SÓIS SACERDOTES UNIVERSAL BÍBLIA DE LUTERO
Desde eu que anseie alcançar o
dia de Cristo, o crente poderá fazer parte da Igreja-noiva, da “comunhão dos
santos”. Aquele que é selado tem a tarefa de permanecer no seguimento, na
imitação de Cristo e de se deixar preparar para a revinda de Jesus Cristo
através da palavra e do sacramento.
Nono artigo de fé Crê que o
Senhor Jesus há de regressar, tão certo como subiu ao céu, e que levará consigo
as primícias dos mortos e vivos, que esperaram a Sua vinda e foram preparados,
que depois das bodas no céu voltará à terra com estas, para edificar o Seu
reino de paz, e que regerão com Ele como sacerdócio real.
Após conclusão do reino de paz,
realizará o Juízo Final. Então, Deus criará um novo céu e uma nova terra e
habitará com o Seu povo. O nono artigo de fé representa uma especificação
escatológica e definida nas afirmações dos artigos segundo e
terceiro (a vinda de Cristo, a ressurreição dos mortos, a vida eterna).
O caráter extenso deste artigo
tem por mérito mostrar a grande importância que os acontecimentos futuros têm
na fé da igreja evangélica de Jesus Cristo. O início do artigo remete para: “Os
quais lhe disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Este
Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o
céu o vistes ir” (At 1.11): “Esse Jesus, que de entre vós foi recebido em cima,
no céu, há de vir, assim, como para o céu o vistes ir.” Além disso, o artigo
retoma as afirmações escatológicas do segundo artigo de fé.
À revinda de Jesus
Cristo está associada a promessa de que o Senhor “levará consigo as primícias
dos mortos e vivos, que esperaram a sua vinda e foram preparados” (1Ts
4.16.17). As “primícias dos mortos e vivos” receberão um corpo espiritual e
serão arrebatadas para junto do Cristo que virá. As primícias são aqueles que
passaram a pertencer a Deus, que mantiveram viva a esperança na vinda do Senhor
e que se deixaram preparar para a volta de Cristo.
E voltando o Senhor
Jesus Cristo é um acontecimento central, do qual dependem outros
acontecimentos escatológicos. O arrebatamento dos mortos e vivos culmina na
comunhão com Jesus Cristo, representada pelas “bodas no céu”. As bodas no céu
são o começo da eucaristia ou comunhão direta do Senhor com a Igreja-noiva. As
“bodas no céu” têm uma permanência limitada; depois de terem completo, Jesus
Cristo e os seus se consagrarão a todos aqueles homens que não compartilharam
neste acontecimento. Daí, Jesus Cristo aparecerá visivelmente na terra onde
edificará o “Seu reino de paz” (Ap 20.4-6), a igreja-noiva, cujo símbolo
numérico é o número “cento e quarenta e quatro mil (Ap 14.1), participará na
regência de Cristo como «sacerdócio real" (1Pe 2.9; Ap 20.6).
O Evangelho será proclamado
a todas as nações, aos vivos e aos mortos. Só «após conclusão do reino de paz,
realizará [Jesus Cristo] o Juízo Final». Será quando toda a Criação reconhecerá
que Jesus Cristo é o juiz justo, ao qual nada fica oculto (Jo 5.22-26-27), Na
última frase do nono artigo de fé oferece uma visão da força criativa e futura
de Deus: “Então, Deus criará um novo céu e uma nova terra e habitará com o seu
povo.” A nova criação também é tematizada Capítulos: Apocalipse 21 e 22; é o espaço
da presença perfeita de Deus. Que se diz Deus habitará com o Seu povo, trata-se
de uma vivência totalmente nova com Deus, principalmente da “vida eterna”, da
terra se fala no fim do terceiro artigo de fé.
PODERES SOBRE AS AUTORIDADES DE DEUS NO ESTADO
Creio
que tenho a obrigação de obedecer às autoridades públicas, de que não haja leis
divinas contrárias a isso; o décimo artigo de fé distingue-se nitidamente dos
nove precedentes. Enquanto nesses artigos os objetos da profissão de fé eram a
natureza criadora de Deus, o Filho e o Espírito Santo, com a igreja, os seus
ministérios, bem como a esperança no futuro, o décimo artigo refere-se à
afinidade do cristão com o Estado.
O artigo décimo mostra abertamente que a
vida cristã não provém fora da realidade da governação de um estado nem fora da
realidade social do mundo em que vivemos. “Notamos que a fé cristã tem uma
relação fundamental positiva com o Estado, e as autoridades públicas”. Come
esta relação positiva se expressa no termo “dever de obedecer”. Na época
neotestamentária, já se refletia a afinidade da comunidade dos cristãos com as
autoridades do mundo (1Pe 2.11-17). As mais conhecidas são as narrações em Rm
13.1-7, onde o Estado é designado de “ministro de Deus”.
Este texto bíblico deu margem a
muitos equívocos, pois parecia que era obrigado a satisfazer cegamente a um
Estado de não direito. Então, esta interpretação não ajuíza o fato
ponderável de o Estado ser ministro de Deus: ou seja, que a vontade divina, tal
como ela se expressa nos dez mandamentos, também deveria ser o padrão usado
para o direito do Estado. O texto bíblico em Rm 13.1-7 também é o fundamento do
décimo artigo de fé. Este artigo não exige apenas "obediência" as "autoridades
públicas", isto é, lealdade para com o Estado, todavia também que sejam
sagrado os padrões que são aprovação a essa obediência: “desde que não haja
leis divinas contrárias a isso”.
As autoridades também não estão totalmente
livres: estão sujeitas à ordem divina. No mínimo, as suas leis não devem
contradizer a ordem divina; preferencialmente até devem ser congruentes com
ela. Se a vontade divina e a legislação do Estado não forem antagônicas, mas
antes, de certa forma, complementares, então o cristão terá a obrigação de
aceitar a segunda como algo positivo e vinculativo. Mas se forem antagônicas,
então valerá para cada cristão o seguinte: “Mais importa obedecer a Deus do que
aos homens” (At 5.29).
Fonte: Bíblia de Lutero
@iemissóes
Fonte: Bíblia de Lutero
@iemissóes