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sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Teologia Feminista e de Gênero na Faculdades

 

ESTUDOS E PESQUISAS

Teologia Feminista e de Gênero na Faculdades EST. A construção de uma área do conhecimento

 

       Teologia Feminista e de Gênero na Faculdades EST A construção de uma área do conhecimento

 Centro de Estudos Bíblicos Todos os direitos reservados Revisão Nelson Kilpp Capa Rodrigo Fagundes Editoração Rafael Tarcísio Forneck M989t Musskopf, André S. Teologia feminista e de gênero na Faculdades EST. A construção de uma área do conhecimento. / André S. Musskopf. São Leopoldo: CEBI, p. ISBN Teologia feminista. 2. Estudo de gênero. 3. Faculdades EST Produção acadêmica. I. Título. CDU Catalogação: Bibliotecária Eliete Mari Doncato Brasil - CRB 10/1184 Centro de Estudos Bíblicos CEBI Rua João Batista de Freitas, 558 Caixa Postal São Leopoldo/RS Tel.: (051) Fax: (051)

Teologia Feminista e de Gênero na Faculdades EST A construção de uma área do conhecimento André S. Musskopf 2015. A pesquisa que deu origem a esse livro foi financiada pela Igreja da Suécia e a sua publicação em forma de livro teve o apoio da ICCO/Kerk in Actie.Para Wanda Deifelt Elaine Neuenfeldt Marga Ströher Márcia Paixão Agradecimento especial a Marcia Blasi e Tiago Ademir Graube


 Sumário Apresentação Faculdades EST, Teologia Feminista e Estudos de Gênero Faculdades EST Teologia Feminista e Estudos de Gênero Teologia Feminista e Estudos de Gênero na Faculdades EST. 27 Produção Teológica Feminista e de Gênero na Faculdades EST ( ) Trabalhos acadêmicos produzidos antes de Bacharelado em Teologia Produção Teológica Feminista e/ou de Gênero Mestrado em Teologia Conclusões preliminares Trabalhos acadêmicos produzidos no Bacharelado em Teologia ( ) Dados gerais Produção Teológica Feminista e/ou de Gênero Conclusões preliminares

 André S. Musskopf Monografias, dissertações e teses produzidas no Programa de Pós-Graduação em Teologia ( ) Monografias Dissertações de Mestrado Teses de Doutorado Produção Teológica Feminista e/ou de Gênero Conclusões preliminares Produção Teológica Feminista e/ou de Gênero na Faculdades EST ( ) Produção teológica não-feminista e/ou de gênero Produção teológica com presença significativa de mulheres nas referências Produção teológica que inclui a discussão sobre gênero/ feminismo Produção teológica sobre questões de gênero Produção teológica feminista e/ou de gênero Trabalhos acadêmicos do Bacharelado em Teologia Dissertações de Mestrado em Teologia Teses de Doutorado em Teologia

 Apresentação Se você é teóloga feminista ou trabalha com questões de gênero em qualquer outra área do conhecimento, o material apresentado nesse livro não soará como novidade e pouco lhe surpreenderá. Muitos dos dados levantados pela pesquisa fazem parte do nosso cotidiano e conhecemos bem as estruturas e mecanismos que os produzem. Para nossa alegria, no entanto, o principal objetivo desse livro é dar visibilidade a uma produção científica nem sempre conhecida, muitas vezes ignorada aquela que produzimos D*s sabe a que preço. O lugar para realização dessa investigação foi escolhido precisamente por sua reconhecida trajetória nessa discussão. A atuação de estudantes mulheres questionando-se sobre o seu lugar na formação teológica e atuação na Igreja trouxeram essas temáticas para dentro da instituição e deram sustentação ao debate revelado numa ampla e rica produção. A contratação de docentes mulheres (e feministas) garantiu o seu reconhecimento institucional a partir de apoio financeiro- 11

André S. Musskopf, externo. Depois de 21 anos (e mais) é possível perceber a constituição de uma área de conhecimento nascida da luta de mulheres pelo seu espaço e pela fé na transformação das estruturas de exclusão, marginalização e opressão. Esse livro e a pesquisa que deu origem a ele buscam ser uma contribuição na consolidação dessa área bem como um convite a reflexão sobre suas conquistas e desafios. Em certo sentido, o que motivou o desenvolvimento da pesquisa aqui apresentada foi a preocupação com os rumos da produção teológica feminista e/ou de gênero na Faculdades EST e para além dela. Essa reflexão poderia ser estendida para outras áreas e temáticas marginais da produção do conhecimento pelo menos aquele oficialmente reconhecido, validado e normativo. A redução do apoio financeiro externo e as mudanças conjunturais de várias ordens fazem emergir perguntas sobre o lugar dessa reflexão e as condições de sua produção, tanto por parte de docentes como de estudantes de todos os níveis. Estamos num momento em que a reflexão teológica feminista e/ou de gênero não se faz mais necessária, foi incorporada à produção teológica mais ampla ou simplesmente saiu de moda? Onde estão as teólogas feministas que nos inspiraram e aquelas que foram se formando conosco no caminho? Cátedra ou não Cátedra, Programa ou não Programa, eis apenas uma das questões. Pelo menos desde meados dos anos 2000 os recursos externos para financiamento do projeto Cátedra de Teologia Feminista foram sendo reduzidos. Duas docentes que atuavam nesse projeto saíram da instituição e outras duas que já (12)

