente da Igreja, porque através dos seres humanos que na Igreja atuam, ela participa do caráter pecaminoso desses homens. Significa isso que os erros e os defeitos da história da humanidade também se encontram na Igreja. No Credo dos Apóstolos, apenas se fala na "Santa Igreja universal". A formulação "numa Igreja una, santa, universal e apostólica" é retirada do Credo Niceno-Constantinopolitano. Esta formulação evidencia os critérios essenciais da Igreja de Cristo: ela é «una», ela é «santa», ela é «universal» e ela é «apostólica». A Igreja é «una»: o facto de a Igreja de Jesus Cristo ser una, é fundamentado na profissão de fé de um único Deus. Deus, o Pai, é o Criador. Jesus Cristo é a única cabeça da Igreja, Ele é o único Senhor. É um único Espírito Santo que atua nesta Igreja e que preenche os crentes com o conhecimento da verdade. A Igreja é «santa»: a santidade da Igreja é uma dádiva de Deus. Nela se evidencia algo santo  por exemplo os sacramentos  e o Espírito Santo atua nela. A Igreja é «universal» (do termo grego "katholikós"): a universalidade ou catolicidade da Igreja significa que ela é omni-abrangente, isto é, ultrapassa largamente os limites daquilo que é experienciável pelo Homem. É na Igreja que a vontade salvífica universal de Deus se exprime diretamente, o que implica que abrange o aquém e o além, o passado e o presente. Também abrange o futuro e encontra a sua plenitude na nova criação. A Igreja é «apostólica»: a apostolicidade da Igreja tem duas vertentes, uma relacionada com o conteúdo e outra de cunho pessoal. Por um lado, a Igreja é apostólica, porque é nela que se proclama o Evangelho da morte, da ressurreição e da revinda de Cristo, tal como os apóstolos do cristianismo primitivo o pregaram. Por outro lado, a Igreja é apostólica, porque é nela que se realiza historicamente o ministério apostólico na pessoa dos apóstolos contemporâneos, que atualmente estão ativos. Na sua concretização histórica, a Igreja de Jesus Cristo não consegue fazer totalmente jus ao mandamento da unicidade, da santidade, da universalidade e da apostolicidade. Isso também se deve, em parte, ao caráter pecaminoso dos homens que nela operam. Apesar destas insuficiências, a Igreja de Cristo não permanece no oculto nem no enclausuramento. Ela torna-se particularmente percetível onde atua o ministério de apóstolo, onde é praticada a ministração dos três sacramentos aos vivos e aos mortos e onde é proclamada a verdadeira palavra de Deus. É aí que está edificada a obra de redenção do Senhor [3], onde a Noiva de Cristo, a Igreja-noiva, está a ser preparada para as bodas no céu. Embora os crentes, na sua totalidade, tomem parte na santidade da Igreja, a "comunhão dos santos", no próprio sentido da palavra, não deixa de ser uma grandeza escatológica. É composta por aqueles que irão fazer parte da Igreja-noiva. Ou seja, só será visível no momento da revinda de Cristo. Mas no sentido mais amplo, a "comunhão dos santos" também é uma grandeza da atualidade: inclui todos aqueles que fazem parte da Igreja de Cristo. Por fim, a "comunhão dos santos" evidenciar-se-á, em toda a sua plenitude, na nova Criação. A possibilidade da «remissão dos pecados, criada pelo sacrifício de Cristo, também é uma parte integrante da profissão de fé. A libertação fundamental do domínio do pecado ocorre no Santo Batismo com Água, quando o pecado original é redimido. O terceiro artigo de fé termina com esperanças escatológicas, nomeadamente com a esperança na «ressurreição dos mortos» e com a esperança na «vida eterna». A crença na ressurreição de Jesus e na ressurreição dos mortos nela fundamentada é uma das certezas cristãs fundamentais. "Ressurreição dos mortos" significa que os que morreram em Cristo recebem o seu corpo glorificado, com o qual poderão participar na glória de Deus (1Cor 15,42-44). O terceiro artigo de fé termina com uma visão da «vida eterna», da comunhão infindável com Deus na nova Criação. [3] Regra geral, o termo "obra de redenção do Senhor" descreve o ato salvífico de Jesus, que está concluído. Quando este termo é usado no contexto do catecismo, refere-se à parte da Igreja na qual os apóstolos atuam e transmitem a salvação que se destina à preparação das primícias, da noiva (Igreja-noiva) de Cristo. 2.4.4 O quarto artigo de fé Creio que o Senhor Jesus rege a Sua Igreja e que para tal enviou os Seus apóstolos, e que continua a enviá-los até à Sua revinda, dando-lhes a missão de ensinar, e de, em Seu nome, perdoar pecados e batizar com água e Espírito Santo. O quarto artigo de fé especifica a fé na Igreja, da qual já se fala no terceiro artigo. Este artigo começa pela regência de Jesus Cristo: é Ele quem rege a Sua Igreja; porque Ele é «a cabeça do corpo da Igreja» (Cl 1,18). Esta regência expressa-se, entre outros meios, no envio dos apóstolos. A Grande Comissão (Mt 28,19.20) mostra que a proclamação do Evangelho e a ministração dos sacramentos estão originalmente ligados ao apostolado. A apostolicidade da Igreja, da qual já se falou genericamente no terceiro artigo de fé, é retomada neste artigo e colocada no contexto concreto da Igreja dentro da sua experienciabilidade histórica. No âmbito histórico, a duração do apostolado não é limitada à época da Igreja Primitiva, mas antes deverá cumprir a sua tarefa «até à sua [de Jesus] revinda». O que Jesus faz através dos Seus apóstolos e o que é experienciável para cada crente, é descrito a seguir: «de ensinar, e de, em Seu nome, perdoar pecados e batizar com água e Espírito Santo». A missão "de ensinar" refere-se à proclamação devida do Evangelho, da morte, da ressurreição e da revinda do Senhor. Outra função do apostolado consiste em, «em seu nome [de Jesus], perdoar pecados (Jo 20,23), ou seja, em prometer vinculativamente ao Homem a remissão dos pecados através do sacrifício e do mérito de Jesus Cristo. No fim do quarto artigo de fé, faz-se uma referência aos sacramentos do Santo Batismo com Água e do Santo Selamento. O apostolado tem a função de batizar com água e Espírito Santo, isto é, de realizar a ministração dos sacramentos, através dos quais se torna possível uma nova existência perante Deus. O quinto artigo de fé Creio que aqueles que são designados por Deus para exercerem um ministério apenas são ordenados por apóstolos, e que a autoridade, a bênção e a santificação necessárias para exercerem o seu ministério lhes advêm do apostolado. Tal como o quarto artigo de fé, o quinto também fala do significado do apostolado. Enquanto no quarto artigo de fé se sublinhou a interligação entre apostolado e doutrina certa, remissão dos pecados e ministração dos sacramentos, aqui trata-se do ministério espiritual. É Deus quem elege alguém para um ministério. Assim sendo, o ministério não é obra humana, nem tão pouco obra da comunidade, mas antes uma dádiva de Deus à Sua Igreja. O artigo de fé expressa que o Homem é detentor do seu ministério por vontade divina e não por decisão humana. A realização ou concretização dessa eleição acontece através do ministério de apóstolo. O ministério e o apostolado estão diretamente correlacionados. Só poderá existir um ministério espiritual onde o ministério de apóstolo atuar (vide 7). Além desses ministérios, também existem na Igreja de Cristo muitos serviços, destinados à proclamação do Evangelho e ao bem dos crentes, que podem muito bem ser realizados sem qualquer tipo de ordenação ministerial. Os ministros recebem do ministério de apóstolo «a autoridade, a bênção e a santificação