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terça-feira, 19 de julho de 2022

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 Teologia Explicada - Curso de Teologia Grátis

O que se estuda na faculdade de Teologia?

Já estamos na tribulação? Prof. Kennedy-FAINTE

segunda-feira, 27 de junho de 2022

SANTA CEIA IPB PREGAÇÃO EXPOSITIVA

IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL CONG. MARÉ MANSA
Culto de Santa Ceia 26 de junho de 2022


 
Galeria de fotos presença de membros

menbros

Ministração da Palavra com pastor convidado [...]

Escolinha de crianças

presentes na igrejas 


Fotos de crianças até 7 anos

Ministros de Louvor




 Pastor Fazendo uso da Palavra dissertativa texto Lucas 14.8-14


Atento a ministração e oração.


 


 




 


Momento de louvar ao Senhor 

 

 

 
 

 
TEXTO BÍBLICO  DA PREGAÇÃO DO DOMINGO SANTA CEIA DO SENHOR

LUCAS 14.8-14

V 8. Quando por alguém fores convidado às bodas, não te assente no primeiro lugar: (explica que em efeito, isto dava no mesmo coração destes hipócritas, que tinha o desejo de serem honrados, como também por posto e posição).

 Não aconteça que esteja convidado outro mais honrado que tu: (coloca ao Crente nas Mãos de Deus, em vez de nas mãos do egoísmo);

V.9 E, vindo o que te convidou a ti ele, te diga: Dá o lugar a este; e então envergonhado: do, tenhas de tomar o último lugar: (quem busca uma alta posição, O Senhor ao final o abandonará ou deixará; é uma “vergonha” que se pode evitar, permitindo que o Senhor faça a obra; em outras palavras, o Crente deve abster-se de procurar o reconhecimento)

 

 

V.10 Mas, quando fores convidado, vá, e se assenta-te no último lugar: (Quer dizer é o lugar e a posição que os verdadeiros chamados por Deus sempre tomarão; porque permite que o Senhor mude a posição)

Para que, quando vier o que te convidou, te diga: Amigo, sobe mais para cima: ( coloca o Senhor na posição de Lider e Guia)


Então terás honra diante dos que contigo se assentaram à mesa:  (a ideia em tudo isto é que muitos não avançam porque eles não permite que o Senhor faça o avanço, e sim eles mesmos procuram faze-lo)

V.11 Porquanto qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado: (Refere-se à vaidade de exaltar-se, o que o Senhor não pode tolerar; o resultado final sempre será o “rebaixamento”)

 

E todo aquele que se humilhar será exaltado: (A HUMILDADE, QUE SÓ SE ADQUIRE quando tem um bom entendimento da Cruz, é o que o Senhor exige para que receba a honra)

 

 

A FESTA DAS BODAS

V.12 E disse também ao que o tinha convidado: (quem o convidou a Festa; a Parábola anterior foi relatada aos convidados, enquanto esta lhe estava contada ao anfitrião):

Quando deres um jantar, ou uma ceia, não chames os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem vizinho ricos. Para que não suceda que também eles te tornem a convidar, e te seja isso tua recompensa: (não é a atividade que se condena, mas sim o seu proposito).

V 13. Mas, quando fizeres convite, chama os pobres, aleijados, mancos e cegos:(se você realmente quer algo bom para as pessoas)

 

V 14 Serás bem-aventurado: (é uma só promessa dada por Deus, com sua Palavra que sai como fiador); Porque eles não têm como te retribuir: (a ideia é que se realmente quisermos que o Senhor nos abençoe, devemos fazer boas obras as pessoas que não podem, em troca, nos devolver as mesmas; é semelhante a Cristo, porque Ele tem feito tanto por nós quando, em troca, não pudemos fazer nada por Ele);

Mas te será recompensado na Ressurreição dos Justos: (declara o fato de que Deus leva em conta todas as obras, ao menos o que Ele qualifica como “boa,” será recompensado na Ressurreição, quer dizer, “no Tribunal de Cristo”

 

 

 importância da Ceia do Senhor é, basicamente, a mesma importância do culto dominical, pois é praticamente impossível um sem outro, isto é, você precisa de comunhão para poder participar da Ceia, é junto que a gente renova a aliança. A Ceia do Senhor é a páscoa do seguidor de Cristo.