Apresentação atuavam na instituição assumiram o novo projeto Programa de Gênero e Religião. Menos horas de atividades, menos recursos para atividades, precarização das condições gerais de trabalho nessa área. Um novo momento da Igreja, da sociedade, um novo momento da teologia. Meus heróis morreram de overdose e os meus amigos estão no poder. No que se segue inúmeros dados são apresentados com relação à produção teológica feminista e/ou de gênero na Faculdades EST. O primeiro capítulo busca contextualizar esses dados apresentando informações históricas consideradas relevantes para uma melhor compreensão dos dados. O foco da pesquisa original era o período de 1991 (ano de criação da Cátedra de Teologia Feminista) a O segundo capítulo, no entanto, dá um passo atrás para perceber de que forma a discussão existente na instituição e fora dela se manifesta na produção de trabalhos acadêmicos e pesquisas. Nos capítulos seguintes são apresentados os dados sobre os trabalhos acadêmicos produzidos no Bacharelado em Teologia e no Programa de Pós-Graduação em Teologia (Mestrado e Doutorado). No último capítulo esses dados são analisados a partir de categorias de classificação que buscam identificar a produção teológica feminista e de gênero presente nesses materiais. Apesar do grande número de dados, informações, gráficos, tabelas, a intenção desse livro não é fundamentalmente responder a todas as perguntas levantadas. Ainda que a pergunta inicial da pesquisa seja, de certa forma, respondida, a divulgação dos resultados em livro tem muito mais o objetivo de provocar questionamentos ou pelo menos suspeitas. Que 13

 André S. Musskopf tipo de teologia estamos produzindo e para quem? Quais são as perguntas a que nossas pesquisas respondem e que impacto as respostas que conseguimos dar, mesmo que provisórias, contribuem para experiências de paz e justiça? De que forma, nós, teólogos e teólogas, pessoas comprometidas com a transformação social necessária para que essas experiências se tornem reais e concretas no cotidiano, ajudamos a manifestar a força sagrada da qual pretendemos falar? Não menos importante, essa publicação tem como objetivo dar publicidade a uma ampla e variada produção teológica desenvolvida na Faculdades EST e muitas vezes mantida na invisibilidade, inacessível a estudantes, pesquisadoras e pesquisadores de outros lugares, ausente dos catálogos das editoras. Ao fazê-lo quer revelar e contribuir na construção e consolidação dessa área do conhecimento: a teologia feminista e/ou de gênero. São Leopoldo, julho de

 Faculdades EST, Teologia Feminista e Estudos de Gênero A Faculdades EST é uma Instituição de Ensino Superior de formação acadêmica e pesquisa científica nas áreas de graduação, pós-graduação, ensino profissionalizante e extensão no campo das ciências humanas, sociais aplicadas, linguística, letras, artes e saúde. Está vinculada à Rede Sinodal de Educação e identificada com a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB). 1 Além de ser um centro de formação conceituado em sua área na América Latina, tem também uma importante trajetória na discussão teológica feminista e de gênero. Considerando que o objetivo desse livro é apresentar a produção teológica feminista e de gênero desenvolvida na instituição, é importante situar a emergência e o desenvolvimento dessa produção no contexto mais amplo no qual está inserida, bem como no contexto da reflexão teológica em 1 FACULDADES EST. Apresentação. Disponível em: < br/conheca-a-est/apresentacao>. Acesso em: 5 jul