necessárias para exercerem o seu ministério». O ministério não é a finalidade em si, não está orientado para si próprio, mas antes tem o seu lugar na Igreja e, geralmente, numa determinada comunidade. O "exercício do seu ministério" representa a atuação com dedicação a Jesus Cristo e à comunidade. A ordenação para um ministério espiritual contempla três aspetos: a autoridade, a bênção e a santificação. Especialmente no caso dos ministros sacerdotais, o aspeto da autoridade é o mais decisivo, porque eles estão mandatados para proclamar a remissão dos pecados por encargo do apóstolo e de consagrar as hóstias para a Santa Ceia. Ou seja, os ministros sacerdotais participam na administração certa dos sacramentos exercida pelos apóstolos. A proclamação certa da vontade salvífica universal de Deus também se realiza através da autoridade que o apostolado confere. A bênção é a promessa do acompanhamento divino e do amparo do Espírito Santo no exercício do ministério sacerdotal e do ministério diacónico. A santificação indica que é Deus, na Sua santidade e intangibilidade, quem quer agir pessoalmente através do ministério. A santificação também é necessária pelo facto de a própria Igreja ser «santa. Embora o ministro seja eleito por Deus, pode acontecer que não consiga fazer jus ao seu ministério ou que falhe no seu exercício. Contudo, nunca fica colocada em dúvida a vocação original de Deus. Dado que é o apostolado que dá «a autoridade, a bênção e a santificação necessárias para [os ministros] exercerem o seu ministério, cada ministro fica num relacionamento irreversível com o ministério de apóstolo. 2.4.6 O sexto artigo de fé Creio que o Santo Batismo com água é o primeiro passo para a renovação do homem no Espírito Santo, e que, assim, o batizado é admitido na comunhão dos que creem em Jesus Cristo e que O confessam como seu Senhor. O sexto artigo de fé dedica-se ao Santo Batismo com Água. Ele aborda elementos essenciais do batismo com água. Através dele fica abolida a separação fundamental existente entre o Homem e Deus. Isto não acontece pelo mérito de um homem, pela sua dedicação voluntária a Deus, mas antes pelo facto de Deus se aproximar do Homem e de o libertar do domínio do pecado. Através desta dedicação divina, o Homem participa do sacrifício de Cristo, do poder que vence o pecado. Isso fica claramente evidenciado no facto de o pecado original ser redimido através do batismo com água e de o batizado passar a integrar a Igreja de Jesus Cristo; quer dizer, ele torna-se cristão. O Santo Batismo com Água ainda não contém tudo o que é necessário para uma nova existência do Homem perante Deus. Ele é «o primeiro passo para a renovação do Homem no Espírito Santo». Este ato de regeneração no Espírito Santo, que começou com o Santo Batismo com Água, terá a sua continuação na transmissão do Espírito Santo através do Santo Selamento. Só assim é que o Homem será regenerado através de água e espírito. O batismo com água não constitui apenas a comunhão com Deus, mas também a comunhão dos cristãos entre si, pois «o batizado é admitido na comunhão dos que creem em Jesus Cristo e que O confessam como seu Senhor». A crença em Jesus, como sendo Ele o Cristo e como sendo Ele o Senhor, nomeadamente o poder que determina a vida, é algo que une os cristãos crentes. 2.4.7 O sétimo artigo de fé Creio que a Santa Ceia foi instituída pelo próprio Senhor, em memória do sacrifício de Cristo, feito uma vez e plenamente válido, do Seu amargo sofrimento e da Sua morte. A participação digna na Santa Ceia garante-nos a comunhão de vida com Cristo Jesus, nosso Senhor. É celebrada com pão ázimo e vinho; ambos têm de ser consagrados e administrados por um ministro autorizado pelo apóstolo. Depois de o sexto artigo de fé ter tematizado o Santo Batismo com Água, o sétimo artigo trata da Santa Ceia. A primeira frase remete para a sua instituição por Jesus Cristo. A segunda frase fala do efeito inerente à participação digna na Santa Ceia e a frase final evidencia que a consagração e ministração da Santa Ceia requerem o ministério mandatado. Primeiro, ficamos a saber que a Santa Ceia é uma ceia memorial. Este aspeto já é frisado numa das mais antigas redações do texto da Santa Ceia; é o próprio Jesus quem diz para o fazerem em memória d'Ele (1Cor 11,24.25). A Santa Ceia é um memorial, em memória do sacrifício de Cristo, feito uma vez e plenamente válido, do seu amargo sofrimento e da sua morte. O objeto do memorial começa por ser o sacrifício de Jesus e o seu significado supratemporal. E é também associado ao memorial relativo ao "sofrimento e à morte" de Jesus, tal como testemunhado pelos Evangelhos. Quer dizer que a Santa Ceia rememora os acontecimentos concretos que ocorreram imediatamente antes da crucificação, e o significado imutável da morte de Cristo na cruz. A participação na Santa Ceia tem um grande impacto. A condição é a "participação digna" (1Cor 11,27), possível através da fé, da aceitação da remissão dos pecados e da contrição. A participação digna na Santa Ceia garante-nos a comunhão de vida com Cristo Jesus, nosso Senhor» (cf. Jo 6,56). Neste sentido, a Santa Ceia fortalece a fé em Jesus Cristo, bem como a vontade e a aptidão de segui-Lo. Na Santa Ceia, o crente comunga sacramentalmente com Jesus Cristo, como seu Senhor, sendo fortificado para levar a sua vida de forma consentânea. Depois, fala-se da composição dos meios sacramentais: «É celebrada com pão ázimo e vinho». Para que se possa celebrar a Santa Ceia, deve haver «pão ázimo», isto é, pão não fermentado, e «vinho», ambos como símbolos da Ceia Pascal. Tal como a água no Santo Batismo com Água, "pão ázimo" e "vinho" são as condições preliminares visíveis para o sacramento. Depois de se ter falado dos sinais exteriores, são referidas, no fim do sétimo artigo de fé, as condições necessárias para se alcançar a realidade sacramental, nomeadamente a presença do corpo e do sangue de Cristo. O pão e o vinho «têm de ser consagrados e administrados por um ministro autorizado pelo apóstolo». Através do ministério de apóstolo, e dos ministros por ele autorizados, torna-se possível a presença do corpo e do sangue de Cristo no pão e no vinho, respetivamente (vide 8.2.22). O ministério autorizado necessário para a criação de toda a realidade sacramental realiza dois atos: consagra e ministra a Santa Ceia. "Consagrar" significa, antes de mais, retirar o pão e o vinho do seu contexto habitual («Em nome de Deus, o Pai, o Filho, e o Espírito Santo, consagro pão e vinho para a Santa Ceia») e, pronunciando as palavras da instituição da ceia, evidenciar a presença oculta do corpo e do sangue de Cristo nos elementos visíveis, que são o pão e o vinho. "Administrar" significa, neste contexto, dar à comunidade acesso ao corpo e ao sangue de Cristo, o que se expressa no convite formulado à participação na Santa Ceia e na entrega, propriamente dita, da hóstia consagrada. 