EPISÓDIO DE CESAREIA DE FELIPE
A visita de Cristo ao "panteão" com os discípulos não é um evento registrado nos Evangelhos. No entanto, é possível que você esteja se referindo ao episódio em Cesareia de Filipe, onde Jesus pergunta aos discípulos: "Quem dizem os homens que eu sou?" (Mateus 16:13-20; Marcos 8:27-30; Lucas 9:18-20). Vamos analisar este evento em Mateus 16:13-20.
Contexto Histórico e Cultural
Cesareia de Filipe era uma cidade situada ao norte de Israel, perto das fontes do rio Jordão. Era conhecida por seus templos pagãos e pela adoração ao deus grego Pã. A cidade foi renomeada por Herodes Filipe em homenagem ao imperador romano César Augusto e a si mesmo. Este local, portanto, tinha uma forte conotação de poder político e religioso. E uma prática discriminatória de vaidades e prostituições, uma lugar dos pecados e adoradores do praze da carne.
Exegese do Text: Mateus 16:13-20 (ARA)
13 Indo Jesus para os lados de Cesareia de Filipe, perguntou a seus discípulos: Quem diz o povo ser o Filho do Homem?
14 E eles responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas.
15 Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou?
16 Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.
17 Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai, que está nos céus.
18 Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
19 Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus, e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus.
20 Então, advertiu os discípulos de que a ninguém dissessem ser ele o Cristo.
Análise Teológica e Simbólica
1. Identidade de Jesus: A pergunta de Jesus sobre sua identidade é central. Ele primeiro pergunta sobre a opinião popular e depois se dirige diretamente aos discípulos. A resposta de Pedro, "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo", é uma confissão de fé que reconhece Jesus como o Messias prometido e divino.
2. Revelação Divina: Jesus afirma que esta revelação não veio de "carne e sangue", mas de Deus. Isso sublinha a natureza espiritual e divina do reconhecimento de Jesus como o Cristo.
3. Pedro e a Pedra: O jogo de palavras entre "Pedro" (Petros) e "pedra" (petra) é significativo. Jesus declara que sobre esta "pedra" (a confissão de Pedro ou Pedro como líder) Ele edificará Sua igreja. A interpretação varia entre diferentes tradições cristãs, mas a maioria concorda que isso aponta para a fundação da igreja sobre a fé em Jesus como o Cristo.
4. Chaves do Reino: As "chaves do reino dos céus" simbolizam autoridade espiritual. O ato de "ligar e desligar" refere-se à autoridade de tomar decisões que têm consequências espirituais.
Etimologia
Cristo (Christos): Significa "ungido" em grego, equivalente ao hebraico "Messias" (Mashiach).
Pedro (Petros): Significa "pedra" ou "rocha".
Igreja (ekklēsia: Significa "assembleia" ou "congregação".
Exemplos Concretos
Confissão de Fé: A declaração de Pedro serve como um modelo para a confissão de fé cristã. Reconhecer Jesus como o Cristo é fundamental para a identidade cristã.
Autoridade Espiritual: A autoridade dada a Pedro e, por extensão, à igreja, é vista na prática de disciplinas eclesiásticas e na administração dos sacramentos.
Conclusão
A visita de Jesus a Cesareia de Filipe e a subsequente conversa com os discípulos é um momento crucial no ministério de Jesus. Ele revela a identidade messiânica de Jesus, estabelece a fundação da igreja e confere autoridade espiritual aos seus seguidores. Este evento, situado em um contexto de adoração pagã e poder político, destaca a singularidade e a supremacia de Jesus como o Filho do Deus vivo.
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