Seu amigo V. Fidelis (boa sorte para você, sua família, seus
amigos e todos nós!)
Poderíamos admitir que a vida seja uma
emanação sublime da divindade do amor maior. Enquanto isso, o amor seria a
sintonia afetiva plena com a essência sagrada da criação. Sem dúvida,
nesta fase de transição crítica acelerada da alma do ser
neste planeta, o amor e a consciência da verdade estão mais do
que nunca em questão dentro de nós, desafiando os limites que
traçamos para a expressão apenas moderada do bem comum através de nós.
Realmente, estamos vivendo uma crise de civilização
sem precedentes, que atinge a interioridade profunda do
ser individual e do ser coletivo aqui ancorados. Diante deste estado
síria uma amostra dos princípios naturais e sobrenatural.
Natureza mãe age e reage
terapeuticamente através da soberania de suas leis, atingindo em cheio da
maestria intrínseca e o arcabouço externo de nosso ser de amor;
com reflexo direto, até mesmo, no próprio corpo do planeta.
Estamos famintos e sedentos da presença majestosa
do sentido de uma proteção verdadeira e sem falha de vida, pois a
insegurança vital e essencial que nos atinge por completo.
Enquanto isso, os representantes do poder
institucional constituído se ocultam por trás de suas frágeis
fortalezas defensivas, que começam a ser abaladas pelo próprio
encaminhamento natural dos fatos e das verdades.
Esta situação acaba, de forma progressiva, se
transformando num confronto mortal entre tudo o que já está intrinsecamente
ultrapassado e o sentido libertário do novo que se instala sem cerimônia
no âmago de cada um de nós e na comunidade como um todo.
Um combate frontal e decisivo se inicia entre a
realeza do ser de amor que nos representa dentro de nós e a magnitude
enganosa das ideologias que sustentam a pecaminosa posse de
tudo o que a ferrugem corrói e as traças consomem.
Portanto, uma dramática batalha campal já
se processa, tanto no âmago individual
como coletivo, entre a universalidade do sagrado que nos redime
perante nossa consciência íntima e o particularismo antipedagógico das ideologias
responsáveis pela morte aparente do amor verdadeiro entre todos
nós. Um salto intrínseco de qualidade começa a se processar em
todos os quadrantes do planeta. Uma grande revolução em espírito
e verdade já está se processando tanto dentro como fora de nós.
Temos necessidade urgente de novos homens e de
novas mulheres, com os quais possamos realizar uma parceria
libertária de vida. Um novo homem e uma nova mulher dependem
unicamente da qualidade intrínseca do espírito que somos nós. Este estado
aparentemente caótico de coisas não representa desintegração apocalíptica do
pequenino mundo terreno, mas o fim inapelável de tudo aquilo que
este sistema socioeconômico e político-cultural mercantilista
possui de antipedagógico e injusto, de corrupto e corruptor, de perverso e
aterrador.
Vivendo num planeta onde os choques
pedagógicos de polaridades são a tônica dominante em virtude da presença
insolente do instinto e do Ego, estamos notando que as contradições e
abalos se intensificam de forma natural e avassaladora, para
que se realize, quer queiramos ou não, a substituição dos
paradigmas profanos ultrapassados por um modelo de sociedade
totalmente norteado pela mais paradigmática das verdades
básicas: "amar a essência sagrada do Outro tanto quanto se
ama a si mesmo, privilegiando o trabalho profícuo a favor de todos; e
superando, através da sabedoria verdadeira, a ascendência
massacrante que o instinto e o Ego ainda exercem sobre todos
nós".
Vamos conhecer e ter o privilégio magistral de
viver, a partir de agora, uma época revolucionária da distopia da história
humana, que vai determinar que o Outro seja reconhecido, por fim, como nosso
irmão essencial.
O desprendimento de alma, a coragem lúcida, a
solidariedade em todos os níveis, a sintonia com a essência sagrada da
vida e a consciência absoluta do sentido intrínseco da morte serão fatores
determinantes para nos levar sabiamente ao fundo de nós mesmos,
liberando-nos da dependência massacrante em relação ao
"antropocentrismo promíscuo e obsceno" que determina nossa vivência
terrena. Da mesma forma que cada um de nós é único, singular e
insubstituível no universo infinito da criação, o planeta Terra, enquanto
durar, também o é e será.
Entretanto, este planeta não passa,
como sabemos, apenas de um pequenino e mágico grão de areia na
infinitude divina da criação, e a maioria de nós, supostamente
amparados pelo dogmatismo teológico das religiões terrenas e pela sua
contrapartida representada pelo racionalismo biomecanicista
da ciência oficial, tendemos a considerar nossa vivência
terrena apenas do ponto de vista antropocêntrico; isto é,
tendemos a considerar, afetiva e ideologicamente, tanto o planeta
Terra como nossas aquisições particularizadas de vida como se
representassem o centro do universo infinito da criação.
Ao não exercermos a humildade verdadeira e a
compaixão sem meias medidas, com medo de perder tudo o que jamais nos pertenceu
e não nos pertence, perdemos a oportunidade preciosa de ampliar nossa
receptividade sensível além dos parâmetros comuns que regem a rotina de vida na
comunidade, perdendo, portanto, a oportunidade de desvendar, pela luz
do conhecimento revelador, o mistério aparente da vida e
da morte.
Só há mistério onde o amor e o conhecimento se
encontram bloqueados pelo espírito de sistema, que criamos para
manter de forma antipedagógica a falsa segurança de todos nós,
com prejuízo fragrante de nossa relação com a plenitude mágica
da vida e a essência sagrada Outro. Então, chega a hora exata, já
chegou para todos nós, em que a lei natural que já chegou a evolução de
nosso ser de amor nos coloca frente a frente com o resplendor de nossa
consciência íntima, com a realidade inefável da vida e com o fantasma da morte
ilusória de nossa própria essência.
Assim sendo, para o bem de todos nós, o
dinamismo de expressão dos fatos e das verdades vai passar
pedagogicamente por cima de nossas falsas aquisições de vida,
que sempre nos afastaram, através do jogo falaz das aparências
e dos rótulos pecaminosamente sedutores, da realeza
sagrada do conhecimento verdadeiro e do amor universal.