 

 

 O que significa a Santa Ceia do Senhor?

Resultado de imagem para AGRADECENDO A SANTA CEIA EVANGELICO
Ela é a recordação do sacrifício de Jesus, um maneira de não nos esquecermos do enorme amor, do cuidado e da graça de Deus para com a gente. E mais, a ceia é tomada por todos aqueles que aceitaram Jesus como Senhor e Salvador de sua vida, confiando na graça.

 

 

 

E serás bem-aventurado:

Porque eles não têm o que retribuir:

Mas te será recompensado na Ressurreição dos Justo:

  EXPLANAÇÕES: V. (versiculo) em preto; significado em azul.

PODCAST  https://anchor.fm/pr-valdeci-fidelis7 

segunda-feira, 13 de junho de 2022

VOLTEMOS AO EVANGELHO DE JESUS CRISTO

                 VOLTEMOS AO EVANGELHO DE JESUS CRISTO

 

Hoje quero observar sobre muitas coisas que muitos pregadores deixam de expor, não sei se eles querem atrair os membros de sua congregação ou quem está ouvindo e terminam escondendo a culpa dos filhos de Davi, pois é um dos mais admiráveis homens das Escrituras Sagradas; más deveria ser debitada na conta e no dever de ser culpa de Davi o Pai.

Um seriado exibido pela TV, conta como descreve as atitudes de uma família a de Davi, assim umas leitoras deste blog, encaminhou a seguinte pergunta a edição deste blog: Por quais motivos o autor utilizou a imagem de uma novela nesta postagem? Veja a resposta: Considerando que o apóstolo Paulo fez uso de um altar pagão para apresentar o evangelho de Cristo em Atenas, conforme explica em livro de Atos 17.22-23, torna-se bastante viável o uso de símbolos e figuras conhecidas pelo público geral para certos tipos de abordagens. Neste caso ele usou uma imagem bastante conhecida pelos os leitores.

Vamos ao que interessa na abordagem de um texto do profeta Samuel “Não multipliqueis palavras de altivez, nem saiam coisas arrogantes da vossa boca; porque o Senhor é o Deus de conhecimento, e por ele são as obras pesadas na balança” (1Sm 2.3).

Muitos pregadores dos evangelhos de Jesus Cristo e como também pregam aos livros do Antigo Testamento, insistem em falar que a casa de Davi estava toda muito bem certinha e não havia delitos como assim são anunciados a os dos evangelhos, “Sem delitos diante de Deus e dos homens” cometem erros grosseiros em dizerem que o erro somente pertencia aos que eram desviados, isto é, a Absalão, Adonias, a Simei e à casa de Saul.

Devem, os lembrar que para os ensinos do mestre o que ele ensinou que a hipocrisia no púlpito é pecado! Davi foi um excelente rei de Israel, um excelente guerreiro, um excelente servo do Senhor Deus, todavia foi um péssimo pai. Amnom, Absalão e Adonias acabaram mal as suas vidas porque Davi foi pai negligente e distante dos filhos. E os criou de qualquer maneira não como homens decentes, mas como meninos mimados. Além disto, a rebelião de Absalão e Adonias contra o próprio pai Davi era consequência (outrora profetizada) do pecado do rei Davi. O Senhor perdoa os pecados do homem, mas ele é obrigado a arcar com as consequências dos seus atos.

Outro fato importante a ser considerado está no texto bíblico que nos conta que Davi nunca corrigia Adonias segundo a Reis 1.5-6. Além de Amnom ter cometido incesto com a irmão e Absalão ter sido morto ao tentar tomar o reino para si a jovem Abisague que aquecia o rei em sua velhice> Uma coisa (talvez) ele pediu (não roubou a moça) e morreu sem consumar o pecado – O rei Davi seu pai tomou Bate-Seba e ainda assassinou o marido dela Urias. Que péssimo exemplo de pai era Davi!