 André S. Musskopf geral e da teologia feminista e de gênero em específico para além dos seus muros. Isso permitirá visualizar não apenas a produção de maneira isolada, mas refletir e avaliar sobre as condições nas quais ela foi desenvolvida e os desafios que coloca para o contexto atual. FACULDADES EST A Faculdades EST nasceu da necessidade de formação teológica para pastores que atuavam junto às comunidades de imigrantes alemães no Brasil. Esse já era um tema de debate desde a segunda metade do século XVIII. Em 1909 foi fundado um estabelecimento para a formação de professores primários. Em 1921 iniciou-se um curso de formação humanística de 2 o grau preparatório para a formação teológica que deu origem ao Instituto Pré-Teológico (IPT) criado em 1927 em São Leopoldo. Em 1940 foi realizado o primeiro curso teológico propedêutico com duração de três semestres, interrompido de 1942 a 1945 quando o Brasil declarou guerra à Alemanha e os estudantes do curso foram enviados como substitutos para as comunidades. 2 Em 26 de março de 1946 foi criada a Escola de Teologia pelo Sínodo Rio-Grandense. Ligada desde o início às comunidades formadas por imigrantes alemães que começaram a chegar ao Brasil em 1824, 2 FISHER, Joachim. Breve História da Faculdade de Teologia. In: HOCH, Lothar. Formação teológica em terra brasileira Faculdade de Teologia da IECLB Edição Comemorativa. São Leopoldo: Sinodal, Faculdades de Teologia da IECLB, p

 Faculdades EST, Teologia Feminista e Estudos de Gênero a Escola de Teologia foi criada antes mesmo da unificação dos Sínodos que vieram a compor a Igreja Evangélica no Brasil (Federação Sinodal) em De certo modo, foi um elemento importante na consolidação dessa união que viria a configurar a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), nome assumido no 2 o Concílio da Federação Sinodal ocorrido em Assim, a partir de 1958, a administração da Escola de Teologia foi transferida do Sínodo Rio-Grandense para a IECLB, assumindo o nome de Faculdade de Teologia. A criação de um Curso/Escola/Faculdade de Teologia teve o claro objetivo de garantir a formação teológica de pastores para atuar nas comunidades teuto-evangélicas. Alguns pastores vieram para o Brasil nos primeiros anos da imigração e eram pagos pelo governo brasileiro ou pelas sociedades privadas de colonização. Também houve envio localizado de pastores por igrejas e sociedades missionárias da Alemanha para algumas regiões do Brasil. Mesmo assim, segundo Martin N. Dreher, nos primeiros quarenta anos, i. é, de 1824 a 1864, nenhuma organização alemã enviou pastores a essa região, referindo-se ao Rio Grande do Sul. 4 Além dos pseudopastores ou pastores livres eleitos pelas próprias comunidades na ausência de pessoas com formação teológica, a partir de então iniciou-se um pastoreio mais intensivo patrocinado pe- 3 Veja PRIEN, Hans-Jürgen. Formação da Igreja Evangélica no Brasil Das comunidades teuto-evangélicas de imigrantes até a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. São Leopoldo, Petrópolis: Sinodal, Vozes, DREHER, Marin N. Igreja e germanidade. São Leopoldo, Porto Alegre, Caxias: Sinodal, EST, EDUCS,

 André S. Musskopf as organizações Alemãs, incluindo o envio de pastores pelo programa denominado Caixa de Deus. 5 A ideia de que era necessário oferecer formação teológica no contexto local esteve presente muito cedo. 6 O envio mais regular de pastores e missionários por parte de organizações alemãs não resolveu as necessidades das comunidades locais e as dificuldades geradas no contexto da Segunda Guerra Mundial aprofundaram essa carência. A criação da Faculdade de Teologia foi um passo importante nesse sentido, mas os professores que atuavam na instituição continuavam vindo de fora, principalmente da Alemanha. Essa situação começou a mudar apenas no final da década de 1960, dando início a um abrasileiramento do corpo docente 7 e à busca por uma Teologia Autóctone e Contextual 8, no momento em que também ocorria um aumento significativo no número de estudantes (já incluindo mulheres como se verá abaixo). Esse processo coincidiu com a instauração da ditadura militar no Brasil e em vários países da América Latina em decorrência de questões 5 Veja STUHR, Rubens. Das Associações Caixa de Deus à Federação Sinodal. Monografia. São Leopoldo: Escola Superior de Teologia, Também: WACHOLZ, Wilhelm. 

Atravessem e ajudem-nos a atuação da Sociedade Evangélica de Barmen e de seus obreiros e obreiras enviados ao Reio Grande do Sul ( ). Série Teses e Dissertações. Vol. 19. São Leopoldo: Escola Superior de Teologia, Sinodal, FISHER, 1986, Expressão de FISHER, 1986, p SCHÜNEMANN, Rolf. Do gueto à participação O surgimento da consciência sociopolítica na IECLB entre 1960 e Série Teses e Dissertações. Vol. 2. São Leopoldo: Sinodal, EST, p Faculdades EST, Teologia Feminista e Estudos de Gênero políticas, econômicas e sociais e com a emergência da Teologia da Libertação Latino-Americana 9 e da Teologia Feminista. 10 Outras mudanças ocorridas na instituição ao longo dos anos são importantes para entender o contexto da produção teológica feminista e de gênero desenvolvida entre 1991 e 2012 (período estudado para a presente publicação). Em 1984, a partir da reestruturação organizativa, a instituição passou a ser composta por cinco institutos que representavam a diversificação da formação já existente e buscada com base nas necessidades de formação por parte da Igreja 11. A Escola Superior de Teologia (e a sigla que se tornou conhecida a partir de então EST) incluía: Faculdade de Teologia, Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa, Instituto de Educação Cristã (IEC), Instituto de Capacitação Teológica Especial (ICTE) e Instituto de Pastoral. 12 Ou seja, a nova configuração da EST representou uma diversificação da formação oferecida e já incluía um programa de pós-graduação em teologia. 