2.4.8 O oitavo artigo de fé Creio que os batizados com água têm de receber o dom do Espírito Santo de um apóstolo para obterem a filiação divina e os pré-requisitos para alcançar a primogenitura. O oitavo artigo de fé diz respeito ao Santo Selamento, ou Batismo com Espírito, ou seja, à transmissão do dom do Espírito Santo para o crente. O Santo Selamento é o sacramento que está associado exclusivamente ao ministério de apóstolo. A condição prévia para a receção do Santo Selamento é o Santo Batismo com Água. Apenas quem está batizado deve receber o dom do Espírito Santo. O Santo Selamento tem efeito presentista e futurista: o efeito presentista da receção do dom do Espírito Santo é a «filiação divina» (Rm 8,14-17). A «filiação divina» é uma característica dos cristãos regenerados pela água e pelo espírito. Ao mesmo tempo, é já uma antecipação do estado futuro da primogenitura e do «sacerdócio real» (1Pe 2,9). A «filiação divina» é também a situação específica do Homem perante Deus caracterizada pelo facto de ter recebido todos os sacramentos e de ter orientado a sua vida, em conformidade com a prédica certa do Evangelho, para a revinda de Cristo. O efeito futurista da receção do dom do Espírito Santo é a primogenitura. No entanto, o selado ainda não detém a primogenitura, através do batismo com espírito: apenas adquiriu a condição prévia para a alcançar. Desde que anseie alcançar o dia de Cristo, o crente poderá fazer parte da Igreja-noiva, da «comunhão dos santos». O selado tem a tarefa de permanecer no seguimento, na imitação de Cristo e de se deixar preparar para a revinda de Jesus Cristo através da palavra e do sacramento. 2.4.9 O nono artigo de fé Creio que o Senhor Jesus há-de regressar, tão certo como subiu ao céu, e que levará consigo as primícias dos mortos e vivos, que esperaram a Sua vinda e foram preparados, que depois das bodas no céu voltará à terra com estas, para edificar o Seu reino de paz, e que regerão com Ele como sacerdócio real. Após conclusão do reino de paz, realizará o Juízo Final. Então, Deus criará um novo céu e uma nova terra e habitará com o Seu povo. O nono artigo de fé representa uma especificação escatológica de determinadas afirmações dos artigos segundo e terceiro (a revinda de Cristo, a ressurreição dos mortos, a vida eterna). O caráter extenso deste artigo mostra a grande importância que os acontecimentos futuros têm na fé nova-apostólica. O início do artigo remete para Act 1,11: «Esse Jesus, que de entre vós foi recebido em cima, no céu, há-de vir, assim, como para o céu o vistes ir.» Além disso, o artigo retoma as afirmações escatológicas do segundo artigo de fé. À revinda de Jesus Cristo está associada a promessa de que o Senhor «levará consigo as primícias dos mortos e vivos, que esperaram a sua vinda e foram preparados» (1Ts 4,16.17). As primícias dos mortos e vivos, receberão um corpo espiritual e serão arrebatadas para junto do Cristo que virá. As «primícias» são aqueles que passaram a pertencer a Deus, que mantiveram viva a esperança na revinda do Senhor e que se deixaram preparar para a revinda de Cristo. A revinda de Cristo é um acontecimento central, do qual dependem outros acontecimentos escatológicos. O arrebatamento «dos mortos e vivos» culmina na comunhão com Jesus Cristo, simbolizada pelas «bodas no céu». As «bodas no céu» são o início da comunhão direta do Senhor com a Igreja-noiva. As «bodas no céu» têm uma duração limitada; depois de terem terminado, Jesus Cristo e os Seus se dedicarão a todos aqueles homens que não participaram neste acontecimento. Então, Jesus Cristo surgirá visivelmente na terra onde edificará o «Seu reino de paz» (Ap 20,4.6). A Igreja-noiva, cujo símbolo numérico é o número «cento e quarenta e quatro mil» (Ap 14,1), participará na regência de Cristo como «sacerdócio real» (1Pe 2,9; Ap 20,6). O Evangelho será proclamado a todas as nações, aos vivos e aos mortos. Só «após conclusão do reino de paz, realizará [Jesus Cristo] o Juízo Final». Será quando toda a Criação reconhecerá que Jesus Cristo é o juiz justo, ao qual nada fica oculto (Jo 5,22.26.27). A última frase do nono artigo de fé dá uma visão da força criadora e futura de Deus: «Então, Deus criará um novo céu e uma nova terra e habitará com o seu povo.» A nova criação também é tematizada em Apocalipse 21 e 22; é o espaço da presença perfeita de Deus. Quando se diz que Deus habitará com o Seu povo, trata-se de uma existência totalmente nova com Deus, nomeadamente da «vida eterna», da qual se fala no fim do terceiro artigo. 2.4.10 O décimo artigo de fé Creio que tenho o dever de obedecer às autoridades públicas, desde que não haja leis divinas contrárias a isso. O décimo artigo de fé distingue-se claramente dos nove precedentes. Enquanto nesses artigos o objeto da profissão de fé eram a natureza criadora de Deus, o Filho e o Espírito Santo, a Igreja, os seus ministérios e sacramentos, bem como a esperança no futuro, o décimo artigo refere-se à relação do cristão com o Estado. O artigo décimo mostra claramente que a vida cristã não decorre fora da realidade da governação de um estado nem fora da realidade social. Nota-se que a fé cristã tem uma relação fundamentalmente positiva com o Estado, as «autoridades públicas». Esta relação positiva expressa-se no termo «dever de obedecer». Na época neotestamentária, já se refletia a relação da comunidade dos cristãos com as autoridades do mundo (1Pe 2,11-17). As mais conhecidas são as narrações em Rm 13,1-7, onde o Estado é designado de «ministro de Deus». Este texto bíblico deu azo a muitos equívocos, pois parecia que se era obrigado a obedecer cegamente a um Estado de não direito. No entanto, esta interpretação não pondera o facto de o Estado ser ministro de Deus: ou seja, que a vontade divina, tal como ela se expressa nos dez mandamentos, também deveria ser o padrão usado para o direito do Estado. O texto bíblico em Rm 13,1-7 também é o fundamento do décimo artigo de fé. Este artigo não exige apenas "obediência" às "autoridades públicas", isto é, lealdade para com o Estado, mas também que sejam respeitados os padrões que justificam essa obediência: «desde que não haja leis divinas contrárias a isso». As autoridades também não estão totalmente livres: estão sujeitas à ordem divina. No mínimo, as suas leis não devem contradizer a ordem divina; preferencialmente até devem ser congruentes com ela. Se a vontade divina e a legislação do Estado não forem antagónicas, mas antes, de certa forma, complementares, então o cristão terá a obrigação de aceitar a segunda como algo positivo e vinculativo. Mas se forem antagónicas, então valerá para cada cristão o seguinte: «Mais importa obedecer a Deus do que aos homens» (Act 5,29). SÍNTESE A interpretação da Escritura Sagrada e dos Credos da Igreja antiga, de forma vinculativa para a fé, compete ao apostolado. Um dos resultados importantes é a profissão de fé nova-apostólica. (2.4) O primeiro artigo de fé trata da natureza criadora de Deus, o Pai. (2.4.1) O segundo artigo de fé fala de Jesus Cristo, o fundamento e o conteúdo da fé cristã. (2.4.2) O terceiro artigo de fé professa a fé no Espírito Santo, enquanto terceira pessoa da divindade, a fé na Igreja e a fé em outros aspetos da salvação. (2.4.3) O quarto artigo de fé fala de que Jesus Cristo rege a Sua Igreja e que a forma de expressão dessa regência é o envio dos apóstolos. (2.4.4) O quinto artigo de fé expressa que Deus elege alguém para ser portador de um ministério espiritual e que os ministros recebem poder, bênção e santificação através do ministério de apóstolo. (2.4.5) O sexto artigo de fé dedica-se ao Santo Batismo com Água. (2.4.6) O sétimo artigo de fé trata da Santa Ceia. (2.4.7) O oitavo artigo de fé tematiza o Santo Selamento. (2.4.8) O nono artigo de fé fala da revinda de Cristo e dos acontecimentos que se lhe seguirão. (2.4.9) O décimo artigo de fé aborda a relação dos cristãos com o governo. (2.4.10) 3 Deus Trino Pai, Filho e Espírito Santo são o Deus uno. O facto de Deus ser, desde sempre, trino é confirmado pela automanifestação de Deus na história de salvação, que demonstra que o Pai, o Filho e o Espírito Santo existem, criam, atuam e sustentam desde o início. Na Antiga Aliança era acima de tudo Deus, o Pai, quem se manifestava, enquanto a atuação do Filho e do Espírito Santo ainda era praticamente invisível ao Homem. Do ponto de vista do Novo Testamento, o apóstolo Paulo comentava que o Filho de Deus já teria estado presente na época da peregrinação do povo de Israel pelo deserto (1Cor 10,4). Em Mc 12,36 e em Heb 3,7 também é referido que o Espírito Santo já teria falado na Antiga Aliança. A encarnação, a morte e a ressurreição do Filho de Deus, bem como o envio do Espírito Santo permitem reconhecer Deus como sendo uma trindade. Em Jo 16,13-15, Jesus Cristo descreve os efeitos da Trindade de Deus: o que pertence ao Filho também pertence ao Pai, e o que o Espírito Santo anuncia advém do Pai e do Filho. O Deus Trino é um Deus da comunhão entre Pai, Filho e Espírito; é a esta comunhão que Ele quer dar acesso ao Homem. 