Oh! fala-me de amor-eu quero crer-te
Um momento sequer!
E esperar na ventura e nos amores,
Só um olhar de mulher um olhar por compaixão te peço,
Um olhar mas bem lânguido, bem terno.
Quero um olhar que me arrebate o siso,
Me queime o sangue, me escureça os olhos,
Me torne delirante!
Quando falo contigo, no meu peito,
Esquece-me esta dor que me consome:
Talvez corre o prazer nas fibras da alma ;
E eu ouso ainda murmurar teu nome!
Que existência, mulher! souberas
A dor de coração do teu amante,
E os ais que pela noite , no silencio,
Arquejam no seu peito delirante!
Oh! quando eu te fitei, sedento e louco,
Teu olhar que meus sonhos alumia,
Eu não sei se era vida o que minha alma
Elevava de amor e adormecia!
Oh! nunca em fogo teu ardente seio
A meu peito juntei que amor definha:
A furto apenas eu sentir medrosa
Tua gélida mão tremer na minha!...
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