Existem muitos grupos evangélicos perdendo seus valentes, seus obreiros e seus ministérios por causa da inversão de valores; basta da uma olhada por onde andamos que vemos o que Jesus instituiu sendo desaparecida ou caso mais grave. Lembrar que Deus instituiu a igreja depois que instituiu a família, e ainda buscou uma família constituída por um homem e uma mulher, para que Cristo viesse ao mundo e tivesse um lar. O nascimento de Cristo foi virginal, mas uma família (ao modo de Deus) o acolheu. Cristo também fez seu primeiro milagre em festa de casamento (entre um homem e uma mulher), mostrando ao mundo a importância da família e uniu várias famílias para compor a sua igreja. Cabe um parêntese para estabelecer que o Deus bíblico não se mete com “arranjos familiares”, não destrói uma família para construir outra e não trabalha com ideologia de gênero.

Não existe isto na Bíblia Sagrada, dói a quem doer, na vida em Cristo, sendo um cristão fiel em primeiro lugar está Deus (a trindade) depois em segundo lugar: a Família, e em terceiro lugar: a denominação em que o cristão congrega... Sabe por que? Porque Deus ordenou assim em sua palavra. Os grupos religiosos que invertem ou inverterem esta ordem sofrerão as consequências da sua desobediência ao projeto original de Deus do altíssimo, segundo a Bíblia Sagrada (1Timoteo 5.8)

 Agora tem uma notícia boa é que Deus é o maior perdoador do universo e ama os pecadores do mundo todo e isso inclui a minha vida, sua vida, seja elas justas ou não, Deus te quer bem perto dele!

Parece que os pregadores da última hora perderam o juízo! Ao invés de chorarem aos pés de Jesus, eles querem é achar culpados para seus fracassos, eles buscam Adonias, o Absalão, o Semei e até Judas Iscariotes, mas se esquecem de pregar, de buscar no Evangelho de Jesus Cristo, aquele evangelho que arranca o pecador da miséria. Se por um lado Davi foi um péssimo pai, cada pregador deveria e deve examinar bem as Escrituras Sagradas e rejeitar o seu péssimo exemplo como chefe de família. Más por outo lado cada pregador deveria e deve também aprender com aquele rei Davi o seu belo exemplo de humildade. O rei Davi, chorou diante do seu Deus Todo-Poderoso, arrependido pelo seu pecado e recitou o Salmos 51, você deve ter lido e compreendido o fundamento dele, é um dos Salmos mais lidos das Escrituras Sagradas.

Davi como servo de Deus foi na verdade um grande pecador, mas o que o tornou inigualável entre os adoradores de Deus foi certamente a sua sensibilidade ao chamado do Seu Senhor e ao arrependimento, a ponto de ser chamado de homem segundo o coração de DEUS, que apesar dos erros e dos seus pecados, fez toda a vontade de Deus. Muitos querem herdar as vitórias de Davi e não se dão conta de que estão seguindo até o desleixo daquele personagem bíblico com sua própria casa. Davi foi apenas uma sombra... O meu Jesus é a glória eterna de Deus em pessoa. Há quem siga os paços de Davi, há outros que querem seguir apenas o Rei Jesus, o leão da tribo de Judá que venceu a morte e que perdoa os pecados dos homens.

Concluo aqui afirmando que o reinado não mais pertence a Davi, o reino agora pertence a Cristo! Por Ele e para ELE são todas as coisas...Aleluia.

Você pode gostar:

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domingo, 12 de junho de 2022