3.1 Natureza de Deus Nós, os seres humanos, não conseguimos abranger a natureza e a atuação de Deus com o nosso intelecto — o acesso a Deus, à Sua omnipotência e grandiosidade só se consegue obter através da fé. Jesus Cristo revelou Deus e fez com que as pessoas O pudessem vivenciar como o Pai amoroso, misericordioso e compassivo. Outras revelações de Deus são dadas pelo Espírito Santo, que leva os crentes às profundezas da divindade (1Cor 2,6-16). As características da natureza de Deus são: Ele é Uno (único), Santo, Omnipotente, Eterno, Amoroso, Misericordioso, Justo, Perfeito. Deus não é desconhecido, nem está oculto; Ele aproxima-se das pessoas, fala com elas e dá-lhes a possibilidade de falarem com Ele. A descrição das virtudes da natureza divina pretende exprimir a perfeição e o valor absoluto de Deus, mas para isso, perante a realidade de Deus, todos os conceitos derivados do mundo da experiência humana terão de ser postos de parte. 3.1.1 Um Deus em três pessoas A trindade divina é um mistério. Na fórmula trinitária «Em nome de Deus, o Pai, o Filho e o Espírito Santo» não se usa a forma do plural "em nome dos", mas antes o singular "em nome de": o Deus uno é trino. Nas palavras que Jesus dirigiu aos apóstolos, ele deu a reconhecer a Trindade de Deus; disse-lhes que deveriam batizar «em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo» (Mt 28,19). Quando se fala de Deus "o Pai, o Filho e o Espírito Santo", não se quer dizer que sejam três Deuses diferentes, mas sim três pessoas (hipóstases), que são um só Deus. 3.1.2 Deus, o Uno A crença num Deus uno faz parte das confissões fundamentais do Antigo e do Novo Testamento. Deus falou a Moisés da unanimidade e da lealdade para com Ele, a qual se manifesta no Seu nome: «Eu sou o que sou» (Ex 3,14). A profissão de fé da unicidade de Deus - «Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor» (Dt 6,4), - acompanhou o povo da Antiga Aliança em toda a sua história. Embora já o primeiro mandamento expresse isso muito claramente: «Não terás outros deuses diante de mim» (Ex 20,3), Israel ainda tinha um longo caminho à sua frente até que a profissão de fé na unicidade de Deus excluísse todos os restantes deuses e a sua adoração; repetidas vezes, os profetas tiveram de repreender o povo por adorarem outros deuses. Em Isaías 45,21.22 encontramos as palavras de Deus: «e não há outro Deus, senão eu; Deus justo e Salvador não há, fora de mim. Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro.». Após terem saído do cativeiro dos babilónios, os Judeus adotaram de forma consciente a profissão de fé de um Deus uno (monoteísmo) como característica essencial que os distinguia dos pagãos. Até hoje, a fé de que nos fala o livro da Sabedoria continua a ser característica do judaísmo: «Não há fora de ti um Deus» (Sb 12,13*). Este reconhecimento, ficou também enraizado na fé cristã, desde as antigas comunidades até aos dias de hoje. O apóstolo Paulo aceitou o monoteísmo sem qualquer restrição. Relativamente à adoração de vários deuses (politeísmo) das religiões gregas e romanas, ele escreveu: «... e que não há outro Deus, senão um só» (1Cor 8,4). * Bíblia da Difusora Bíblica. Edição e copyright, vide «Observações referentes à redação dos textos». 3.1.3 Deus, o Santo No Antigo Testamento, Deus é chamado várias vezes de «o Santo» (Is 43,3; Jr 50,29; Hab 1,12). Santidade — isso significa majestade, imunidade, estar afastado do que é profano — faz parte da natureza de Deus, do Seu Ser e da Sua atuação. Isso é testemunhado em Apocalipse 4,8 com as palavras: «Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há-de vir» (cf. Is 6,3). A Sua palavra e a Sua vontade também são santas. A proximidade de Deus, a presença do Santo, repetidamente vivenciada ao longo da história de salvação, exige temor a Ele. Que a proximidade de Deus é santa e que exige temor a Ele, é algo que Moisés experimentou quando viu a sarça ardente e ouviu a voz de Deus: «Não te chegues para cá; tira os teus sapatos dos teus pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa!» (Ex 3,5). A santidade de Deus santifica o lugar onde Ele se revela. Poder tomar parte na santidade de Deus é, ao mesmo tempo, dádiva e tarefa: «Santos sereis, porque Eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo» (Lv 19,2; cf. 1Pe 1,15.16). Assim, todos os crentes são exortados a ambicionar a santidade, que provém da santidade de Deus. Assim, o crente "santificará" o nome de Deus, tal como também o exprimimos na oração do Pai-Nosso: «santificado seja o teu nome» (Mt 6,9). 3.1.4 Deus, o Omnipotente Com a profissão no primeiro artigo de fé «Creio em Deus, o Pai, o Todo-Poderoso, o Criador do céu e da terra» dá-se testemunho do seguinte: Deus consegue fazer tudo, para Ele nada é impossível, para Ele não existem limitações para concretizar a Sua vontade. O Salmo 135,6 expressa-o da seguinte forma: «Tudo o que o Senhor quis, Ele o fez, nos céus e na terra, nos mares e em todos os abismos.» A omnipotência de Deus também se torna evidente ao Homem na criação. Tudo foi criado do nada, unicamente através da Sua palavra (Heb 11,3). Deus estabelece com a Sua omnipotência o princípio e o fim: «Eu sou o Alfa e o Ómega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há-de vir, o Todo-Poderoso» (Ap 1,8). Assim sendo, também a nova criação será uma forma de exprimir a omnipotência de Deus. Jesus Cristo também falava da omnipotência de Deus: «porque para Deus todas as coisas são possíveis» (Mc 10,27); e também os anjos o confirmaram: «Porque, para Deus, nada é impossível» (Lc 1,37). Da omnipotência de Deus fazem parte a omnisciência e a omnipresença. A omnisciência de Deus é descrita no Salmo 139,2-4: «Tu conheces o meu assentar e o meu levantar: de longe, entendes o meu pensamento. Cercas o meu andar e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos. Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo conheces.» No mesmo Salmo, também se faz menção da omnipresença de Deus: «Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Sheol a minha cama, eis que tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, até ali a tua mão me guiará e a tua dextra me susterá» (versículos 8-10). 