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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

HISTÓRIA DAS RELIGIÕES E COMO ELAS SE DISTINGUEM DOCUMENTÁRIO Nº 403

 HISTÓRIA DA HUMANIDADE – DOCUMENTÁRIO Nº 403

O ESTUDO DAS RELIGIÕES E AS VÁRIAS ESCOLAS DOCUMENTÁRIO. (Enciclopédia Ilustrada - Trópico pag 1369 Martins Vol VIII)

A religião está na base da vida de cada povo; regula as relações sociais entre os homens e lhes consagra os momentos da existência. O fenômeno religioso possui uma origem psicológica única, determinado por aquele sentido que impele todo ser pensante a estabelecer uma relação intima com um espirito superior, a divindade, da qual reconhece o domínio e com a qual ama sentir-se unido.

Submetendo-se, por instintiva sujeição, as leis do ser supremo, o homem procura estabelecer com ele as melhores relações e procura, por meio de preces, promessas e sacrifícios, esconjurar-lhe a cólera e obter-lhe a proteção. Todavia, se o senso ou sentimento é fenômeno humano e social comum a todos os povos da terra, os modos de imaginar a divindade, os ritos e as práticas individuais e coletivas para propiciá-las,  foram e são diferentes entre civilização e civilização, entre povo e povo.

Em busca das origens da fé e suas várias manifestações, pretende o Estudo das religiões pesquisar, como sempre o fez em todos os tempos, com o maior interesse. Poder-se-ia até dize que tal pesquisa segue o processo geral do pensamento humano, mesmo se associando a outros estudos e completando-se com ele.

Entre os historiadores da antiguidade, que se preocuparam com as religiões dos povos, deve-se citar Heródoto (século V a. C.) que descreve estranhos cultos praticados em longínquos países, assimilados, como afirmaria mais tarde Plutarco, pelo mundo grego-romano. Outro historiador notável é Santo Agostinho que, em “De Civitate Dei” ao defender a verdade cristã, examina, embora brevemente, as demais religiões.

Com a Renascença e com as grandes descobertas geográficas, aumento a curiosidade de estudar as diferentes manifestações religiosas também em relação às populações cuja existência recentemente se conhecera. Todavia, um verdadeiro e próprio estudo das religiões cientificamente aprofundado, teve inicio somente no século XIX, que viu a vitória da pesquisa científica em todos os campos do saber humano.

Nos oitocentos, graças às pesquisas e aos documentos fornecidos por filósofos, teólogos, historiadores, arqueólogos e etnólogos, foi finalmente possível,  com um processo ordenado e sistemático, reconstruir o desenvolvimento dos fenômenos religiosos.  No intuito de integrar tais pesquisas, os estudiosos dirigiram sua atenção para aquilo que os missionários e os exploradores vinham relatando sobre os costumes dos povos selvagens com quem estiveram em contato, considerado que estes poderiam ser os continuadores de concepções pré-históricas ainda existentes.

Surgiram assim, várias escolas e teorias, cada uma delas procurando explicar a seu próprio modo a origem das religiões. Para citarmos somente as mais importante, mencionaremos a Escola Filológica, assim denominada porque seus representantes se restringiam apenas a documentação literária (e por isso muito avançada em confronto aos primitivos), relativa as religiões indo-europeus; segundo o maior expoente dessa escola Müller, o sentimento religioso teria despertado no homem sob a impressão dos fenômenos da natureza; a religião teria percebida, ao inicio, de maneira vaga, sem uma precisa concepção de divindade (chamou de (Henoteísmo) e somente sucessivamente se passaria  a concepção de um Ser supremo de ilimitado poder (Monoteísmo) ou de várias potências (Politeísmo) com florilégios Mitológicos. Mas a teoria agüentou muito parcialmente a critica porque, se podia ser considerada válida para os povos indo-europeus de cultura mais adiantada, não se poderia aplicá-la às populações inferiores e primitiva do mundo todo.

