Pesquisar este blog

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

MEU REINO NÃO É NESTE MUNDO-O EVANGELHO SOCIAL CUIDADO

O QUE É A TEOLOGIA DO EVANGELHO SOCIAL?


Tendo suas raízes em Friedrich Schleiermacher (1764-1834), o teólogo e filósofo alemão, considerado cristocêntrico e visionário pelos racionalistas e radical pelos ortodoxos, a teologia do evangelho social sofreu também a influência de outro teólogo alemão, Albrecht Ritchl (1822-1889), que ressaltou o conteúdo ético-social da Teologia.Como uma das expressões mais características da teologia liberal norte-americana, o evangelho social teve como o seu maior intérprete o pastor batista Walter Rauschembusch (1861-1918), professor no seminário batista de Rochester, de 1897 até o seu falecimento.
Na América do Sul, esse movimento pode também ser identificado como a “teologia da libertação”, cujas linhas ideológicas chegam mesmo ao extremo de propor uma aliança estratégica entre cristãos revolucionários e marxistas não dogmáticos, no propósito comum de estabelecerem a “justiça social”, até mesmo por meio de uma revolução.
Embora tenha suas origens em meados do século passado, a teologia do evangelho social, também conhecida como O Evangelho do Caminho de Jericó, alcançou maior sucesso nos anos seguintes à Primeira Guerra Mundial, pelo fato de se atribuir às injustiças sociais as causas da grande conflagração internacional que ceifou milhões de vidas.
O movimento teve o seu lado positivo, pois procurou levar a Igreja a empenhar-se em atividades mais amplas em favor dos menos favorecidos da sorte, e criticou os governos corruptos e os sistemas ideológicos injustos.
Foi uma resposta nova da ética cristã em uma nova situação histórica, pois, particularmente nos Estados Unidos, era grande o número de problemas decorrentes do rápido crescimento industrial.
A consciência cristã, assim desafiada, converteu-se numa “consciência social”.
 Rauschembusch, filho de um missionário luterano junto aos alemães, quando pastoreava a segunda igreja batista alemã de Nova York, em 1886, impressionou-se com as deprimentes condições sociais ali existentes.

Fundou o influente movimento Fraternidade do Reino, que lançou, em 1889, a revista mensal Pelo Direito, visando a classe trabalhadora e defendendo um programa social cristão. Seu livro Cristianismo e a Crise Social, editado em 1907, obteve grande sucesso, pois foram feitas 17 edições com um total de 50 mil exemplares vendidos.
Identificando o reino de Deus como um reino neste mundo, o evangelho social assumiu a liderança do neoprotestantismo entre as duas grandes guerras mundiais, ocupando assim o terreno perdido pelo liberalismo, cujo otimismo sofreu fragorosa derrota com a guerra de 1914-1918.
Nessa corrente teológica, o propósito original do cristianismo seria transformar a sociedade no reino de Deus, baseando-se em João 10.10: “O ladrão não vem senão a roubar, a matar e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.” Isto seria conseguido através de uma reconstituição das relações humanas.
 Assim, o reino de Deus fundado por Jesus seria teleológico, ou seja, considera-se o mundo como um sistema de relações entre meios e fins.

A igreja existiria para realizar o reino, lutando contra o mal e constituindo se em meio de salvação para a sociedade.
Nessa teologia, o pecado original não existe. Todos nós participaríamos na culpa da comunidade, sendo a exploração dos pobres, as favelas, as péssimas condições de trabalho, o trabalho das crianças, etc., os maiores pecados.
A força motriz para a eliminação do pecado da comunidade seria o amor pela humanidade. A igreja redime a sociedade pela educação, pela moralidade.

A salvação tornaria-se, portanto, pelas obras. O Evangelho Social rejeita o Deus transcendente e prega um Deus imanente, que se esforça em nossos esforços.
 Jesus, nessa teologia, seria um  grande mestre, exemplo inigualável de moral, mas sempre homem e meramente homem.
Ele é o primus inter pares.Sendo uma teologia de acomodação e de ajuste às conquistas nos campos da ciência, da evolução da economia e da política, tem como alvo a transformação das instituições sociais pelo evangelho, como:família, igreja, escolas, governo, etc., concluindo que o cristianismo existe para reformar a sociedade.
No Brasil, que passa agora por uma fase de transformação como a ocorrida nos Estados Unidos um século atrás, o evangelho social está presente numa tendência de querer comprometer a igreja com os movimentos sociais rurais ou urbanos, como o Movimento Sem-Terra, os sindicatos, etc. Eis, a seguir, alguns dos pontos mais salientes dessa corrente teológica:
a) Ensina que a Igreja deve assumir um compromisso com os pobres, e que tal compromisso não é uma tarefa a vir depois de uma revolução, mas que se impõe já, como uma condição de nossa fé na obra de Jesus.
b) Afirma sua fé nos pobres e nas possibilidades de eles se organizarem e obterem a libertação da escravidão em que vivem;
c) Entende que a Igreja tem por missão denunciar a riqueza geradora de injustiças e protestar contra ela.

Exame crítico:
Uma análise da teologia do evangelho social, do ponto de vista do ensino bíblico mostra o seguinte:
a) Abandonou o Deus pessoal
b) a doutrina do pecado original
c) todo sentido sobrenatural da vida cristã.

O problema principal é o pecado individual e não a desigualdade dos bens deste mundo. Jesus não condenou os ricos como ricos e nem defendeu os pobres como pobres. . .
 As palavras de Jesus: “O meu reino não é deste mundo” (Jo 18.36) não significam tão-somente que havia uma distância imensa entre as condições sociais de Jesus e as de Pilatos...

 O texto de Mateus 6.33 certamente não trata de um reino deste mundo;
As duas guerras mundiais provaram definitivamente que o homem é um pecador nato e sem quaisquer condições de, por si mesmo, amar o seu próximo,e manter a paz entre si; O amor dirigido a apenas uma classe torna-se abstrato e não alcança o indivíduo. O comunismo, como regime voltado para os interesses de uma classe — os proletários —,certamente alimenta o ódio aos burgueses.
O amor ensinado e exemplificado por Jesus não pode-se comparar com o de classes, conforme Mateus 5.44;
Nenhuma reforma social é possível sem que os indivíduos, cada um de per si, experimentem o arrependimento e recebam de Deus o perdão e o poder para viverem uma nova vida em que “as coisas velhas já passaram” (2 Co 5.17).
O pecado seria da “sociedade” e não do indivíduo, razão pela qual no evangelho social não existe arrependimento pessoal; A redenção seria pela educação e não pela morte vicária de Cristo.


PESQUISAS
PESQUISAS

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postar um comentario,diga o que achou dessa postagem: