Vivemos em uma época na qual a fiel pregação das Escrituras não encontra mais espaço dentro de algumas igrejas de nossos dias. Há um desvio de objetivos na pregação, uma falta de compromisso com o estudo da Palavra que possa apresentar ao homem de nossos dias um sermão Cristocêntrico que glorifique a Deus, uma pregação que apresente o estado caído do homem e lhe mostre o caminho da salvação. Porém, quando analisamos a trajetória da igreja através do retrovisor da história, o que constatamos é que todas as vezes em que a igreja esteve no seu auge, a pregação das Escrituras também estava no auge. Não podemos exigir o crescimento da igreja de tal forma que este mesmo crescimento sacrifique a exposição da Palavra de Deus.
Outro fator interessante em nossos dias é que alguns ministros não estão mais preocupados em pregar toda a verdade de Deus. Não se preocupam mais em pregar o que é certo, e sim, o que dá certo. Em concordância com isso, LOPES (2008, p. 43) diz: “o que estamos acompanhando é um verdadeiro comércio das Escrituras, onde o evangelho se torna um produto, o púlpito um balcão e os crentes consumidores”.
Atualmente, muitas pessoas têm recorrido ao evangelho apenas como caçadores de experiência. Basta observarmos os sermões televisivos das megas igrejas e logo iremos perceber que boa parte da pregação que se tem ouvido é dominada por temas, tais como: “o que eu, ou você, precisa” ou “o que você deve fazer para se sentir bem”. O que deve ser levado em conta é que Deus não tem a obrigação de realizar nossos desejos, ao contrário do que se tem observado nos sermões atuais, uma pregação totalmente centralizada no ser humano. Deus não tem compromisso com a palavra do homem, Deus tem compromisso com a sua palavra.
Outro aspecto que também não pode deixar de ser observado é que, atualmente, a pregação expositiva perdeu o seu lugar para um estilo de pregação cujo foco é somente o que Deus pode fazer pelo homem, e não o que Deus requer do homem. A pregação não pode ser antropocêntrica como temos visto com muita frequência em nossos dias, mas sim, deve ser uma pregação teocêntrica, conforme nos ensina o catecismo de Westminster, dizendo que “a verdadeira pregação expositiva precisa anunciar e defender a doutrina de que o fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-Lo para sempre, e não o contrário”.
Acredita-se que não existe outra forma de ver a igreja de Deus crescendo a não ser uma verdadeira volta à pregação fiel e expositiva das Escrituras. Infelizmente, o que muitos têm ensinado é que o fim principal de Deus é honrar e satisfazer os desejos do coração do homem. A Igreja não pode se conformar com uma pregação que expõe somente o que Deus pode fazer pelo homem e ocultar o que Deus requer do homem, que é arrependimento. Sendo assim, pode-se afirmar que a solução para o problema é uma volta completa para a Palavra de Deus, pois, cultivando um compromisso profundo com as Santas Escrituras, poder-se-á ver a Igreja de Deus crescer de forma que agrade ao Senhor dentro de uma dieta espiritual saudável.
No entanto, uma vez que se está inserido em um contexto marcado por distorção da Palavra, pragmatismo e teologia da prosperidade, propõe-se, através deste trabalho, mostrar que é preciso resgatar a pregação expositiva. Ou seja, uma pregação que glorifique a Deus, e por causa dessa certeza, aí sim, a Igreja experimentará um crescimento numérico e saudável, entendendo, também, que a pregação expositiva, indiscutivelmente, é o único meio de doutrinar, discipular, ministrar e fortalecer o corpo de Cristo. Esta monografia realizou um estudo sobre a importância da pregação expositiva, bem como de sua relevância para a igreja contemporânea. Seu objetivo foi analisar a exposição bíblica ao longo da história, iniciando com os profetas do Antigo Testamento, passando pelo ministério terreno do Senhor Jesus Cristo e estendendo-se pela trajetória dos apóstolos, pais da igreja, os reformadores como Martinho Lutero e João Calvino e os grandes expositores bíblicos da atualidade. O objetivo é trazer um panorama histórico da exposição bíblica, tanto como, seu estilo e resultados. A Palavra de Deus deve ser pregada de forma fiel e integral. O remédio de Deus para a igreja contemporânea é a sua Palavra.
Exposição Bíblica, Palavra de Deus, ministério, pregação e igreja.
A Deus toda glória!