3.1.5 Deus, o Eterno Deus, "o Eterno", não teve princípio nem terá fim. Limitações de tempo não existem para Ele. «Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra, e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus» (Sl 90,2). Deus é o Criador e o Senhor do tempo: ao contrário do mundo material, que está pendente do tempo, Deus manda no tempo de forma soberana: Ele tanto o pode oferecer como o pode tirar. A eternidade de Deus ultrapassa os horizontes humanos. Ela é infinita, sem ser atemporal. Não obstante, para Deus, o passado, o presente e o futuro estão sempre presentes. Que Deus está acima de todas as dimensões temporais pode-se ver em 2Pe 3,8: «Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia.» 3.1.6 Deus, o Amoroso Tanto na Antiga como na Nova Aliança, Deus aparece como o Amoroso. Por amor elegeu o povo de Israel e libertou-o do cativeiro dos egípcios. No entanto, Deus não se manifestou apenas ao povo de Israel, no Seu ato histórico, como sendo o Deus do amor, Ele acaba por se manifestar como "o Amoroso" a toda a humanidade, em Jesus Cristo: porque Deus amou o mundo de tal maneira, «que deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna» (Jo 3,16). Deus não se dedica apenas com amor ao mundo, mas antes «Deus é amor» (1Jo 4,16). 3.1.7 Deus, o Justo e o Misericordioso Deus é o misericordioso. A Sua graça é parte da Sua justiça. Ele concede graça, misericórdia, paciência e bondade (Sl 103,8). Deus concede graça ao Seu povo, segundo a Sua justiça, mesmo quando o povo sai do caminho ou desrespeita a aliança: «Em grande ira, escondi a minha face de ti, por um momento; mas com benignidade eterna me compadecerei de ti, diz o Senhor, o teu Redentor» (Is 54,8). A prova de como Deus é misericordioso encontra-se na Nova Aliança, quando Ele se dedica e perdoa aos que tendem para o pecado. O apóstolo Paulo dá testemunho de que Deus estava em Cristo e que reconciliou o mundo consigo (2Cor 5,19). Por graça, Deus concede justiça aos injustos; o pecador recebe o perdão, o sedento de salvação recebe salvação, ou seja redenção. Deus é justo: «Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, porque todos os seus caminhos juízo são: Deus é a verdade, e não há nele injustiça; justo e recto é» (Dt 32,4). Afirmações como «o salário do pecado é a morte» (Rm 6,23) ou «Senhor Deus, Todo-Poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos» (Ap 16,7) mostram claramente a Sua justiça. É ele que, na Nova Aliança, oferece justiça imerecida ao pecador através de Jesus Cristo (Rm 3,24-26; 5-18). 3.1.8 Deus, o Perfeito Deus é perfeito. Ele não precisa de qualquer melhoramento, qualquer modificação ou qualquer aperfeiçoamento. Ele é o Incorruptível e o Liberto de todos os condicionalismos e obrigações. Os Seus atos não são fundamentados em qualquer tipo de necessidade externa, mas apenas na Sua vontade absolutamente soberana. Perante Moisés, Deus deu-se a conhecer como sendo o completamente Idêntico e Perfeito: «Eu sou o que sou» (Ex 3,14). A perfeição e a bondade de Deus estão estreitamente correlacionadas: tudo o que acontece em Deus, tudo o que parte d'Ele ou é criado por Ele, é perfeito e bom. A perfeição de Deus também se evidencia no facto de não existir qualquer diferença entre vontade e ato, nem, entre intenção e realização. Em Deus também não se encontra qualquer tipo de fracasso ou algo que em si seja imperfeito. A criação participa da perfeição e bondade de Deus, sendo, por isso, que Deus se refere à Sua criação dizendo «e eis que era muito bom» (Gn 1,31). A perfeição de Deus também inclui a verdade. Em Deus não existe mentira, engano nem insegurança. «A tua palavra é a verdade» (Sl 119,160). A palavra divina é fiável, Deus assume as Suas promessas e é fiel. A verdade de Deus interage com a sabedoria. Deus rege e preenche toda a criação com ela: «Ela estende-se com vigor de uma extremidade à outra e tudo governa com bondade» (Sb 8,1*). A perfeição de Deus torna-se diretamente experienciável em Jesus Cristo, o «autor e consumador da fé» (Heb 12,2), porque Ele é perfeito no que diz e faz. Jesus Cristo é o exemplo e o professor para a perfeição que o Homem deve ansiar alcançar (Fl 2,5). O "prosseguir para o alvo", o "prémio da soberana vocação de Deus" (Fl 3,12-16) — isto é, a perfeição —, tem uma natureza escatológica. A perfeição pode muito bem ser ansiada pelo Homem pecaminoso, mas ele nunca a conseguirá alcançar pelos seus próprios meios. Através da aceitação, no dia da revinda de Cristo, e da participação na nova criação é que Deus, por fim, oferece ao Homem uma parte abrangente da Sua perfeição. SÍNTESE O Pai, o Filho e o Espírito Santo são o Deus uno, que existe, cria e sustenta desde sempre. (3) O ser humano não consegue abranger a natureza e a atuação de Deus por meio do seu intelecto, o acesso a Deus só se consegue obter através da fé. (3.1) O Deus uno é trino: Pai, Filho e Espírito Santo. Não se trata de três Deuses, mas antes de três pessoas (hipóstases). (3.1.1) A fé num único Deus (monoteísmo) faz parte das profissões de fé fundamentais do Antigo e Novo Testamento e até ao presente está ancorada na fé cristã das comunidades apostólicas mais antigas. (3.1.2) Santidade — majestade, imunidade, estar afastado do que é profano — faz parte da natureza de Deus, do Seu Ser e da Sua atuação. A Sua palavra e a Sua vontade também são santas. (3.1.3) Deus consegue tudo, para Ele nada é impossível. Da Sua omnipotência fazem parte a omnisciência e a omnipresença. (3.1.4) Deus não tem princípio nem fim. A eternidade de Deus é infinita, sem ser atemporal. Ele é o Criador do tempo e, como tal, está acima de todas as dimensões temporais. Para Ele, o passado, o presente e o futuro estão sempre presentes. (3.1.5) Deus é o amor (1Jo 4,16). No contexto histórico, Ele também surge sempre como aquele que pratica o amor. A prova mais evidente é quando oferece o Seu Filho a toda a humanidade. (3.1.6) Deus é o Misericordioso e o Justo. A Sua graça também se evidencia no facto de Ele perdoar pecados. Ele oferece ao pecador justiça através de Jesus Cristo. (3.1.7) Deus é o Perfeito. As Suas obras e os Seus caminhos não têm qualquer defeito. Os Seus atos acontecem simples e unicamente com base na Sua vontade soberana. Deus cumpre o que promete e é fiel. A perfeição de Deus torna-se diretamente percetível em Jesus Cristo. (3.1.8) * Bíblia da Difusora Bíblica. Edição e copyright, vide «Observações referentes à redação dos textos». 3.2 Deus - Pai, Filho e Espírito Santo Deus automanifestou-se como Pai, como Filho e como Espírito Santo. É assim que Deus se torna reconhecível como trino. Esta automanifestação de Deus forma a base da doutrina trinitária. A atuação de Deus na história e na criação ocorre sempre na função de Pai, de Filho e de Espírito Santo. Deus manifesta-se como Criador, como Redentor e Reconciliador e como Recriador. Na vida de Jesus — aquando do Seu batismo, da Sua transfiguração, crucificação, ressurreição e ascensão — bem como aquando do derramamento do Espírito Santo, no Pentecostes, Deus manifestou a Sua natureza trina: Ele é Pai, Filho e Espírito Santo. O segredo da Trindade de Deus é abordado de diversas formas no Antigo e Novo Testamento. Contudo, não se encontra o termo em toda a Escritura Sagrada, nem uma menção de uma doutrina trinitária. Ela foi reconhecida e formulada nos primórdios da Igreja com base nos testemunhos bíblicos. 3.2.1 Indicações referentes ao Deus Trino no Antigo Testamento Uma primeira indicação referente à atuação do Deus Trino encontra-se no primeiro relato sobre a criação (Gn 1,1-31; 2,1-4). do qual consta: «e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas» (Gn 1,2) e também: «E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa semelha 