REFORMADOR PROTESTANTE CALVINO

 BÍBLIA EXPOSITIVA 

Calvino cria que, quando a Bíblia era aberta e explicada de forma correta e coerente, a soberania de Deus era manifestada para a congregação imediatamente. Como erudito e conhecedor dos idiomas originais, quando pregava no Antigo Testamento, o texto era traduzido diretamente do hebraico. Quando pregava sobre o Novo Testamento, pregava diretamente no grego original. Em suas pregações, sempre tinha à sua frente um Antigo Testamento hebraico ou um Novo Testamento grego e, geralmente, não usava quaisquer anotações em seus sermões (LOPES, 2008, p. 50). Suas pregações eram repletas de conteúdo bíblico. Muito embora tivesse obtido uma formação humanística, Calvino rejeitou toda teologia de cunho natural e especulativa, optando pelas Escrituras como o caminho mais seguro para o conhecimento de Deus (MATOS, 2008, p. 156). Sua preocupação era levar as pessoas a uma adoração apropriada de Deus, pois, para tanto, não existe outro meio a não ser as Escrituras. Sobre este fato MACGRATH (2007) comenta dizendo:

“É precisamente porque Calvino atribui uma importância suprema à adoração apropriada de Deus, à medida que este revelou a si mesmo em Jesus Cristo, que ele considera tão importante reverenciar e interpretar, corretamente, o único meio através do qual se pode obter o pleno e definitivo acesso a esse Deus, as Escrituras” (MACGRATH, 2007, p. 157).

Citando Parker, LOPES (2008) considera a pregação de Calvino dizendo:

“Domingo após domingo, dia após dia, Calvino subia as escadas do púlpito. Ali ele guiava pacientemente a congregação, versículo por versículo, livro após livro da Bíblia. O que o levava a pregar e a pregar como fazia? O impulso ou compulsão de pregar era teológico. Calvino pregava porque cria. Pregava como fazia por acreditar no que fazia” (LOPES, 2008, p. 50).

O grande reformador de Genebra tinha plena consciência de que a autoridade de sua pregação não se encontrava nele mesmo. Ele disse: “quando subimos ao púlpito, não levamos conosco nossos sonhos e nossas fantasias”. Ele sabia que assim que os homens se afastam da Palavra de Deus, ainda que seja em pequena proporção, eles pregam nada mais que falsidades, vaidades, mentiras e enganos. É tarefa do expositor bíblico, dizia ele, fazer com que a suprema autoridade da Palavra divina influencie seus ouvintes (LAWSON, 2008, p. 35). Para Calvino, a primeira marca de uma igreja verdadeira é a pregação fiel da Palavra de Deus. Sobre este fato STOTT (2003) comenta:

“Enquanto Calvino escrevia suas Institutas na paz comparativa de Genebra, ele, também, exaltava a Palavra de Deus. Em especial, enfatizava que a primeira marca, a principal, de uma igreja verdadeira, era a pregação fiel da Palavra. Sempre onde vemos a Palavra de Deus pregada e ouvida com pureza, escreveu ele, e os sacramentos administrados segundo a instituição de Cristo, ali, não se pode duvidar, existe uma igreja de Deus” (STOTT, 2003, p. 26).

Como ministro titular em Genebra, Calvino pregava duas vezes aos domingos e todos os demais dias da semana em semanas alternadas, de 1549 até sua morte em 1564. Calcula-se que tenha pregado mais de dois mil sermões somente no Antigo Testamento. Passou um ano fazendo a exposição de Jó e três anos em Isaías (LOPES, 2008, p. 52). Sob a administração de Calvino, Genebra alcançou crescimento espiritual, moral e material. LAWSON (2008) cita James Montgomery Boyce que afirmou o seguinte sobre Calvino e sua obra em Genebra:

“Calvino não tinha outra arma senão a Bíblia... Ele pregava a Bíblia todos os dias, e, sob o poder desta pregação, a cidade começou a ser transformada. Conforme o povo de Genebra adquiria conhecimento da Palavra de Deus e era transformado por ela, a cidade tornou-se, como John Knox chamou-a mais tarde, uma Nova Jerusalém, de onde o evangelho espalhou-se para o resto da Europa, para a Inglaterra, e para o Novo Mundo” (LAWSON, 2008, p. 15).

