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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O APOSTOLO JUDAS

Por que estavam Miguel e Satanás disputando pelo corpo de Moisés (Judas 9)?




Pergunta: "Por que estavam Miguel e Satanás disputando pelo corpo de Moisés?" Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda.(Judas 9)

Resposta: Judas versículo 9 refere-se a um evento que não é encontrado em nenhum outro lugar nas Escrituras. Miguel teve de lutar ou disputar com Satanás pelo corpo de Moisés, mas o que isso implicava não é descrito. Uma outra luta angelical é relatada por Daniel, o qual descreve um anjo vindo a ele em uma visão. Este anjo, chamado Gabriel em Daniel 8:16 e 9:21, diz a Daniel que ele foi "resistido" por um demônio chamado "príncipe da Pérsia" até o arcanjo Miguel vir em seu auxílio (Daniel 10:13). Assim, podemos aprender com Daniel que os anjos e demônios lutam batalhas espirituais pelas nações e almas dos homens, e que os demônios resistem aos anjos e tentam impedi-los de fazer a vontade de Deus. Judas nos diz que Miguel foi enviado por Deus para lidar de alguma forma com o corpo de Moisés, o qual o próprio Deus havia enterrado depois da sua morte (Deuteronômio 34:5-6).


Várias teorias têm sido formuladas quanto ao que esta luta sobre o corpo de Moisés era. Uma delas é que Satanás, o acusador do povo de Deus (Apocalipse 12:10), pode ter tentado evitar que Moisés tivesse a vida eterna devido ao pecado de Moisés em Meribá (Deuteronômio 32:51) e ao seu assassinato do egípcio (Êxodo 2:12).

Alguns supõem que a referência em Judas seja a mesma que a passagem em Zacarias 3:1-2: "Ele me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do Senhor, e Satanás estava à sua mão direita, para se lhe opor. Mas o anjo do Senhor disse a Satanás: Que o Senhor te repreenda, ó Satanás." Entretanto, as objeções a essa hipótese são óbvias: (1) A única semelhança entre as duas passagens é a expressão: 'O Senhor te repreenda, ó Satanás!' (2) o nome "Miguel" não é mencionado na passagem em Zacarias. (3) Não há qualquer menção ou alusão feita do "corpo de Moisés" em Zacarias.

Também tem sido suposto que Judas esteja citando um livro apócrifo que continha esta narrativa e que isso serve para confirmar que a narrativa é verdadeira. Orígenes (c. 185-254), um estudioso e teólogo cristão primitivo, menciona o livro "A Assunção de Moisés" como existente em seu tempo, contendo essa mesma narrativa sobre a disputa entre Miguel e o diabo pelo corpo de Moisés. Esse livro, agora perdido, era um livro judeu grego e Orígenes supôs que esta era a fonte da narrativa em Judas.

A questão essencial é, então, se a história é "verdadeira". Qualquer que seja a origem da narrativa, Judas de fato aparenta referir-se à disputa entre Miguel e o diabo como verdadeira. Ele fala dela da mesma forma em que teria feito se tivesse falado da morte de Moisés ou de quando ele feriu a rocha. E quem pode provar que não é verdade? Qual a evidência de que não é? Há muitas alusões aos anjos na Bíblia. Sabemos que o arcanjo Miguel é real, há menção frequente do diabo e há inúmeras afirmações de que os anjos bons e maus fazem parte de transações importantes na terra. Como a natureza dessa disputa particular sobre o corpo de Moisés é totalmente desconhecida, a conjetura é inútil. Não sabemos se houve uma discussão sobre a posse do corpo, o enterro do corpo ou qualquer outra coisa.

Orígenes de Alexandria (185 - 254)
Orígenes é um dos maiores teólogos e escritores do começo do cristianismo. Com ele iniciou-se o posterior constante diálogo entre a filosofia e a fé cristã e uma tentativa de fusão das duas.
Ele aceitava com verdadeiros somente os quatro evangelhos e sustentava a necessidade do batismo, pois esse coincidia com a pratica e as regras da igreja que foi fundada sobre a tradição apostólica. Pregava que temos somente duas luzes para nos guiar, Cristo e a Igreja e essa última reflete fielmente os ensinamentos recebidos de Cristo como a lua reflete os raios do sol. O que distingue o cristão é pertencer à igreja e fora dela não existe salvação, quem vive à sua margem vive na escuridão.   Orígenes defendia que os escritores da Sagrada Escritura foram inspirados por Deus e por isso elas são obra de Deus, mas o autor inspirado conserva enquanto escreve, as suas faculdades mentais, ele sabe o que está escrevendo e tem a liberdade de escrever ou não. Se as Sagradas Escrituras tem origem em Deus, elas também têm que ter as suas características como a verdade, não podendo, portanto serem falsas. Existem para ele três formas de interpretarmos as Sagradas Escrituras: 1° literalmente, 2° Moralmente e 3° Espiritualmente. A interpretação espiritual é a mais importante e a mais difícil de ser feita. A forma como lemos as Escrituras Sagradas indica também o nosso estágio de amadurecimento espiritual e nossa capacidade intelectual.
            As teorias de Orígenes convergem para a Trindade Divina e essa se diferencia de todas as outras criaturas por ser plenamente imaterial, onisciente e essencialmente santa. Os pecados somente podem ser perdoados através da ação concomitante do Pai, do Filho e do Espírito Santo. As três pessoas da Trindade são indivisíveis em presença e obra. Orígenes reafirma a virgindade de Maria, que foi casada com José, mas não se uniu carnalmente com ele. Coloca também em Pedro a fundação da Igreja.
            Mas por mais que tentemos interpretar Deus, não poderemos nunca conhecer a sua natureza, pois ele é incompreensível para nós e impenetrável para nossa inteligência. Podemos somente compreender algumas coisas de Deus, mas ele é muito superior a esse nosso entendimento. Deus além de inteligência é a origem e causa de toda inteligência.
            O filósofo defendia que a matéria existe em função do espírito e que se o espírito não tivesse necessidade da matéria ela não existiria, pois ela não tem o fim em si mesma.
            Para Orígenes o fim vai ser igual ao começo, todas as coisas vão voltar a ser como foram criadas por Deus, vão ser refeitas como eram em seu estado original. O fim vai ser semelhante ao começo. Como teremos somente um fim assim tivemos também somente um começo.
            Sobre o direito Orígenes formula a teoria das duas leis, as leis dos homens e as leis divinas. As leis dos homens são as formuladas pelos legisladores dos diversos estados e as leis divinas nos vem diretamente de Deus através das escrituras. Para ele se as leis dos homens não forem contra as leis divinas os cristãos devem seguir as leis dos homens, mas se os legisladores formularem leis que forem contra as leis divinas os cristãos não são obrigados a seguir essas leis e deve obedecer somente a lei divina, mesmo que isso implique a sua morte.

Sentença:
- O nosso começo foi como será nosso fim.

Orígenes de Alexandria

Responsável: Arildo Luiz Marconatto

Fonte:Pesquisada

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