Os doze escolhidos por Jesus
A escolha de doze homens como apóstolos por Jesus é um ponto de grande discussão e interpretação teológica. Não há uma única resposta definitiva, mas várias perspectivas que buscam entender os motivos por trás dessa decisão. A Bíblia não oferece uma explicação explícita sobre a razão de Jesus ter escolhido apenas homens, mas os estudiosos e teólogos apontam para alguns possíveis fatores. Uma das explicações mais aceitas é o contexto cultural e histórico da época. A sociedade judaica do primeiro século era patriarcal, ou seja, era dominada por homens.
As mulheres tinham papéis mais restritos na vida pública e religiosa. A escolha de Jesus, portanto, reflete as normas sociais daquela sociedade. Se ele tivesse escolhido mulheres para liderar seu movimento público de forma oficial, isso poderia ter sido visto como um escândalo e dificultado a aceitação de sua mensagem em um ambiente já hostil. A escolha de doze homens pode ter sido uma estratégia para que a mensagem de evangelho fosse mais facilmente transmitida e aceita no mundo em que ele vivia. Além disso, o número doze tem um forte simbolismo.
Ele representa as doze tribos de Israel, indicando que a missão dos apóstolos era restabelecer o povo de Deus e levar a mensagem do reino a todo o Israel. Esse simbolismo histórico e religioso era central para a identidade e a missão dos apóstolos. A escolha de doze homens, representando os patriarcas das tribos, reforçava essa conexão.
A Questão da Liderança e Sacerdócio: Outra perspectiva, especialmente em algumas tradições cristãs, é que a escolha de homens para o apostolado está ligada a um papel de sacerdócio e liderança pública dentro da igreja. A ideia é que o papel dos apóstolos era o de estabelecer a igreja e atuar como pastores e líderes visíveis, uma função que, em muitas interpretações, é reservada para homens.
É importante notar que, embora os doze apóstolos fossem todos homens, o ministério de Jesus era inclusivo e contava com a presença e o apoio de muitas mulheres.
A Bíblia menciona diversas mulheres que o seguiam, ouviam seus ensinamentos, o sustentavam financeiramente e estavam presentes em momentos cruciais, como a crucificação e a ressurreição. Maria Madalena, por exemplo, é a primeira a ver Jesus ressuscitado e é enviada por ele para anunciar a notícia aos discípulos, sendo chamada por alguns de "apóstola dos apóstolos".
Portanto, a escolha dos apóstolos pode ser vista como uma decisão estratégica dentro de um contexto específico, e não como uma desvalorização da mulher. O papel de Jesus foi revolucionário em seu tratamento das mulheres, elevando-as e dando-lhes dignidade em um tempo em que isso não era comum. A questão não é se as mulheres eram menos importantes, mas sim sobre o papel específico que os doze apóstolos iriam desempenhar na fundação da Igreja primitiva.
A escolha dos doze apóstolos por Jesus reflete um chamado divino, e não critétios humanos, e simboliza o novo povo de Deus, e a igreja, que surje como continuação, mostrando o embasamento nas doze tribos de israel, Os apóstolos, escolhidos entre pessoas comuns, mesmo com suas falhas e personalidades diversas, foram transformados por Cristo para serem testemunhas de Sua divindade, fundadores da Igreja e mensageiros do Evangelho. A escolha foi precedida por oração e focada em pessoas dispostas a aprender e a serem enviadas com autoridade para espalhar o Reino de Deus.
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