As pregações de João Calvino eram consideradas amplas e minuciosas acerca das Escrituras. Este era o sentimento presente na pregação de Calvino. Do começo ao fim, era Soli Deo Gloria: Somente para a honra e majestade de Deus (LAWSON, 2008, p. 79). Seu ministério teve ampla influência na cidade de Genebra como em todo mundo da Época. De todas as partes chegavam estudantes para estudar e serem treinados para o sagrado ministério aos pés de João Calvino. Sobre este fato GONZÁLEZ (2011) registra:

“Naquela academia, a juventude genebrina se formou segundo os princípios calvinistas. Porém, seu principal impacto se deve a que pessoas procedentes de vários outros países cursaram nela estudos superiores. Depois elas levaram o calvinismo a seus países” (GONZÁLEZ, 2011, p. 69).

Do começo ao fim de seu ministério, Calvino manteve sua pregação singularmente focalizada na explicação do significado planejado por Deus para o texto bíblico. Como Parker escreveu: “A pregação expositiva consiste na explanação e aplicação de uma passagem das Escrituras. Sem explanação ela não é expositiva; sem aplicação ela não é pregação” (LAWSON, 2008, p. 79). Calvino se dedicou com rigor a esta tarefa. Beza afirmou sobre a pregação de Calvino que “Cada palavra pesava uma libra”. Calvino exerceu influência em vários de seus contemporâneos, dentre os quais Henry Bullinger (1504-1575) e o reformador John Knox (1513-1572), (LOPES, 2008, p. 52). Anos depois, Charles Haddon Spurgeon expressou as seguintes palavras a respeito de João Calvino: “Nenhum outro homem pôde expressar, conhecer e explicar as Escrituras de forma mais clara do que a forma como Calvino o fez” (LAWSON, 2008, p. 119).

4.3. A exposição bíblica de Calvino à era moderna

A história da Igreja está repleta de exemplos de bons pregadores, como os já citados João Crisóstomo, Agostinho e os resultados gloriosos que a pregação expositiva proporcionou à igreja de Cristo. Onde a Palavra foi pregada com fidelidade a igreja experimentou resultados satisfatórios. Com a Reforma Protestante, com a volta às Escrituras, a igreja se reergueu das cinzas do descrédito e multidões foram transformadas pelo poder da Palavra de Deus. Martinho Lutero e João Calvino foram expositores fiéis da Palavra de Deus.

Os puritanos são herdeiros leais do movimento reformado. Viveram em uma época de perseguição e martírio. Criam na soberania de Deus, na supremacia das Escrituras e na importância da pregação expositiva. Colocavam o púlpito no centro do templo, mostrando a centralidade e primazia da pregação. Pregavam com ardor e sentido de urgência. Richard Baxter, o mais conhecido de todos os expoentes puritanos, certa vez disse: “Preguei como se tivesse certeza de que nunca mais pregaria. Preguei como um homem prestes a morrer, para pessoas que estão mortas em seus pecados” (MOHLER, 2009, p. 143). O objetivo do puritano era tornar seus ouvintes melhores cristãos, pois, consideravam o evangelho o remédio para a alma (LOPES, 2008, p. 58).

O século XVIII também foi beneficiado através do ministério de vários pregadores de grande destaque. Na Inglaterra, John Wesley e George Whitefield foram os nomes mais famosos na área da pregação. Ambos foram missionários na América, na Nova Inglaterra. Da mesma forma, Howell Harris e William Williams, no País de Gales, destacaram-se como pregadores e poderosos reavivalistas. Na América do Norte, Jonathan Edwards destacou-se como a maior figura do puritanismo. David Vaughan, falando sobre a espiritualidade de Edwards afirma:

“A espiritualidade de Edwards apresentava-se não só numa profunda humildade, mas também numa profunda santidade. Todos que o conheciam ficavam impressionados com sua integridade, honestidade, imparcialidade e modéstia; tudo isso estava arraigado na conformidade de sua alma à vontade de Deus” (LAWSON, 2010, p. 77).

O século XIX, por sua vez, experimentou uma série de grandes despertamentos na Inglaterra, no País de Gales, Escócia e América do Norte. No entanto, a igreja sofreu grande perseguição ideológica. Nacionalismo, evolucionismo e liberalismo teológico produziram grande devastação na igreja. O iluminismo, com seu ponto de vista centrado no homem, considerou a razão humana o juiz supremo de tudo, rejeitou os milagres, a revelação e as doutrinas sobrenaturais, como a encarnação e a redenção (LOPES, 2008, p. 60-61).