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          TEOLOGIA CONTINUADA

TEOLOGIA E TEÓLOGO
 Parte I
Forma do grego: theós, Deus, e logos e um tratado. 
É uma expressão sistemática que tem por objetivo um credo religioso ou uma divindade. O teólogo procura sempre racionalizar uma fé, que é algo de natureza misticiemotiva.  teologia se situa num campo intelectual, enquanto que as crenças pertence a esfera emocional. Esta disciplina se subdivide em das grandes partes: (1) Teologia Especulativa e (2) Teologia Prática ou, Moral. A primeira (1) procura expor, provar, justificar e sistematizar os dados revelados da respectiva religião, num corpo único de doutrina. A segunda (2) parte, por sua vez, se propõe ressaltar e deduzir racionalmente os deveres do homem para com a divindade. Por isto, seu tema principal gira em torno do pecado, das virtudes e dos vícios.

Com respeito aos métodos ou maneira de exposição, os autores ainda distinguem a teologia positiva da teologia Escolástica. A primeira é simples exposição dos dogmas, da doutrina e dos artigos de fé, apresentada dentro de toda sua singeleza, sem nenhum artifício lógico ou retórico. Os adeptos desta posição acham  que, por se tratar de assunto divino, não é necessário maior esforço de explanação humana.

Teologia Escolástica, pelo contrario, é um corpo de doutrina racionalizado, resultante de emprego de método lógico-silogistico na prova e exposição de determinado fundo religioso. Foi esta a grande tarefa dos filósofos dos tempos medievais, A maior obra, neste sentido, é a Summa Theologicade Tomás de Aquino. A pretensão da Teologia Escolástica, desde o Séc XI, era distribuir as verdades religiosas cristã em tal ordem lógica, que uma servissem para esclarecer outra e, no final, se estivessem um sistema coerente, uno e completo, excetuando-se apenas a incompreensibilidade dos mistérios. Esta tendência procurava, igualmente, conciliar a Fé co a Razão, mostrando que os dogmas são suscetíveis de demonstração silogística.