Assim como no caso da Faculdade de Teologia, a criação do Instituto de Pós-Graduação (IPG) da IECLB buscou responder à demanda de docentes e do desenvolvimento de pesquisas a partir do contexto local. Mesmo que a instituição contasse com docentes brasileiros desde 1968, a formação acadêmica 9 Veja DUSSEL, Enrique. Teologia da libertação um panorama de seu desenvolvimento. Petrópolis: Vozes, Veja GEBARA, Ivone. O que é teologia feminista. São Paulo, SP: Brasiliense, FISCHER, 1986, p posteriormente foram criados ainda o Instituto de Música e Instituto de Formação Diaconal, a Escola Sinodal de Educação Profissional (Esep) e o Instituto Superior de Música de São Leopoldo (ISMSL). 19 André S. Musskopf deles era realizada na Europa e nos Estados Unidos. Assim, em 1981 foi criado o Curso de Mestrado Acadêmico e a primeira turma iniciou suas pesquisas em matéria publicada no Boletim Informativo da EST de 1990 destacou-se a fusão entre o Programa da EST e o Programa do Instituto Metodista Superior em São Bernardo do Campos, constituindo dois núcleos do que se chamou Instituto de Pós-Graduação em Ciências da Religião e a criação do programa de doutorado. 13 Após o término da parceria em 1994, o programa passou a chamar-se Instituto Ecumênico de Pós-Graduação em Teologia (IEPG). 14 Importante para a formação e a pesquisa teológica de modo geral, sua constituição também foi importante para o desenvolvimento da produção teológica feminista e de gênero. Durante grande parte da história da Faculdades EST o curso de Teologia foi desenvolvido como curso livre, sem o reconhecimento do Estado. 

Até 1999 essa era a situação de todos os cursos de teologia no Brasil, o que significou que a formação teológica permaneceu assunto restrito, fechado atrás dos muros dos seminários, sem que a sociedade e as instituições oficiais tomassem conhecimento dela. 15 Foi nesse 13 BOLETIM INFORMATIVO DA EST. São Leopoldo, 1990, p mime-o. 14 LINDNER, Juliana Lohmann; WACHHOLZ, Wilhelm. História da primeira fase do Programa de Pós-Graduação em Teologia da Faculdades EST. In: Anais do Salão de Pesquisa da Faculdades EST. São Leopoldo: EST, v. 12, p HOCH, Lothar Carlos. Pronunciamento por ocasião da autorização da Teologia pelo MEC. In: HOCH, Lothar Carlos; STRÖHER, Marga Janete; WACHOLZ, Wilhelm. Estações da formação teológica 60 anos de história da EST. São Leopoldo: Sinodal, Faculdades EST, p

Faculdades EST, Teologia Feminista e Estudos de Gênero ano que a Câmara de Ensino Superior do Ministério da Educação reconheceu a teologia como disciplina acadêmica, sendo a Escola Superior de Teologia a primeira instituição a receber autorização para funcionamento. Embora o Mestrado e o Doutorado em Teologia já fossem reconhecidos pelo Ministério da Educação, o reconhecimento do Bacharelado em Teologia ocorreu apenas em 2002, ano em que também foi aprovado o Regimento Geral da EST que substituiu os institutos por pró reitorias. 16 Assim como já ocorria na pós-graduação, isso significou a diversificação do corpo discente, com maior abertura para estudantes não vinculados/as à IECLB, e também do corpo docente. Além disso, outras mudanças, inclusive em termos de financiamento por parte da própria Igreja, trouxeram modificações que ainda estão sendo absorvidas pela instituição. Por fim, uma nova reformulação do Regimento Geral em 2007 integrou todos os cursos oferecidos pela instituição, passando a figurar a marca Faculdades EST, 17 nome utilizado nesse livro para referir-se não apenas à instituição em sua configuração atual, mas a toda a história narrada aqui brevemente. 16 FACULDADES EST. História. 17 FACULDADES EST. História. O nome Faculdades EST foi aprovado pelo Ministério da Educação em Ver BEHS, Micael Vier. MEC aprova unificação das mantidas. 04/06/2013. Disponível em: < Acesso em: 16 nov.

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