O século XX, também produziu grandes expositores das Escrituras. E ainda assim, alguns deles foram e continuam sendo grandes pregadores da Palavra de Deus. Marcado por grande entusiasmo, com o avanço da ciência, a humanidade no auge das conquistas e muitas nações se orgulhando de sua prosperidade, o humanismo em ascendência colaborou para que no mínimo duas guerras demonstrassem a brutalidade de seres sem o temor de Deus. Ainda assim, a Palavra de Deus, que é infalível, continuou produzindo transformação. Dietrich Bonhoeffer (1906-1945) que foi capturado pelos nazistas em abril de 1943, passou dois anos na prisão e foi enforcado em abril de 1945 (BROWN, 2007, p. 171). Ele ressaltava de forma tão veemente a importância da pregação ao ponto de dizer:

“O mundo existe com todas as suas palavras por causa da palavra proclamada, no sermão, lança-se o fundamento para um novo mundo. Nele a palavra original torna-se audível. Não é possível fugir nem se afastar da palavra dita no sermão; nada nos livra da necessidade desse testemunho, nem sequer o culto ou a liturgia. O pregador deve estar seguro de que Cristo entra na congregação mediante essas palavras da Escritura por ele proclamadas” (LOPES, 2008, p. 64).

O Dr. Martyn Lloyd-Jones (1899-1981) foi o sucessor de George Campbell Morgan (1863-1945), na Capela de Westminster em Londres. Lloyd-Jones deu grande importância a pregação expositiva. Dizia: “Qual é a principal finalidade da pregação? Gosto de pensar que é esta: dar a homens e mulheres o senso de Deus e de sua presença” (JONES, 1976, p. 95).

Muitos outros pregadores influenciaram e ainda influenciam a exposição bíblica no século XX, dentre os quais John Stott, W. A. Criswell, John MacCarthur, Ray Stedman, John Piper e outros. A história da igreja está repleta de bons pregadores, que através da exposição puramente bíblica, conduziram o corpo de Cristo ao genuíno crescimento. A Reforma Protestante, a volta às Escrituras, proporcionou grande despertamento e inúmeras vidas foram transformadas pelo poder de Deus mediante a exposição bíblica. Da mesma forma, os puritanos alcançaram grande êxito fazendo uso do mesmo estilo de pregação. Portanto, este capítulo afirma que a exposição puramente bíblica foi a causa do triunfo do cristianismo e do crescimento da igreja. De modo que, afirma-se que a exposição bíblica, muito embora não seja o único fator, sem ela, é impossível estabelecer uma igreja forte e saudável. João Calvino dizia: “Deus cria e multiplica sua igreja somente por meio de sua Palavra. É só pela pregação da graça de Deus que a igreja escapa de perecer” (LAWSON, 2008, p. 43).

5. A exposição bíblica e a igreja contemporânea

A confissão de Fé de Westminster (2001) declara:

“Ainda que a luz da natureza e as obras da criação e da providência manifestam de tal modo a bondade, a sabedoria e o poder de Deus, que os homens ficam inescusáveis, todavia não são suficientes para dar aquele conhecimento de Deus e de sua vontade, necessário à salvação; por isso foi o Senhor servido, em diversos tempos e diferentes modos, revelar-se e declarar à sua igreja aquela sua vontade; e depois, para melhor preservação e propagação da verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção da carne e malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido fazê-la escrever toda. Isso torna a Escritura Sagrada indispensável, tendo cessado aqueles antigos modos de Deus revelar a sua vontade ao seu povo” (WESTMINSTER, 2001, p. 15).

Da mesma sorte, a Confissão de Fé Congregacional (2015), declara o seguinte a respeito da Palavra de Deus:

“Por esta fé, o cristão crê ser verdadeiro tudo quanto está revelado na Palavra, pois a autoridade do próprio Deus fala em Sua Palavra; e age de conformidade com o que cada trecho específico da mesma contém, obedecendo aos mandamentos, tremendo ante suas ameaças, e abraçando as promessas de Deus para esta vida e a vida por vir” (CONGREGACIONAL, 2015, p. 69).

