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segunda-feira, 3 de junho de 2024

O Salmo 126.4

 

IMAGEM DO GOOGLE


O Salmo 126 é um cântico de peregrinação que celebra o retorno dos exilados de Babilônia e expressa a alegria e a esperança do povo de Israel. O versículo 4 menciona especificamente o deserto de Neguebe: "Restaura, Senhor, a nossa sorte, como as correntes no Neguebe.  Contexto Histórico e Cultural: O deserto de Neguebe é uma região árida no sul de Israel.

  Durante o tempo bíblico, essa área era conhecida por suas condições extremas de sêca e calor. No entanto, também era uma região onde, ocasionalmente, ocorriam chuvas torrenciais que transformavam temporariamente o deserto em um lugar fértil e cheio de vida. Essas chuvas criavam "correntes" ou "torrentes" que enchiam os leitos secos dos rios, trazendo renovação e esperança.

 Explicação Teológica: O uso do Neguebe no Salmo 126:4 é uma metáfora poderosa. Assim como as correntes de água no deserto trazem vida e renovação a uma terra seca, o salmista pede a Deus que restaure a sorte de Israel, trazendo renovação e alegria ao povo que havia experimentado o exílio e a desolação.

 Interpretação Simbólica: A imagem das "correntes no Neguebe" simboliza a transformação e a renovação. O deserto, que normalmente é um lugar de morte e desolação, se torna um lugar de vida e esperança quando as águas chegam. Da mesma forma, a restauração de Israel é vista como uma transformação milagrosa, onde a tristeza e a desolação do exílio são substituídas pela alegria e pela prosperidade.

 Etimologia: A palavra hebraica para "correntes" usada aqui é (afikim), que pode ser traduzida como "canais" ou "leitos de rios". Esta palavra enfatiza a ideia de canais secos que, de repente, se enchem de água, trazendo vida ao deserto.

 Exemplos Concretos 1. Transformação Espiritual: Assim como o deserto de Neguebe se transforma com a chegada das chuvas, a vida espiritual de uma pessoa pode ser renovada pela intervenção divina.

 2. "Esperança em Tempos de Dificuldade": O Salmo oferece esperança para aqueles que estão passando por tempos difíceis, lembrando que Deus pode transformar situações de desespero em momentos de alegria e renovação. 

 Conclusão: O Salmo 126:4 utiliza a imagem do deserto de Neguebe para transmitir uma mensagem de esperança e renovação. A metáfora das correntes no deserto ilustra a capacidade de Deus de transformar situações de desolação em momentos de grande alegria e prosperidade. Este versículo, portanto, não só celebra a restauração de Israel, mas também oferece uma promessa de renovação espiritual e esperança para todos os que confiam em Deus.  

https://biblia.chat. Valdeci Fidelis, compilação

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Palestina atual que tantos desejam e Neguebe

                                                                                                           Compilação by Valdeci Fidelis
A terra dos filisteus. É propriamente o território da Terra Santa, que foi habitado pelos filisteus. Ficava na costa ocidental de Canaã, estendendo-se desde o rio do Egito, um pouco ao sul de Gaza, até Jope. A palavra Palestina ocorre apenas quatro vezes, sendo traduzida em outros lugares pelo termo Filístia. No sentido mais moderno, a Palestina ocidental compreendia aquela parte da Síria entre o vale do Jordão, o mar Morto e a costa oriental do Mediterrâneo. 

A Palestina oriental alargava-se até ao deserto da Síria. o limite setentrional era uma linha traçada alguns quilômetros ao sul de Tiro, até Dã, e daqui pelo sopé do monte Hermom, sempre na direção do oriente, até ao deserto, o limite meridional era o ribeiro do Egito, o Wady el-Arish, uma corrente de inverno, que leva as águas do Neguebe para o Mediterrâneo, estando uns 65 km ao sul de Gaza. A distância que vai de Dã, ao norte, até Berseba, ao sul, é de 229 Km, o comprimento da Palestina ocidental é calculado em 224 km, sendo aproximadamente de 65 km a largura média do Jordão ao Mediterrâneo.

 As principais características geográficas do país são: A fértil planície que se estende do norte ao sul, ao longo da praia do Mediterrâneo - o Sefelá, ou terra mais elevada, em ambas as partes do norte e do sul do pais - o interior montanhoso, correndo em todo o comprimento do país, do norte ao sul - o vale do Jordão, compreendendo o rio Jordão, os lagos de Merom e de Tiberíades, e o intensamente salgado mar Morto - o Neguebe, ou a terra do Sul, ao sul da Judeia - e o deserto de Zim, conhecido também pelo nome de Arabá, o qual foi teatro de ação dos israelitas no último ano da sua peregrinação. 