O teólogo é sempre um estudioso que se situa numa posição particular ao criar as elaborações doutrinárias, pois sua especialidade_a Teologia_é sempre um estudo de determinada religião estoica, com o fim de se obterem base mais sólidas e racionais para a mesma. Por isto, é certo, há tantas teologias quantas são as religiões que exigem uma exposição coerente. A necessidade de uma doutrina teológica racionalizada nasce do foto de ser a religião, a  partir dos tempos históricos, uma estrutura complexa, e não mais  uma simples experiência mística individual, como outrora. Ora, esta estrutura complexa, com ritual, hierarquia, culto, dogma e comunidade de fiéis, exigia fundamentos mais sólidos, além do sentimento de base emotiva, em que, essencialmente, se origina o fenômeno religioso. Além disso,  havia ainda a necessidade de cada religião defender-se contra as outras e, sobretudo, de não se sentir inferiorizada diante de outros conhecimentos já sistematizados, como os Filósofos e das Ciências.

TEOLOGIA CRISTÃ
A Teologia cristã, a mais bem organizada de quantas existe atualmente ou conhecemos, valeu-se, sobretudo da Filosofia grega para se constituir em termos mais racionais. Inicialmente, foi o pensamento neoplatônico, notadamente o de Plotino, que serviu de base para seus dogmas. A partir de séc. XIII, com Tomás de Aquino Alberto Magno, a filosofia aristotética se mostrou mais apta para isso. Na Idade Média, era tal o papel sulbaterno da Filosofia, que foi, com justiça, chamada de Ancilla heologiae (“Escrava da Teologia)”. A Teologia só alcançou todo o seu esplendor quando a filosofia aristotélica obteve seu Maximo desenvolvimento, sob o rotulo de Escolástica, cujo maior representante foi S. tomas de Aquino. Depois da áurea fase tomista, o campo teológico só recebeu novo incremente com o florescimento da filosofia kantiana, no séc. XIX. A partir de então, surgiu na Alemanha o movimento denominado de Teologia  Racionalista. Seu centro principal foi  a Escola Teológica de Tubinga. Uma característica essencial da disciplina teológica é que suas premissas ou seu ponto de apoio, em sua elaboração racional devem ser uma verdade divina ou revelada. No caso de não se recorrer a esta base, as teorias daí resultantes, por serem exclusivamente racionais, são consideradas filosóficas. Dentro da Filosofia ocidental, chama-se precisamente Teodiceia a parte da Filosofia que expõe, do ponto de vista exclusivamente racional, os temas religiosos, tais como a existência de Deus, a imortalidade da alma, etc. Esta, ao contrario, prescinde de qualquer revelação. (A.X.T)



Parte II

  Teologia é a doutrina ou ciência de Deus. A Teologia cristã, aquela que mais nos interessa, é, na aceitação geral, a ciência da religião evangélica, como se acha ela revelada na Bíblia, desenvolvida na História, e continuada na vida progressiva da igreja cristã. Religião e Teologia estão uma para com a outra na relação de vida e conhecimento, de prática e teoria. Um cristão é, necessariamente, participante da revelação de Cristo acerca de Deus: a fé baseia-se no conhecimento, e fazer teologia é simplesmente tornar a fé intelectualmente fortalecida, é definir e sistematizar o conhecimento sobre que ela repousa e para o qual ela, por sua vez, guia o crente. As principais divisões, ou aspectos do estudo teológico, são a parte bíblica, a sistemática, a histórica e a prática. Entre estas, repousando o Cristianismo sobre a revelação contida nas Escrituras, é primária e fundamental a Teologia bíblica ou exegética, pois o principal trabalho do teólogo é interpretar e sistematizar o ensino do Antigo e Novo Testamentos. De um modo claro, a Teologia bíblica divide-se em Teologia do Antigo Testamento e Teologia do Novo Testamento, tratando a primeira da progressiva revelação de Deus ao povo hebreu, tendo a segunda o seu ponto culminante em Jesus Cristo. Não achamos uma Teologia no A.T. - achamos uma religião: noções religiosas, e religiosas esperanças e aspirações. Somos nós próprios que fazemos a Teologia, quando damos a essas idéias e convicções religiosas uma forma sistemática ou metódica. Portanto, o método deve ser histórico - a Teologia do Antigo Testamento é, realmente, a história da religião de israel, como vem ali descrita. o Dr. Davidson distingue cinco grandes períodos históricos: l. Antes do Êxodo. 2. Desde o Êxodo à profecia escrita, 800 a.C. 3. Desde o ano 800 até ao exílio, 586 a.C. 4. Desde o exílio até ao encerramento do Cânon profético, 400 a.C. 5. Desde o ano 400 até à Era Cristã. A literatura do A.T. é, nas suas distintas partes, fixada nestes períodos, e foi por meio de cada um deles que se deu o aumento das grandes idéias religiosas: a doutrina acerca de Deus, do homem e do pecado, da redenção e últimas coisas. Semelhantemente, o N.T. é mais um livro de religião do que de teologia. Mas a vida religiosa que a sua literatura nos oferece tem estas duas características: essa vida é a de uma única geração do homem, sendo ela absolutamente dominada e formada por Jesus Cristo. o N.T. é o testemunho dos apóstolos acerca do Salvador. Pertence à Teologia do N.T. interpretar e sistematizar esse testemunho, colher dos escritos desses homens, a quem, na frase de Paulo, ele ‘apreendeu’, e de quem se assenhoreou, os seus pensamentos e as suas convicções com relação ao Divino Mestre, ao Seu ensino, e à Sua obra a favor do homem. A Teologia do Novo Testamento compreende sete divisões principais: l. o ensino de Jesus, segundo os evangelhos sinópticos. 2. o ensino de Jesus, segundo o quarto evangelho. 3. o primitivo ensino apostólico (At, Tg, 1 Pe, e 2 Pe). 4. A teologia de Paulo. 5. A teologia da epístola aos Hebreus. 6. A teologia do Apocalipse. 7. A teologia de João. ora, embora seja conveniente distinguir a Teologia do N.T. da Teologia do A.T., devemos considerar que estas não são duas, mas uma somente. Cristo veio cumprir a Lei e os Profetas: o Seu ministério e o dos Seus apóstolos apropriaram e completaram a revelação que tinha sido dada a israel por meio das Escrituras judaicas. Por esta forma são continuados os grandes temas religiosos. o que mais se distingue nos ensinamentos de Jesus, não falando no testemunho que deu de Si próprio, é a Sua revelação acerca da paternidade de Deus e a Sua doutrina relativa ao Reino de Deus: as principais verdades das quais estavam de posse os Seus discípulos e intérpretes são aquelas que se acham em conexão com a Pessoa e obra de Cristo: Cristologia e Soteriologia, ou o caminho da salvação. Nas sucessivas ‘teologias’ da igreja, que formam a ‘história da doutrina cristã’, têm estas verdades recebido força variante. À literatura apologética do segundo século, em que era defendido o Cristianismo contra os ataques pagãos e desvios heréticos, sucedeu a longa controvérsia quanto à Pessoa de Cristo, à Sua Encarnação, e à Trindade, sendo o resultado final de tudo isto a ‘fé universal’. (*veja Trindade. ) No ocidente houve controvérsias sobre o pecado e a graça, sendo assentado como único caminho salvador na igreja o ser-se justificado somente pela fé. Com estes três períodos acham-se relacionados os nomes de Atanásio, Agostinho e Lutero. Calvino sistematizou a Teologia protestante, acentuando de um modo especial a soberania de Deus. Deve-se acrescentar que, por toda a História, variante peso se tem dado a três fatores que têm atuado na formação da crença teológica: a autoridade da Escritura, a permanente direção do Espirito, e os direitos da faculdade intelectual. A Teologia de cada época deve interpretar e ter em consideração cada um dos três elementos. o incremento da literatura bíblica, especialmente de dicionários da Bíblia, desde que estes foram escritos, amplamente confirma o atual e principal debate. Este renovado estudo das Escrituras pode alterar-lhes a perspectiva, sem de alguma maneira prejudicar a sua autoridade. Podem levantar-se perigos no novo caminho - mas se a pessoa de Jesus permanece firme à nossa vista, e se as veredas do estudo bíblico forem fielmente e sem receio atravessadas, estando nós apoiados na própria declaração do Salvador de que as Escrituras ‘testificam de mim’, não perigará o futuro da Teologia. ‘o Senhor tem ainda muitas verdades para fazer brotar da Sua santa Palavra’ - e com a direção do Espírito Daquele que ‘ontem e hoje é o mesmo, e o será para sempre’, e sempre com profunda e crescente satisfação para o espírito, para o coração, e para a vontade, podem as gerações, umas após outras, aprofundar cada vez mais a significação da revelada graça de Deus em Jesus Cristo nosso Senhor.
Bíblico - TEOLOGIA  