A supremacia da Palavra de Deus e a primazia da pregação pura são elementos indispensáveis em relação ao crescimento saudável da igreja de Cristo. Não existe outro meio pelo qual se possa proclamar as verdades contidas nas Escrituras, a não ser através da verdadeira pregação. DEVER (2007) salienta: “A primeira marca de uma igreja saudável é a pregação expositiva. Não é somente a primeira marca; é a mais importante de todas as marcas, porque, se você desenvolvê-la corretamente, todas as outras a seguirão” (DEVER, 2007, p. 40).

A Bíblia é a regra suprema de doutrina e de vida, de fé e prática (2 Tm 3.16,17). A Bíblia não é somente poderosa, ela é inigualável. CHAPELL (2007), trabalha cinco princípios pelos quais podemos perceber o poder transformador da Palavra de Deus:

Cria: “Disse Deus; Haja luz; e houve luz” (Gn 1.3). “pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou e tudo passou a existir” (Sl 33.9).

Controla: “Ele envia as suas ordens à terra, e sua palavra corre velozmente; dá a neve como lã e espalha a geada como cinza. Ele arroja o seu gelo em migalhas... manda sua palavra e o derrete” (Sl 147. 15-18).

Persuade: “... mas aquele em quem está a minha palavra fale a minha palavra com verdade (...) diz o Senhor. Não é a minha palavra fogo, diz o Senhor, e martelo que esmiúça a penha?” (Jr 23.28,29).

Cumpre seus propósitos: “ Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, sem que reguem a terra... assim também será a palavra que sair da minha boca; não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a designei” (Is 55.10,11).

Anula os motivos humanos: Na prisão, o apóstolo Paulo se regozijava, porque quando outros pregavam a palavra, “... quer por pretexto, quer por verdade”, a obra de Deus seguia adiante (Fp 1.18)” (CHAPELL, 2007, p. 18-19).

O apóstolo Paulo escreveu: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (2Tm 3.16). Não são as novidades do mercado da fé que irão fazer da igreja uma entidade pura e imaculada, mas as finas iguarias encontradas na Palavra de Deus. A respeito da importância e centralidade das Escrituras na vida da igreja, LOPES (2008) afirma:

“A Bíblia é a escola do Espírito Santo em que o homem aprende tudo que é necessário e prático para ter uma vida abundante. É o livro por excelência, inspirado por Deus, escrito por homens, concebido no céu, nascido na terra, odiado pelo inferno, pregado pela igreja, perseguido pelo mundo e crido pelos eleitos de Deus” (LOPES, 2008, p. 72).

A igreja contemporânea precisa desesperadamente de uma volta completa às Escrituras, pois somente a Bíblia que é a Palavra de Deus triunfou diante de todas as adversidades impostas pelo inimigo da noiva de Cristo. O profeta Isaías disse: “seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente” (Is 40.8). Da mesma forma, o Senhor Jesus Cristo afirma: “passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não

sábado, 4 de junho de 2022

"Só é doutor quem tem doutorado". Só é mestre quem tem "Mestrado"?


 


Só é mestre quem tem mestrado”. Achou essa afirmação sem sentido? Por quê? Será que a justificativa que você deu para negá-la aplicar-se-ia à frase “só é doutor(a) quem tem doutorado”? Há muito tempo, há uma discussão imensa sobre se é correto o uso do termo “doutor(a)” para médicos, assim como para pessoas formadas em Direito. Não digo que é uma discussão relevante para a sociedade, muito menos para o site nem tanto assim para mim, pois, particularmente, não tenho a mínima pretensão de ser chamado de “doutor” por ninguém depois de formado; mesmo assim, como envolve a minha área de atuação, decidi elaborar este artigo que, vale a pena esclarecer, é meramente opinativo.