Em meados do século dezenove, sob a influencia do Evolucionismo materialista (teoria defendida por cientistas como Darwin e Von Naegeli) surgiu a Escola Antropológica, que situou as religiões na base das observações sobre selvagens viventes.  Segunda teorias expressa por essa escola, algumas práticas religiosa em uso entre os selvagens encontram-se ainda hoje (creio) povos que alcançaram alto grau de civilização.

Isso significaria que religiões superiores teriam evoluído após passar por um estágio inferior de que as citadas sobrevivências seriam a prova. Em nítido contraste com a Escola Antropológica  está  Escola Histórica, a qual não admite pressupostos nem conclusões  teóricas, mas exige que os estudiosos enfrentem a pesquisa baseando-se exclusivamente na realidade histórica dos documentos e sigam um processo lógico,  despido de preconceitos.

O mérito dessa escola é ter trazido a luz o fato de que também em populações viventes, em um estado ínfimo de civilização, se encontram concepções religiosas puras e elevadas. Outra contribuição ao estudo geral das religiões foi dada pela escola Sociológica, a qual pôs em relevo a influencia que a sociedade religiosa exerce no individuo e reconheceu a tendencia de toda religião em se  organizar-se em comunidade (ou igreja).

Foi, ao invés, concordentemente combatida a outra teoria dessa escola, segundo a qual a religião não seria mais do que um fenômeno social e, o “senso da divindade”, uma necessidade das massas e não do indivíduo.

 

COMO SE DISTINGUEM AS RELIGIÕES DO MUNDO (Caracteres comuns)

Quem queira traçar um  quadro das religiões do passado e do presente deve, antes de tudo, classificá-las em duas grandes categorias: religião inferiores, entendendo-se por “inferiores” aquelas mais pobres de conteúdo espiritual, caracterizadas pelo seus ritos rudes e superstições, e religiões superiores, inspiradas em conceitos morais e sustentadas por elevados princípios dogmáticos.

Outra diferença de capita importância é aquela que diz respeito à concepção do Ser divino, pelo qual se distinguem as religiões monoteístas daquelas politeístas. No Monoteísmo, realmente, a divindade é concebida não só como uma mas como conclusiva. Somente de seu poder, que é ilimitado, depende a origem do mundo e de sua existência; somente dela se aguarda o juízo final para todas as obras terrenas.

Diferente é a monolatria, que mesmo admitindo várias divindades, dirige o culto para uma só. Oposto à concepção monoteísta é o Politeísmo, segundo o qual atributos divinos e poderes são distribuídos entre vários deuses. Não menos importantes é a diferença entre religiões reveladas isto é, patenteadas pela própria divindade, e aquelas não reveladas, que surgem como o resultado de um processo espontâneo, baseado nas inatas  disposições do  homem perante a fé.

Mas uma concepção não exclui necessariamente a outra  e até se encontram, geralmente sem contraste algum. Entretanto, na base de qualquer forma de culto, subsistem alguns elementos comuns, que se encontram seja nas religiões do passado seja naquelas do presente e nas religiões inferiores bem como naquelas superiores:

a)      A concepção de uma ou mais divindades, superiores e independentes de qualquer forma humana;

b)      O conceito de sagrado, pela qual a divindade é respeitada e venerada. A ela se deve completa submissão e com ela é possível comunicar-se espiritualmente;

c)      A função religiosa,  pela qual se adora e se propicia a divindade;

d)     O ofício de um sacerdote, que superintende ao culto e ao qual é confiada a custódia e transmissão da fé;

e)      O sacrifício, que pode ser material ou simbólico, e que é efetuado tanto para expiar os pecados como para impetrar graças;

f)       O lugar sagrado, ligado ao culto, que pode encontrar-se tanto ao ar livre como em local fechado (templo).

Fonte de pesquisa: Enciclopédia Ilustrada Trópico - Martins, volume 8 páginas  Nº 1369/70

(Continuação da série...)

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