A planície ocidental estende-se para o sul desde a Fenícia até ao monte Carmelo, um promontório que entra abruptamente pelo mar, e continua depois ao longo do vale florido do Saron, ainda hoje imensamente fértil, quando a sua cobertura de areia é revolvida por meio de cavas - e a essa planície liga-se, finalmente, a da Filístia, prolongando-se para o interior numa série de pequenos outeiros (o Sefelá) até à base dos montes da Judéia (1 Cr 7.28 - Jr 17.26 - Zc 7.7), os montes da Galiléia (montanhas de Naftali) compõem-se de pedra calcária, são recobertos e tantas vezes escalvados, com inumeráveis fendas e precipícios. 

Entre estes montes e as montanhas de Samaria está o famoso vale de Jezreel, o qual forma um triângulo irregular, sendo a sua base, o lado oriental, de 24 quilômetros, ficando o vértice perto do mar, nas faldas do monte Carmelo, e junto à foz do rio Quisom (Jz 5.21). Este vale foi o grande campo de batalha da Palestina, teatro de muitas lutas decisivas (*veja Gideão, Saul, Davi, Megido, Josias.) Dominando este notável vale e a planície estão os montes Tabor e Gilboa, e entre as suas cidades eram mais ou menos importantes as de Suném, En-Dor, Caná, Naim e Nazaré. Para o sul do vale de Jezreel levanta-se o monte de Efraim. 

No meio destes outeiros de Samaria acham-se vales muito férteis, devendo especializar-se o vale de Siquém, entre Ebal e Gerizim. As principais cidades deste distrito eram Samaria, Tirza, Bétel e Silo. Mais para o sul ainda se vêem os montes da Judéia. Alcantilados como são, formam um lugar de extrema segurança e poder, um sítio próprio para a fortificação do santuário de Jerusalém. Para o sul da Cidade Santa continua a região montanhosa até Belém - e está ainda entre serras Hebrom (ou Quiriate-Arba), uma das mais antigas cidades do mundo. 

Foi aqui, em Manre, que Abraão conversou com os anjos. Foi ali, também, em Macpela, um dos conhecidos sítios da Bíblia, que ele foi sepultado. Quarenta quilômetros mais para o sul, em Berseba, acaba a terra montanhosa e começa o deserto, sendo este ponto o limite natural da terra. o deserto de Judá (Jz 1.16) é um território extraordinariamente inculto, ao sul e ao oriente de Jerusalém, prolongando-se pelo lado ocidental do mar Morto. 

Aqui as rochas duras e alcantiladas abundam em cavernas, que são ocupadas por pequenos grupos de pastores errantes à procura de escassas pastagens. Por estes sítios habitam cabras monteses e os coelhos de rochas. Foram estes lugares o teatro das vagueações de Davi - e em En-Gedi, ao oriente, se encontram numa memorável ocasião Davi e Saul. o vale do Jordão é uma estreita planície, de terreno igual, com 104 km de comprimento, e que é formada de depósitos aluviais, florescendo ali abundantemente a vegetação tropical. 

No tempo da ceifa (abril), o rio engrossa consideravelmente por motivo do derretimento das neves do Líbano, sendo os animais ferozes obrigados a sair dos seus covis e a procurar mais altos sítios. A sinuosidade do Jordão é tão grande que o seu comprimento é três vezes maior que o do vale pelo qual ele corre. o mar Salgado (o seu nome de mar Morto data do segundo século da era cristã) dista 26 quilômetros da cidade de Jerusalém. Sobre as suas tristes e solitárias praias pendem alcantiladas montanhas. 

A água deste lago é tão salgada que nenhuma forma de vida organizada pode existir ali. Embora receba as águas do Jordão e de muitos ribeiros, a sua grande profundidade (387 metros abaixo do nível do Mediterrâneo) dá-lhe uma temperatura tão alta que as águas desaparecem por efeito de uma evaporação enorme. Chama-se na Escritura o Mar da Planície (2 Rs 14.25) - o Mar Salgado (Dt 3.17 - Js 3.16 - 12.3) - e o Mar oriental (Ez 47.18 - J12.20 - Zc 14.8) - e pelos árabes é cognominado Bahr Lut, o Lago de Ló. o lago de Tiberíades (Bahr Tubariych), também chamado mar da Galiléia, ou lago de Genesaré, e de Quinerete, acha-se a 208 metros abaixo do nível do Mediterrâneo. 

Sendo o seu comprimento de 20 km e a sua largura de treze, o curso do lodoso Jordão divisa-se bem nas suas belas e claras águas. Devido à sua posição, abrigado de todos os lados por montes e estando num nível baixo, o calor chega a ser intenso durante o dia, e por isso acontece que violentas tempestades se desencadeiam, quando pela tarde há uma rápida descida de temperatura. o lago é muito piscoso. o lago de Merom (Baheiret el-Hulek) acha-se também, sobre o curso do Jordão, mais perto da sua nascente do que o mar da Galileia.