O que costumam dizer para defender tal ponto é que “doutor” é um título, não um pronome de tratamento, que deve ser aplicado apenas àquele que tenha doutorado em alguma área, implicando que não deva ser usado para referir-se a alguém que não o possua. Entretanto, tais sujeitos parecem ignorar a importância dos contextos sociais e históricos que estejam por trás do termo, muito embora o façam quanto a outras palavras. Ora, chama-se de “mestre” quem conclui o mestrado, mas pessoas com conhecimento em determinadas áreas também recebem o adjetivo, como “mestre de artes marciais”, “mestre-cuca”, etc. Da mesma forma, o termo “seu”, que foi usado como pronome possessivo, é, também, usado como pronome de tratamento (Seu Manoel, Seu João, etc.), por mais que a origem da última significação seja distinta (senhor – sinhô – siô – seu).

É bastante provável que haja um contexto cultural embutido na atribuição de significados paralelos para esses termos; por que, com “doutor”, isso seria diferente?

Para sanar minha curiosidade sobre a história e etimologia da palavra “doutor” e, talvez, a de vocês, perguntei ao meu amigo Atyla Neto, médico ortopedista, conhecedor da História da Medicina, explicar-me sobre tal. Nas palavras dele:

“O termo Doutor vem do verbo latino docēre (ensinar). No fim do estudo universitário nas universidades da Idade Média, de acordo com as tradições da escolástica, obtinha-se a licença para ensinar (licentia doscendi), originalmente exclusiva da igreja. Assim, depois da conclusão de um curso universitário, o graduado se intitulava doutor e tinha o direito de ensinar na academia. Até então, a profissão de médico era aprendida de maneira informal e os termos ἰατρός (iátros) ou medicus eram encontrados na literatura.

No ano de 1221, o então imperador da Itália, Frederico II declarou que ninguém poderia tornar-se médico sem ser examinado publicamente pelos mestres de Salerno. Era um curso de 5 anos e, como de praxe, na época, os laureados recebiam o título de Doutor Medicinae. A partir daí, o termo de ‘doutor’ começou a ser usado para designar médicos. É uma relação histórica que data da incorporação da medicina à universidade.

Há 900 anos, usa-se o termo Doutor em Medicina para o graduado em medicina. Só no século XIX que o termo doutor começou a designar os portadores de doutorado. Os outros cursos de saúde datam do século XIX, não havendo relação histórica com o uso do Dr. como no caso da medicina, já se adequavam à nova norma universitária.

O mesmo vale para o Direito e todos os cursos que datam dos tempos da escolástica.”

Por fim, já deixando claro alguns pontos que, provavelmente, irão levantar:

“Eu sou obrigado a chamar um médico ou médica de doutor ou doutora?”

Não. O termo é indiferente ao tratamento que um médico deva oferecer-lhe. O médico não tem, portanto, o mínimo direito de ficar ofendido caso não seja tratado com tal palavra e sequer de exigir isso dos outros como forma de respeito.

“O médico precisa mesmo colocar doutor ou doutora no jaleco?”

Colocando “doutor” no jaleco, diz-se que ele está querendo dar um significado além do coloquial, ou seja, que quer usar um termo de maneira formal quando, por ela, tem outro significado. De modo melhor, formalmente, o termo “doutor” tem puro significado de “quem tem doutorado”. Logo, acho que isso não deveria ser feito.

“Mas você não acha que as pessoas querem ser chamadas de doutor ou doutora por mero status?”

Sim, concordo plenamente. No entanto, o propósito com que as pessoas queiram atingir com uma ação não torna a ação ilegítima, o que quer dizer que ser chamado de doutor ou doutora coloquialmente não é errado, mas, em minha opinião, fazê-lo para indicar status e subserviência social de quem chama é totalmente inaceitável, ultrapassando o limiar do ridículo.

Como o texto reflete minha opinião, ficaria feliz que, se o leitor tiver críticas, pudesse falá-las, para que eu possa moldar minha posição e torná-la mais concisa.

OBS: Quanto à comparação entre o “doutorado” e o “mestrado”, eu a fiz para explicar que as palavras podem ganhar vários sentidos e usei dois termos de proximidade (envolvidos no meio acadêmico) para demonstrar isso.


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