VOTO DE JEFTÉ EXPLANAÇÃO: 28/09/2014.  PREGAÇÃO DO PR. MARCOS

     Recentemente, adquiri um livro junto à Reformation Heritage Books, de autoria do Dr.Joel R. Beeke, intitulado Contagious Christian Living (Viver Cristão Contagiante). O primeiro capítulo do livro é dedicado à submissão sacrificial da filha de Jefté. Gostaria de compartilhar com o leitor do Cristão Reformado oito razões apontadas pelo Dr. Joel Beeke, que mostram que o voto de Jefté não foi precipitado nem que ele sacrificou a sua própria filha. Mais uma vez, peço que o leitor seja misericordioso com a tradução. Transcrevo na íntegra abaixo:

    Compreendendo Mal o Voto de Jefté. (Blog do Bispo Jaime Carrijo).
Antes de tirarmos conclusões apressadas, deixe-nos dar uma olhada mais íntima na passagem. Quanto terminarmos, descobriremos que Jefté não fez um voto apressado e tolo, e que ele não ofereceu a sua filha como um holocausto. Isto vai contra algumas antigas interpretações desta história. Alguns comentaristas afirmaram que Jefté viveu em tempos difíceis e que, indubitavelmente, foi influenciado por ideias pagãs, as quais incluíam sacrifícios humanos e suborno aos deuses, a fim de se conseguir seus favores. De acordo com esta antiga visão, Jefté deu vazão a estas ideias pagãs e, por isso, deve ser menosprezado.

     Entretanto, examinando esta narrativa de perto, podem ser percebidas oito questões no contexto que, tomadas em conjunto, conduzem-nos para longe daquela suposição de que Jefté sacrificou a sua filha.

     Em primeiro lugar, Jefté não era um homem precipitado. Jurar que você sacrificará qualquer pessoa que saia de sua casa para o encontrar pode ser precipitado. Porém, Jefté já tinha provado aos anciãos de Israel e ao rei dos Amonitas que era um homem cauteloso.
    Um pouco antes, Jefté não atendeu prontamente o pedido dos anciãos para se tornar o líder de Israel, mas, cuidadosamente, os questionou a fim de descobrir, primeiramente, os seus motivos e intenções. Ele também não se precipitou na batalha, mas enviou mensageiros aos Amonitas em uma tentativa de encontrar uma alternativa diplomática em vez da guerra, para pleitear a justiça da causa de Israel.

      Segundo, em suas discussões com os Amonitas, Jefté demonstrou sua familiaridade com as Escrituras. Seguramente, então, ele devia ter conhecimento de que Levítico 18.21 e Deuteronômio 12.29-32 proíbem o oferecimento de sacrifícios humanos – especialmente seus próprios filhos – como uma abominação diante de Deus. Em adição, Juízes 11 está colocado em um contexto de reforma. Israel, incluindo Jefté, tinha se arrependido e voltado para – não para longe – o Deus vivo.

      Terceiro, quando Jefté fez o seu voto, o Espírito de Deus estava sobre ele. O Espírito o inspiraria a fazer um voto que contrariasse tão claramente a Escritura revelada pelo próprio Espírito? Isso é difícil de acreditar, desde que a Palavra e o Espírito nunca contradizem um ao outro. Também é difícil acreditar que Israel tivesse seguido a Jefté como um líder se ele tivesse desobedecido a Escritura de forma tão notória e se tivesse, de fato, sacrificado a sua filha.

     Quarto, olhemos mais de perto Juízes 11.31, que diz: “quem primeiro da porta da minha casa me sair ao encontro, voltando eu vitorioso dos filhos de Amom, esse será do SENHOR, e eu o oferecerei em holocausto”. Uma possível opção para essa tradução é lembrar que holocausto em hebraico nem sempre significa sacrifício-sangrento. A palavra hebraica também pode significar “total dedicação”. Neste caso, o voto de Jefté teria sido: quem sair da porta da minha casa “será do SENHOR, e eu o oferecerei para uma completa dedicação ao SENHOR”.

      Outra questão de tradução nos impede de entender a passagem corretamente. O último verso de Juízes 11 diz que as filhas de Israel iam anualmente para “lamentar” a filha de Jefté. A palavra traduzida aqui como “lamentar” não é traduzida deste modo em nenhum outro lugar na Bíblia. Ao invés disso, ela é entendida como “ensaiar” ou “comemorar”. Assim, as filhas de Israel não lamentaram a morte da filha de Jefté. Elas comemoraram sua dedicação ao serviço de Deus, o qual envolvia a submissão total do seu coração.

       Quinto, depois de derrotar os Amonitas e encontrar a filha, Jefté teve bastante tempo para ponderar acerca do que faria. Ele concedeu à sua filha dois meses para que ela lamentasse a sua virgindade. Você não acha que, se realmente Jefté pretendesse sacrificar a sua filha, os sacerdotes de Siló teriam vindo até ele durante aquele tempo a fim de o lembrarem da proibição divina relativa a sacrifício humano?

        Sexto, mesmo se o voto de Jefté tivesse sido precipitado, Levítico 5.4-5 lhe oferecia a possibilidade de se arrepender de tal voto e Levítico 27 a possibilidade de Jefté redimir a sua filha mediante o pagamento de um resgate. Mesmo assim, Jefté recusou essas opções.

      Sétimo, quando a filha de Jefté foi lamentar por dois meses, ela não lamentou a sua morte iminente, mas sim a sua virgindade perpétua (Juízes 11.38).

Finalmente, note que Jefté é recomendado em vez de ser repreendido na Escritura. Ele governou sobre Israel durante outros seis anos. E 1 Samuel 12.11 menciona Jefté como um dos que mantiveram Israel a salvo. Samuel teria recomendado Jefté se ele tivesse sacrificado a própria filha? Mais importante, Hebreus 11.32 menciona Jefté como um herói da fé em lugar de uma figura pagã desprezível.

Em conclusão, então, Jefté não prometeu matar sua filha, mas a dedicou ao serviço de Deus, o que envolveu o desafio notável da sua virgindade perpétua. É o que diz o versículo 39, que ele levou a cabo o seu voto, mas não adiciona, “e ela morreu”. Ao invés disso, diz que, “ela jamais foi possuída por varão”. Jefté cumpriu o seu voto assim porque a sua filha viveu o resto da vida como uma virgem.

Fonte da pesquisa: Joel R. Beeke, Contagious Christian Living. Reformation Heritage Books and Pryntirion Press, pp. 12-16.


[1] BÍBLIA DE ESTUDO DE GENEBRA, (São Paulo: Cultura Cristã, 2009), 327. Edição 








Você sabe que este mês de agosto de 2012 haverá duas lua cheia?
Você sabe que todo dia do trabalho (primeiro de maio) e o primeiro dia do ano que se aproxima (futuro)?
Você que não existem sábado sem lua?
Sabia que  agosto é o mês do luar mais bonito do universo, existe até uma lenda do luar de Kamakura que o povo faz romaria ou caminhada de 12 dias, para chegar exatamente no dia da lua cheia. Sabia que o o primeiro dia de mais corrente representa o primeiro dia do ano  vindouro...?
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